“Caixa de areia”, de Jô Bilac, tem únicas apresentações no Galpão Gamboa

213499_376368_img_4618_foto_paula_kossatz_web_

Nos próximos dias 25, 26 e 27 de janeiro, o Galpão Gamboa recebe o espetáculo “Caixa de areia”, do dramaturgo Jô Bilac. A peça integra o projeto Gamboavista 3, que leva para a Gamboa, a preços populares, importantes espetáculos que já passaram por palcos da cidade. A direção é assinada também por Jô e, no elenco, estão reunidos os atores Taís Araújo, Luiz Henrique Nogueira, Cris Larin, Julia Marini, Jaderson Fialho.

A peça conta a história da critica de teatro Ana, que vê a vida como se estivesse fora dela, distanciada, incapaz de se envolver afetuosamente com alguém, com seu olhar crítico a respeito de tudo e todos. Ela é a proprietária de um apartamento que morou na infância e onde sua inquilina acaba de cometer suicídio. O corpo da moradora fora encontrado na caixa de areia do parque do prédio. Ana começa a fazer uma análise da própria vida a partir das três mortes que a marcaram: de sua inquilina, que esconde um mistério, do seu filho e a do seu marido.

Ana (Cris Larin e Júlia Marini) tem um senso crítico extremado. Sua mente vive sempre catalogando, analisando, compreendendo, formatando, concluindo. Seu senso crítico é constantemente apropriado pelo marido jornalista, que recorre a ela na produção de seus textos. Tem uma relação desgastada com ele, quase desrespeitosa, e uma relação delicada também com sua mãe, por quem nutre um desprezo quase repulsivo.

Marisa (Taís Araújo), altamente falante, mora por anos no prédio e era parceira no jogo de tênis da inquilina que se suicidou. Mãe de quatro crianças, possui uma fala ordinária e acelerada. Por muitas vezes, não é capaz de perceber a vontade alheia. Expõe sempre o que pensa de maneira desmedida.

Douglas (Luiz Henrique Nogueira) é casado com Marisa, não consegue tolerar sua esposa e seus excessos. Tem uma ligação muito grande com sua filha mais velha, Ana.

Felipe (Jaderson Fialho) é casado com Ana, jornalista esportivo acaba virando crítico de teatro por acaso. Suas críticas se tornam muito respeitosas por serem sempre assertivas e de grande popularidade. Esconde de todos que, na verdade, sua mulher é a verdadeira critica da sua escrita. Vive uma relação delicada com a mesma, que sempre se queixa de suas atitudes, ações, hábitos, gostos.

Revisitando sua vida, Ana convive com uma sensação de desconforto e de culpa pelo acontecido. Felipe vê a arte como algo banal e desinteressante, irrelevante para a necessidade humana. Marisa vê em seus delírios de consumo a expansão dos seus sonhos, entre tantas verdades que cria e que nem ela mesma acredita. Douglas vê na família a responsabilidade e peso que coloca em cheque a validade das suas escolhas.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *