CCBB Rio celebra os 50 anos do tropicalismo com o “Festival CCBB Quanto Mais Tropicália, Melhor”

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB Rio) vai homenagear os 50 anos do tropicalismo com o “Festival CCBB Quanto Mais Tropicália, Melhor“, a ser realizado nos dias 18 e 19 de agosto, a partir das 22h, com o início dos shows previsto para às 23h, na Praça do Centro Cultural Correios, no Centro do Rio de Janeiro. Serão quatro shows, patrocinados pelo Banco do Brasil:Pato Fu e Céu na sexta, Pedro Luís e A Parede (Plap) e Tom Zé no sábado. No roteiro, clássicos tropicalistas e sucessos de cada artista. Ingressos a R$ 20.

É com satisfação que o CCBB homenageia um dos mais importantes movimentos culturais da história do país. Cinco décadas atrás, um grupo de artistas ousados e inovadores redefiniu os valores da música brasileira e provocou uma verdadeira revolução estética. Com a realização deste projeto, o CCBB traz para o seu público um evento de qualidade e valoriza o legado de uma geração que ainda hoje influencia a cena artística nacional “, diz Fábio Cunha, gerente geral do CCBB Rio de Janeiro.

Um movimento capaz de transformar a cena artística de um país que ainda respirava a pólvora da ditadura, revelando nomes tão geniais que ainda são os nossos ídolos, merece esse tributo ao completar meio século. Convidamos artistas com assinaturas fortes, inspiradas nas tintas coloridas da Tropicália “, diz a curadora Monica Ramalho, que mais uma vez se une à Baluarte Cultura para homenagear um acontecimento da música popular brasileira.

Para Paula Brandão, sócia da Baluarte Cultura, “revisitar movimentos culturais é sempre uma aprendizagem imensa do que somos. A Tropicália nos ensinou a quebrar barreiras, a inovar, a incorporar e a misturar. A irreverência e o vanguardismo tropicalista continuam atuais e necessários. O mundo de hoje precisa refrescar um pouco o olhar com as lentes da Tropicália“.

A banda Pato Fu, liderada por Fernanda Takai, promete arrebatar o público com o seu pop rock mineiro que remete aos Mutantes de Rita Lee no dia 18, antes da cantora e compositora Céu trazer São Paulo e os ares “Tropix” para o “Festival CCBB Quanto Mais Tropicália, Melhor“. Na segunda noite, o batuque animado e carioca da Plap vai colocar todo mundo para dançar, seguido pelo baiano Tom Zé, tropicalista por excelência, que vai cantar os seus sucessos no CCBB Rio em nome de todos que, junto com ele, sacudiram o país ao som de “Panis et circensis”, “Baby”, “Tropicália” e tantos outros sucessos que vamos ouvir em versões exclusivas na Praça do Centro Cultural Correios.

Quanto mais Tropicália, mais riqueza. Quanto mais Tropicália, mais divulgação do Brasil. Quanto mais Tropicália, mais tropas de luz. Ouvindo o nome do festival a gente se sente assim. Ainda mais com a sugestão de concretude vinda de Tropicalea, palavra que contém a expressão de Júlio César, Alea jacta est, dita quando ele ia atravessar um rio, tomando uma decisão para a grandeza de Roma. Ensaiando o show, essas emoções acompanham a gente“, exulta Tom Zé, realçando o nome do festival, que encerra com seu show.

Os tropicalistas levaram a cabo a explosão daquilo que teve seu pavio na antropofagia proposta por Oswald. Nos traziam Beatles e Gonzaga; Stones e Jackson do Pandeiro; liam Vicente Celestino Mutantemente! Desde sempre somos frutos da mais rica miscigenação, mas é preciso coragem estética e poética pra assumir isso como assinatura e pela  ótica do orgulho. Não resta dúvida de quanto os tropicalistas foram signatários dessa manifestação”, pontua o cantor e compositor Pedro Luís, líder da Plap.

Nos intervalos dos shows, o poeta Paulo Sabino vai recitar textos da época – um deles, escrito pelo designer Rogério Duarte.”Sou um grande fã de tudo o que representa a Tropicália e estou feliz por fazer parte do festival ao lado dessas feras todas, e do Tom Zé, um tropicalista nato. Tudo divino-maravilhoso“, se alegra Sabino, que está à frente de outra homenagem ao movimento desde fevereiro (e até dezembro): o encontro poético-musical ‘Somos Tropicália’, que acontece mensalmente no Gabinete de Leitura Guilherme Araújo, em Ipanema.

 

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