Crítica da Peça “A vida de um B-Boy”

Vida B-Boy 3

Após temporadas de sucesso no Teatro Net-Rio e no Centro Cultural Imperator, o espetáculo musical “A vida de um B-Boy”, inicia uma nova caminhada no Teatro Municipal Maria Clara Machado. E pela lotação esgotada nessa reestreia (21/06), fica latente que o SUCESSO continuará acompanhando a saga da história contada pelo grupo saído da Cia de Teatro Abraço da Paz.

Aliás, o nome escolhido é bem providencialmente referente ao processo que deu origem a formação da companhia. O grupo de diretores, produtores, dançarinos, atores e atrizes, reuniu-se pela primeira vez em um literal abraço dos moradores da comunidade do Morro dos Cabritos, em Copacabana, num evento chamado “Abraço da Paz”. Aquela fantástica ocupação artística (um dia inteiro de eventos culturais, tendo as ruas como palcos) não poderia passar em vão, e a partir daí os diretores Jonas França e Alex Borges criaram o grupo, consolidando sua dramaturgia através de oficinas e experimentações diversas.

E assim, com supervisão de Matheus Nachtergaele, e o posterior apoio do “lendário” produtor Cabbet Araújo (o “Fosfoman”), nasceu “A história de um B-Boy”! Como o nome já explicita, narra as desventuras de um grupo de dançarinos de “Break-Dance”, que precisam aliar os rigorosos treinos que o ofício exige, com dificuldades individuais que moradores de uma comunidade carente costumam conhecer muito bem. Fora os preceitos de união, amizade, espírito de grupo, que fazem com que aquele grupo de jovens supere as adversidades surgidas em prol de um sonho, e pelo mero prazer em ser parte integrante da dita “dança de rua”, um dos arquétipos da cultura HIP-HOP, juntamente com o Rap e o Grafite.

O grande trunfo da direção está exatamente na escolha e no trabalho da unidade desse elenco. Através de uma interpretação naturalista, todos são bastante convincentes em suas atuações como um todo, não sendo mesmo possível destacar alguém individualmente. O texto do espetáculo, por oras deveras pueril, fica nítido que serve de “escada” para o elenco mostrar aquilo que tem de melhor: A DANÇA.

Ponto para os coreógrafos do elenco (Nilson Bruno e Lúcio Pedra) em ter construído um espetáculo visual tão irrepreensível. É impressionante o que o elenco faz com seus corpos em cena, passando com altivez a beleza e o grau de dificuldade que o ofício de um B-Boy exige, como reza a cartilha do argumento proposto. A trilha sonora nos desce altamente palatável, contribuindo bastante para o desenvolvimento da história perante os nossos olhos, em total congruência com os belíssimos números de dança.

Independente da história de lutas da companhia, resultante de belíssimo trabalho social com louvável processo concebido, o espetáculo funciona maravilhosamente bem em seu resultado final, se consistindo em um programa imperdível para todas as idades.

SERVIÇO:

“A Vida de um B-boy”

De sexta a domingo – 20h30

Teatro Municipal Maria Clara Machado. Rua Padre Leonel Franca 240 – Gávea.

Capacidade:  120  lugares

Classificação etária: Livre

Ingresso:  R$30,00 / R$15 (meia)

Temporada: de 21 de junho a 13 de julho

Por Alessandro Iglesias

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