“DOROTÉIA”, de NELSON RODRIGUES, prorroga temporada no TEATRO TOM JOBIM/RJ

Com o teatro lotado nestes dois meses e meio de apresentações, a peça “Dorotéia” em cartaz no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico, terá sua temporada prorrogada para até 01 de maio, com espetáculos de sexta a domingo, com os mesmos horários e preços.

Rosamaria Murtinho e Letícia Spiller estão juntas em cena, como a fera e a bela, na montagem de “Dorotéia”, texto de Nelson Rodrigues, com direção e encenação de Jorge Farjalla. Rosa interpretará Dona Flávia, uma mulher feia, frustrada e infeliz que faz de tudo para destruir a beleza da prima Dorotéia, ex- prostituta, uma pecadora incorrigível, porém arrependida, vivida por Letícia. Ambas encenarão pela primeira vez um texto de Nelson Rodrigues.

“Sempre interpreto mulheres ricas e sofisticadas. Queria uma personagem que me desconstruísse completamente, e pedi isso ao Farjalla”, revela Rosamaria, que idealizou o projeto junto com o diretor, dentro das comemorações de seus 60 anos de carreira.

Letícia Spiller se descobriu apaixonada por “Dorotéia”. “Logo que comecei a estudar teatro, o meu desejo era fazer essa peça”, lembra ela que, mais de 20 anos depois, enfim recebeu o convite do diretor Jorge Farjalla e de Rosamaria Murtinho para encená-la.

“Sou um privilegiado por trabalhar com duas gerações de grandes atrizes, com personagens de peso e no texto de Nelson. A energia que a Letícia tem é exatamente o que eu quero para a Dorotéia e Rosinha traz a visceralidade peculiar à Dona Flávia”, diz Farjalla.

“Dorotéia”, escrita em 1949, fechou o ciclo das obras do teatro desagradável de Nelson Rodrigues, classificado pelo crítico Sábato Magaldi como “peças míticas”. O texto é uma ode à beleza da mulher onde a heroína, título da obra, segue em busca da destruição de sua própria beleza para se igualar à feiura de suas primas: Dona Flávia, Maura e Carmelita. É uma mistura de sonho, pesadelo, desatino e destino irremediável. Por um momento paira a esperança de que a maldição não se cumprirá, mas ela é irrecorrível.

As imagens e símbolos da obra de Nelson Rodrigues são um espelho irônico do desespero do autor expondo sua visão desencantada do espírito humano e, ao mesmo tempo, enfeitiçada por suas contradições, além da exposição sobre a histeria e sobre o amor impossível recorrentes do início do século.

Ancorada na obra de um dos maiores dramaturgos do Brasil, a montagem de “Dorotéia” faz uma releitura desse clássico e traz à cena uma leitura particular da única farsa escrita por Nelson Rodrigues, mantendo e ampliando o diálogo com questões contemporâneas, através do olhar de Jorge Farjalla e do trabalho do elenco que conta, além de Rosamaria e Letícia, com Alexia Deschamps (Maura), Dida Camero (Dona Assunta), Anna Machado (Maria das Dores) e Jaqueline Farias (Carmelita).

Outro ponto alto do espetáculo – e que o diferencia das demais encenações – é o coro masculino, não presente na obra, batizado pela direção como “Homens Jarro” que representará tanto a aparição do signo “jarro”, símbolo que está no texto, como os homens que passaram pela vida da ex-prostituta. Esse coro permeará a encenação executando ao vivo os sons e a trilha do espetáculo.

Serviço:

Espetáculo: “Dorotéia”

Texto: Nelson Rodrigues

Categoria: Farsa irresponsável

Direção e Encenação: Jorge Farjalla

Elenco: Rosamaria Murtinho, Letícia Spiller, Alexia Deschamps, Dida Camero, Anna Machado e Jaqueline Farias

Local: Teatro Tom Jobim (Rua Jardim Botânico, 1008 – Jardim Botânico, dentro do Parque Jardim Botânico- Tel: 2274-7012)

Temporada: prorrogada até 01 de maio

Horário: sexta e sábado: 21hs; e domingo: 20hs

Preço: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25 00 (meia)

50% de desconto para colaboradores Petrobras

Vendas: na bilheteria do teatro e no www.ingressorapido.com.br a partir de fevereiro

Classificação: 16 anos

Duração: 90 min.

Capacidade: 330 lugares

Por Alessandro Iglesias

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