‘Escreva uma música boa, em vez de ser provocativa’, dispara Noel Gallagher para Miley Cyrus, em entrevista

Noel-Gallagher

Polêmica e nenhuma moderação com as palavras sempre foram marcas do Oasis. E à frente delas, Noel Gallagher. Mais uma vez o ex-líder da banda britânica fez uso disso para expor suas opiniões. Em entrevista a revista “Rolling Stone” dos EUA, o cantor fez declarações fortes sobre sua carreira, ano e o estado atual da música no mundo. Sobrou para Miley Cyrus, cantora americana que vem causando alvoroço em aparições duvidosas e cercadas de conotações sexuais. Para ele, a popstar é “embaraçosa em suas atitudes para começar um debate musical”.

De acordo com Noel, as cantoras pop atualmente visam primeiro as provocações sexuais a todo custo para se promoverem no mercado musical. E iniciando a polêmica, lembra que elas “não são muito boas” e usam o artifício como promoção do trabalho:

– Acho que há uma tendência, infelizmente, nesse momento, de garotas que tentam desesperadamente ser provocativas ou desesperadamente “começar um debate” sobre algo que já passou ou outra coisa. Porque, sério, elas não são muito boas. Entende? Acontece na Inglaterra com regularidade, e também nos Estados Unidos. Me sinto mal por elas. Tipo: “Escreva uma boa música. Não faça um vídeo provocativo – escreva uma música boa, porra. Vai ser melhor pra você, acho”. Ela esteve recentemente na TV, a Miley Ray Cyrus, e pensei: “Pra que essa porra?”. Eu não sei. É uma pena, porque deixa as outras artistas mulheres para trás em uns cinco anos. Agora, Adele e Emeli Sandé – esse tipo de música, para mim, é para vovós, mas pelo menos tem alguma credibilidade. – disparou Noel, sem fazer moderações nas palavras.

Ainda na opinião sobre as tendências atuais, Gallagher citou Lady Gaga, a quem chamou de “outra pessoa depois do primeiro disco”. Segundo ele, a cantora nova iorquina conquistou sua filha e esposa, mas que perdeu as características do início da carreira:

– Para mim a Lady Gaga é o primeiro disco, porque minha filha e minha esposa amavam. Não ouvi nada desde então. O que isso significa? Para mim, isso diz muito. Ela é outra dessas. Na verdade, ela provavelmente está cagando em cima de um ovo cozido neste exato momento. E alguém vai congelar e chamar de arte. – completou o cantor, que chamou essas atitudes de “embaraçosas e ultrajantes”.

O cantor também lembrou que o ano de 2013 foi irregular em termos musicais. Para ele, David Bowie e Arctic Monkeys se destacaram em meio a um cenário controverso da música:

– Bem, não vou começar a dar nomes! Todos sabemos quem eles são. Mas “Valentine’s Day”, do Bowie, é ultrajante de tão bom. Tem pelo menos três músicas no disco que você ouve e imediatamente pega a guitarra e pensa: “Filho da mãe! Por que eu nunca escrevi algo assim?”. Eu acho que é uma das melhores coisas que ele já lançou. Eu daria nota 10. Eu daria nota 11, se pudesse. Metade do disco do Arctic Monkeys é boa. A outra metade é meio “hum, ok” – mas metade é boa pra caralho. E, pela primeira vez na vida, eu escutei um disco do Kanye West. (…) Não sou fã dele nem nada. Eu não gosto daquele tipo de hip-hop moderno, ou seja lá o nome que vocês dão para isso – completou.

Sobre a carreira solo, o ex-vocalista do Oasis comentou sobre seus novos trabalhos e canções nas quais está trabalhando, mas descartou lançar um disco no ano que vem:

– Estão ótimas. A única coisa que salvou 2013 foi que eu escrevi muita coisa. Fora isso, tem sido uma merda, para ser honesto. – declarou, para em seguida negar o lançamento de um álbum em 2014 – Não comecei a gravar ainda, então meio que passaria a maior parte do ano em estúdio. Espero gravar algo em Nova York, porque nunca fiz isso antes, e talvez eu esbarre com o David Bowie por aí, e o leve para o estúdio, vestido de elfo, e ele faça umas mímicas enquanto eu coloco uma base de violão para tocar.

Já nas ironias que lhe são comuns, Noel desconversou sobre a manutenção do nome “High Flying Birds” para lançamentos dos seus trabalhos, como vem fazendo. Mas disse pensar numa maneira de conseguir projeção maior para ele:

– Não sei se vou manter esse nome ou não. Provavelmente sim, é um nome tão bom. Talvez eu mude um pouco a parte do “Noel Gallagher” – talvez chame de “Paul McCartney’s High Flying Birds”, para ver se vendo mais ingressos nos Estados Unidos – finalizou em meios a risadas.

Por Bruno Guedes

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