Impressões sobre o primeiro dia do Rock in Rio

beyonceSim, infelizmente não pude estar presente integralmente ao dia 13 (sexta-feira). Trabalhando, sabem bem como é, não tive tempo mesmo de prestigiar a festa desde o início. Mas comentarei sobre o que pude presenciar. Não deu tempo de assistir o tributo a Cazuza. Mas acredito que mesmo tendo sido escalado em um dia não muito favorável, o respeito histórico a uma figura tão emblemática, a força das canções, os convidados (Bebel Gilberto, Ney Matogrosso, Paulo Miklos, Rogério Flausino e Maria Gadú) e principalmente o Barão Vermelho com sua formação clássica, tenha empolgado o público que foi atrás de música pop nesse dia.

Consegui “pegar” toda a apresentação do Living Colour. Até entendo que a intenção do músico Zé Ricardo, curador do PALCO SUNSET, foi fazer uma diversificação sonora mesmo, colocar um pouco de rock de verdade no dia pop do ROCK IN RIO. O grupo surgido no início da década de 90, brilhando com o álbum “Vivid”, manteve o seu já conhecido nível musical em nível estratosférico. E em companhia da ótima cantora Angélique Kidjo (do Benin), mostrou a sua já conhecida mistura de rock pesado, funk, soul, jazz, sons étnicos e muitas homenagens a Jimi Hendrix. Lembrou até o seu primeiro e histórico show realizado no Brasil, no festival Hollywood Rock, em 1992. E os quatro “negões” mais uma vez barbarizaram em suas performances. Brilhante! Problema foi o dia… Se estivessem em qualquer outro da edição deste ROCK IN RIO 2013, seriam mais prestigiados.

 Até porque já estavam todos no PALCO MUNDO esperando o “aguardadíssimo” show de Ivete Sangalo. Uma cantora que quase não se apresenta por essas paragens, né???  Claro que estou sendo irônico. Prefiro não me aprofundar, até porque TODO MUNDO já sabe como é de cor e salteado o show do chamado “furação baiano”. Mas em meio à mediocridade do repertório já BEM conhecida, Ivete resolve cantar “Love of my life” do Queen, o que seria uma homenagem aos grandes momentos da história do festival. Mas o tiro saiu pela culatra. Poucos cantaram juntos à clássica canção (conheciam?), e só serviu mesmo para que sentíssemos muita saudade do antológico momento em que Freddie Mercury regeu um inesquecível coro de uma audiência de 250.000 mil pessoas, na primeira edição do ROCK IN RIO em 1985.

Muitos nas redes sociais estavam torcendo o nariz pelo fato do PALCO MUNDO estar sendo ocupado por um Dj. Acharam que era muita presunção ter um cara só apertando botões e “pilotando carrapeta” em um local tão grandioso. Mas não é que o francês deu conta do recado??? Se a intenção desse dia era o entretenimento em prol da parte musical, David Guetta transformou a cidade do rock numa grande festa de música eletrônica, uma rave da pesada e colocou todos para cantar e dançar. Sim, o carisma do francês impressionou bastante, ele teve a plateia na mão em todo o momento. A destacar também o belo jogo de luzes e projeções no telão, proporcionando um espetáculo visual muito bonito.

Pequena pausa após o taquicardia do batidão eletro e cerca de meia hora depois, Beyoncé começa os trabalhos com toda sua superprodução devida: troca constante de figurinos, corpo de bailarinos, uma ótima banda de apoio e… Só! Esse modelo de espetáculo, inspirado nos grandes musicais da Broadway, teve início com Madonna em idos dos anos 80. E desde então, uma grande leva de cantoras tem suado um bocado para ocupar o lugar da grande rainha do pop, que já passou há tempos dos 50 anos. Sem fazer comparação, mas já fazendo, o problema esta aí! Madonna além do já conhecido carisma, tem repertório de qualidade, muito diferente da irregularidade do trabalho da ex-Destiny’s Child. O show foi de uma chatice só, repleto de mesmice.

Beyoncé acaba nos cansando com sua falta de nuance performática. É muito “carão” para se mostrar sexy (que em muitos momentos parecem caretas) e uma automatização constante em sua relação com os bailarinos em cena. Um momento que representaria uma “quebrada terna” no show, em que ela canta sentada na cauda de um piano, se mostrou risível. Música romântica e a “diva” não parava de se mexer, passar a mão nos seios, se contorcer o tempo todo… Completamente infeliz. E toma troca de roupa, dancinhas previsíveis, até que nos deparamos com o momento “auge” do seu show: quando ela resolve homenagear o Brasil e dança o famigerado “Ah, lelek, lek, lek, lek” (“Passinho do volante” do Mc Federado) de forma desengonçada. Disparado, foi o momento mais animado do seu show, o que nos mostra ser um dado altamente preocupante. Em seguida, desce junto ao público para cantar a bela balada “Halo”, no qual pode finalmente mostrar toda a sua bela extensão vocal. E só! Não teve bis. Lembrando que não há tempo limite para as atrações que fecham o PALCO MUNDO.

Mas pelos burburinhos nas redes sociais, o público GLBT e adolescente, majoritário da cantora americana, amouuuuuuuuuu o show. Bem, sob minha avaliação, posso assegurar: tem tudo para ser o pior show do PALCO MUNDO desta edição e um dos piores de toda a história do ROCK IN RIO no Brasil. Simplesmente lamentável…

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Por Alessandro Iglesias

Fotos de internet

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