A sexta-feira (22) prometia ser uma das mais quentes e agradáveis ontem no Citibank Hall. A casa estava cheia e pronta para receber Maria Rita, que de longe lembra ser filha de umas das maiores cantoras da MPB. A pimentinha, Elis Regina. Acredito que no começo da carreia dela, muita gente deve ter pensando que ela seria a cópia da mãe e que viveria a sombra do nome dela. Porém, ao longo dos anos, vem mostrando que tem personalidade e o seu diferencial na música pop brasileira. O ecletismo em sua carreira faz com que ela não caia na mesmice de repetir formulas e isso também acaba abrindo caminho para cada vez mais fãs admirarem o seu trabalho.
O nome da turnê é Coração a Batucar, título do último trabalho lançado em 2014, que é inteiramente dedicado ao samba. A ideia surgiu depois da participação dela no Rock In Rio de 2013, no qual a cantora fez um repertório baseado nas canções de Gonzaguinha e a partir daí, começaram as pesquisas de quais músicas entrariam no álbum. Não é a primeira vez, que Maria Rita grava um disco todo só neste estilo. Em 2007, ela havia produzido junto com Leandro Sapucahy, Samba Meu, que rendeu a ela o disco de platina e mais um prêmio na 15ª edição do Prêmio MultiShow de Música Brasileria, como o melhor cd.
A apresentação de Maria Rita, dispensa qualquer tipo de comentário. Além do talento como cantora, é extremamente simpática, divertida e sabe como entreter e dominar uma plateia. As 23h, ela adentrou o palco com um vestido belíssimo brilhoso, cor salmão (parecia salmão…rs), como uma diva. Iniciou os trabalhos com a música É Corpo, É Alma, É Religião de Arlindo Cruz em parcerias com outros compositores e em seguida emendou com Cara Valente de Marcelo Camelo levando o público ao delírio. E não parou por aí. Os espectadores puderam ouvir Maltratar Não é Direito, O que é Amor, Fogo no Paiol, E Vamos a Luta de Gonzaguinha (também conhecida na voz da marrom, Alcione), cantada em coro pela galera.
A banda que a acompanha também não deixa a desejar em um só momento. Junto com o maridão, Davi Moraes na guitarra, os músicos tocaram de forma impecável. Todos muito bem afiados, alinhados, comprometidos e de certa forma se divertindo. Aliás, o público que foi para assisti-la estão de parabéns. Todo mundo muito mais afim de ver o show, do que beber e comer em suas respectivas mesas. Animação total. Empolgante!
Por fim, depois de uma noite linda, de muito samba de qualidade, eis que Maria Rita fecha o bis com chave de ouro com canções muito conhecida como, Do Fundo do Nosso Quintal de Jorge Aragão e a última que fez o Citibank Hall desabar (e nessa hora já tinham invadido a frente do palco), O Homem Falou do grande Gonzaguinha. Para quem ainda não pode assistir ao show dessa excursão, acho válido ir. Para quem já foi, valerá a pena repetir a dose.
Set list:
- É corpo, é alma, é religião
- Cara Valente
- Maltratar não é direito
- Rumo ao infinito
- O que é o amor
- Abismo
- Fogo no paiol
- Bola pra frente
- Saco cheio
- E Vamos À Luta
- Maria do Socorro
- Coração a Batucar
- Cria
- Mainha me ensinou
- No mistério do samba
- Num corpo só
- Coração Em Desalinho
- Meu samba sim senhor
- Tá perdoado
Bis:
Por Milena Calado
Foto: página da cantora no Facebook