Mesmo sem tantos hits, Adele volta experiente e com todo seu talento em “25”

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Depois de quatro anos de hiato musical, Adele lançou oficialmente o seu terceiro álbum da carreira nesta sexta-feira, 20. O já tão aguardado “25” chegou ao mercado com uma pré-venda bastante forte na Europa e muitos elogios ao single “Hello”, lançado há um mês. Os fãs podem comprá-lo pelo iTunes | Amazon | XL Recordings (CD e Vinil) | Target (Deluxe Edition). Ao todo são 11 faixas na versão física e 14 na Deluxe, diferente do que vem praticando diversos artistas, que geralmente produzem entre 13 e 16 no trabalho vendido em lojas e entre 16 e 21 nas virtuais. Não está disponível em sites de streaming como Deezer e Spotify.

O trabalho mostra que, mesmo sem uma enxurrada de hits como o CD anterior, “25” a coloca num patamar em que muitos querem estar mas o talento não permite. Sem tantas desilusões amorosas nas letras e demonstrando estar bem melhor resolvida, a inglesa agora mãe mostra que seus versos e sua música estão bem mais experientes. A segurança que passa em cada momento de audição deixa claro isso. A dor de cotovelo sempre foi consagradora, sempre fez sucesso. E novamente ela volta, menor, menos rancorosa e principalmente sem doer tanto, mas nos apresenta uma face apaixonada, doce e até sensual da Adele. Musicalmente o álbum beira a perfeição. Não polui com tantos elementos a voz da cantora e ainda contêm arranjos que trabalham bem com cada estilo de canção.

A primeira faixa é a já consagrada “Hello”, que estourou nas rádios mundiais após o anúncio de sua volta. Nada mais simbólico que começar um disco tão esperado com versos como “Olá, sou eu, depois de todos estes anos estava imaginando que deveríamos nos reencontrar”. A música apesar de não ter a força de outros sucessos da britânica, é muito acima do que ouvimos atualmente no cenário musical. Mostra a carga de experiência citada anteriormente e já é um sucesso. “Send My Love” vem depois, num ritmo mais animado, fazendo lobby com a letra que fala em “deixá-lo amar outra, a nova amada”. É Adele mostrando sua nova fase pós-desilusão amorosa.

ADELE BATE RECORDE DE VENDAS COM “25”

“I Miss You” promete ser um hit. A melodia prepara o ouvinte para a explosão do refrão. A letra mostra uma cantora não só segura do seu talento, como também dos seus relacionamentos tão cantados em outras músicas no passado. Agora pedindo para que “ele fique”, canção é aspirante a sucesso. “When We Were Young” despeja todo o talento da inglesa. Predominantemente em voz e piano, Adele decanta um encontro na noite, junto a uma melodia em seus trabalhos e à procura do seu amado. “Remedy” repete a fórmula e com mais elementos.

“Water Under The Bridge” emerge a alma forte e poderosa da cantora. A letra mostra claramente que, desta vez, ela quem manda. Em R&B que a consagrou, a música prepara o ritmo para “River Lea”, que traz sonoridade bem peculiar e que lembra uma trilha sonora cinematográfica. Algunas fãs compararam com obras da Lana Del Rey. Poderia ser, mas não é. “Love In The Dark” traz de volta a sua paixão nos versos do tipo “Você me deu algo que eu não consigo viver sem” e uma melodia que passeia por contra baixo e sintetizadores que abrilhantam ainda mais sua voz.

Mas é em “Million Years Ago” e sua melodia mais inspirada do CD que mostra porque Adele é uma das mais consagradas cantoras do momento, mesmo com tão pouca idade. Num arranjo com voz, coral e baixo, quase acústico, a faixa lembra as melhores melodias de Mariah Carey, mas com todo talento que a britânica pode nos oferecer. A letra é direta e vai detalhando cada momento passado e suas lembranças. Outro forte candidato a ser um single, principalmente pela força sonora que o mercado tanto busca.

Em “All I Ask” volta a força vocal que os fãs tanto admiram. A letra carregada de dramaticidade se encontra com uma melodia de altíssimo nível e faz a faixa ser outro grande momento do álbum. Para ouvir e repetir. “Sweetest Devotion” encerra com Adele em alto astral, tanto em musicalidade quanto (e principalmente) poeticamente. A cantora intercala sua apaixonada face com agudos altos e um gosto de saudade ao terminar o álbum.

“25” demonstra uma clara influência do que de melhor pode tirar do mercado fonográfico e é a inclusão definitiva da cantora britânica num patamar musical que tantos almejam. E é justamente a diferenciação que tanto anda em falta na cena pop de sucesso na mídia. Adele brilha, mas sua voz e melodia derrama todo um estilo diferenciado e que a consagrada como uma das maiores da música moderna. Adele é única, seja com suas desilusões amorosas, seja com suas paixões bem resolvidas. Adele é única com seu talento.

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