Oi Futuro apresenta ‘Love, Love, Love’, com Débora Falabella e Yara Novaes

Estreia hoje no Oi Futuro no Flamengo o espetáculo Love, love, love, com Débora Falabella e Yara Novaes, fundadoras do Grupo 3 de Teatro. Ary França, Rafael Primot e Mateus Monteiro também integram o elenco. Depois do sucesso da montagem de “Contrações”, vencedora dos prêmios APCA, APTR, Questão de Crítica e Aplauso Brasil, a companhia monta texto inédito do mesmo autor, Mike Bartlett. Dirigida por Eric Lenate, a peça conta com o patrocínio da Oi e apoio cultural do Oi Futuro.

“O Oi Futuro abre sua programação teatral de 2017 com ‘Love, love, love’, apostando na atualidade e potência desse texto inédito no Brasil e na inventividade de sua montagem, alinhada com nosso objetivo de estimular a experimentação artística e a convergência de linguagens”, diz Roberto Guimarães, gestor de Cultura do Oi Futuro.

Em Love, love, love de 1967 a 2014, uma família conta a história de sua geração abordando o contexto político e social de sua época e como somos modificados pelo tempo em que vivemos. “O texto é sobre uma família bem peculiar, mas está tratando do conflito geracional mais atual que poderia ser. É um texto político e também psicológico. É tudo junto, como costumam ser as grandes obras”, diz Yara de Novaes.

“O primeiro texto que lemos de Mike Bartlett foi Love, Love, Love, depois de uma imersão de dois anos de leitura de autores contemporâneos, nos conectamos especialmente com esse autor. Ele é contundente com o momento em que vivemos, é profundo e provocador, ao mesmo tempo que tem uma escrita clara e objetiva. Para o Grupo 3, o teatro é lugar de revisitar a história e pensar a questão do tempo político e social. E mesmo com Mike escrevendo em Londres, cabe muito bem na pesquisa do grupo”, relata Gabriel Fontes Paiva, que integra o Grupo 3 de Teatro e assina a iluminação do espetáculo.

 

Os três  ficaram bem impressionados com o tema político revelador de como uma geração é definidora da próxima. Mas, na época, a companhia acabou por decidir montar Contrações. “Era perfeito para o momento do grupo, tratamos o tema de dominação em todas as montagens anteriores. Além disso, Contrações foi a peça de maior interlocução direta com o público e decidimos repetir Bartlett porque percebemos como era importante avançar nesse movimento”, conta Débora Falabella.

Uma obra que, além de descrever uma família com todas as suas idiossincrasias e personalidades, também demonstra como somos modificados pelo tempo em que vivemos. A ação começa em 1967, na noite da primeira transmissão ao vivo de TV via satélite no mundo, em que os Beatles cantaram All You Need Is Love. Sandra, bonita e sedutora, caloura universitária, marca um encontro com Henry, mas se interessa por seu irmão mais novo, Kenneth, também de 19 anos e calouro como ela. Em 1990, eles estão confortavelmente em outra realidade – são da classe-média, curiosamente negligentes com os dois filhos, em um casamento prestes a ruir. Mas o grande momento é o último ato, em 2011, em uma reunião de família, quando a filha do casal, Rose, que foi uma violinista promissora, agora com 37 anos e muito decepcionada, acusa os pais e sua geração de Paz e Amor a responsabilidade pelo fracasso da geração dela: “Você não alterou o mundo, você o comprou”, diz a personagem.

O grupo, que estreou em 2005 na Casa de Cultura Laura Alvim, já teve seus espetáculos dirigidos por Yara de Novaes, Aderbal Freire Filho e Grace Passô e desta vez convidou Eric Lenate. Considerado um grande destaque da nova geração de encenadores, Lenate chamou atenção do Grupo por dialogar profundamente com os textos que monta e ter sensibilidade aguçada para tratar o elenco, além de ter uma estética de linguagem radical em suas montagens.

 

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