Queen transborda emoção em noite de homenagens e nostalgia no Rock in Rio

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Reprodução

Celebrando 30 anos de festival, o Rock in Rio 2015 começou repleto de emoção. Com muitas homenagens, a primeira noite teve coral em “Love Of My Life”, repetindo 1985, e até uma coleção de topless relembrando Cássia Eller. Mas foi o Queen que fez gerações das mais diversas se entregarem ao som eterno da banda britânica e reviver momentos inesquecíveis de Freddie Mercury. A sexta-feira contou ainda com diversos hits nacionais que sacudiram na festa de abertura do Palco Mundo.

O primeiro dia do Rock in Rio começou com uma queima de fogo às 14h, com a abertura dos portões. Uma hora depois Dônica e Arthur Verocai estavam no Palco Sunset abrindo os trabalhos musicais. Com sonoridade vintage e bastante harmonização, os jovens animaram a plateia que ia chegando aos poucos. Em seguida foi a vez de um dos grandes encontros de 2015: Ira! + Rappin Hood e Tony Tornado.

Começando com “Dias de Luta”, os roqueiros dos anos 80 sacudiram o público, dando passagem aos versos de protesto do Hood e o gran finale: Tornado incendiou a plateia ao som de “A Festa do Santo Reis”. O hit que fez sucesso e venceu o V Festival Internacional da Canção, em 1970, “BR-3”, brindou os espectadores com o mais puro som nacional. Lenine subiu ao Sunset com seus 50 músicos e a Nação Zumbi para tocar na íntegra seu trabalho “Carbono”. Com repertório vasto e interação entre os músicos, o show mostrou porquê do pernambucano ser um dos mais respeitados músico do Brasil, apesar da pouca reação da plateia.

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Cássia Eller então tomou conta do Rock in Rio. Um especial em sua homenagem ganhou o Palco e apresentou artistas como Zélia Duncan e Martinália, cantando “Brasil” e “Malandragem”, além de Emanuelle Araújo e Arnaldo Antunes com “Partido Alto” e Nando Reis retribuindo à brasiliense as canções que ela imortalizou, como “Relicário” e “O Segundo Sol”. Tacy de Campos, que interpretou Cássia em uma temporada no musical que levou o nome da cantora, deu voz a “Por Enquanto” e “Smell Like Teen Spirit”, cover que Eller fez em 2001. Nesta canção, todas as cantoras levantaram as blusas e deixaram os seios à mostra, repetindo o gesto da homenageada no festival de 14 anos atrás.

Nando Reis voltou ao microfone e, para uma plateia emocionada e músicos originais da Cássia em pratos, como a percussionista Lan Lan, fechou a festa no Sunset com “All Star”, música que compôs em homenagem a cantora.

No Palco Mundo, onde as grandes atrações deste vão se apresentar, a noite começou com um Especial de 30 anos do Rock in Rio pra lá de agitado. Frejat e Ney Matogrosso começaram cantando “Pro Dia Nascer Feliz” e “Por que a gente é assim?”, do Barão Vermelho, e mostrando como seria o show. Em seguida vieram os mineiros do Skank que também subiram com Erasmo Carlos e fizeram os fãs cantarem hits como “Pode vir quente que eu estou fervendo” e “É Proibido Fumar”.

Ivan Lins então assumiu o microfone e deu o tom nostálgico, que seguiu com Blitz e Kid Abelha, cantando seus grandes sucessos como “Você não soube me amar” e “Lágrimas e Chuva”. Abrindo com “Óculos”, os Paralamas do Sucesso atacaram o palco de assalto e sacudiram os presentes. Ao chamarem Ivete Sangalo, deram sequência com “Uma Brasileira” e em vieram então Jota Quest e Dinho Ouro Preto, que deram passagem para Andreas Kisser. Encerrando o Especial, os Titãs cantaram “Polícia” e “Bichos Escrotos”, músicas do disco “Cabeça Dinossauro”, que teve uma turnê recentemente. Ao fim, todos os artistas voltaram cantando a música tema do Rock in Rio.

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The Script fez até uma mega selfie com camisas do Brasil / Divulgação Twitter

Os irlandeses do The Script entraram sob desconfiança do público em geral que conhecia pouco ou quase nada do grupo, mas conseguiram agitar os espectadores com um som leve e jovem. Abrindo com “Paint The Town Green”, o som pop rock logo atraiu atenção dos fãs do Queen, que cantavam trechos de músicas dos britânicos enquanto aguardavam a atração. Com “Breakeven” e “Superheroes”, atingiram o objetivo de que todos cantassem juntos. Apesar da boa sonoridade, os rapazes parecem ter agradado mais os que já conheciam suas canções, mas não não decepcionaram.

Às 22h40, One Republic, banda americana famosa pelo vocalista Ryan Tedder e seus grandes hits para artistas como Ariana Grande, Lady Gaga e Beyoncé, foi a terceira atração do Palco Mundo. Com um grande público adolescente que aguardava os músicos, o grupo começou utilizando uma batida pop rock. No grande single de sucesso, “Apologize”, conseguiram um coral de vozes como acompanhamento. Já preparando o ambiente, One Republic usou bastante música à base de piano e violão, como em “Counting Stars”.

Bastante falante, Tedder até brincou com a plateia:

– Como vocês estão? Sei que não somos os Queen, mas eles vêm em seguida – brincou o compositor, arranjador e produtor musical.

Quase no fim, a banda ainda fez um cover de “Seven Nation Army”, famosa nos estádios esportivos ao redor do mundo, da banda The White Stripes. O grupo se apresentou em pouco mais de uma hora. Os músicas ainda homenagearam o Queen e mostraram uma tatuagem com o nome do grupo britânico no braço de Drew Brown.

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Reprodução – Internet

Mas a grande atração da noite era realmente o Queen. Abrindo o show com “One Vision”, Adam Lambert mostrou que estava no palco para cantar com o Queen, não imitar o Freddie Mercury. A tão adorada guitarra de Brian May mostrava o caminho das pedras em cada riff, separando 30 anos entre gerações.

Emplacando hits como “Fat bottomed girls” e “Killer Queen”, a banda fez o público explodir em “Don’t Stop Now”. Com “I Want Break Free” em seguida, a nova formação do Queen conquistou até quem duvidava do que poderia acontecer. Antes de cantar “Love Of My Life”, May, guitarrista considerado um dos melhores da sua geração, fez uma selfie e discursou:

– É emocionante estar aqui depois de 30 anos. Muito obrigado por me fazerem viver de novo isso. Cantem comigo, cantem com Freddie – disse o músico, para em seguida dedilhar os acordes da canção que marcou a história de todos os Rock in Rio.

Neste momento a emoção falou mais alto: Um coral de 100 mil vozes cantou a música que foi imortalizada por Freddie Mercury em 1985. No telão ao fundo, o vocalista, falecido em 1991, apareceu cantando trechos finais. Nem Brian May aguentou e deixou as lágrimas terminarem. Não menos emocionante veio em seguida, quando Roger Taylor cantou “It’s a Kind of Magic” e seu filho, Rufus, assumiu a bateria do pai. Ao final, os dois duelaram num solo familiar.

Adam, já mais solto, cantou sua “Ghost Town”, faixa do disco que ele lançou esse ano. May e sua guitarra entraram em ação num solo de quase sete minutos. Com “Radio Gaga”, um dos maiores singles da banda, Lambert foi até ao público e comandou a regência de mãos em sintonia com as batidas. Encerrando a noite de nostalgia e emoção, “We Will Rock You” e “We Are The Champions”, os hits que se tornaram sinônimo de Queen, com o cantor repetindo Freddie no primeiro festival e aparecendo com a coroa e bandeira do Brasil.

Como serão os próximos 30 anos da música apenas o futuro dirá, mas a geração atual pode reviver em uma noite o que de melhor aconteceu em 1985.

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