Rede Globo muda formato de transmissão do Grupo Especial, mas volta ao antigo após protestos

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Reviravolta no samba. Após anunciar em reunião com as 12 escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro que não iria transmitir ao vivo o desfile de cada uma das duas primeiras agremiações do domingo e segunda-feira, a Rede Globo de Televisão mudou e voltará ao formato antigo. A informação foi divulgada pela LIESA, a Liga Independente das Escolas de Samba, na noite desta quinta-feira, 17. Um compacto com 20 minutos seria exibido antes da entrada ao ar com a terceira escola, o que gerou imensa repercussão e revolta no meio durante o dia.

Estácio de Sá e União da Ilha, no domingo, e a Vila Isabel e o Salgueiro, na segunda-feira, não seriam exibidos ao vivo na televisão. Um compacto seria transmitido entre 22h30 e 22h50, antes do início da transmissão, que está programada para após o Fantástico no primeiro dia e do Big Brother Brasil no segundo. A TV Globo começaria, por tanto, em cada dia, só a partir da Beija-Flor e São Clemente, respectivamente. Até um baixo assinado foi criado pelos integrantes das escola de samba, como forma de protesto.

Mas na noite desta quinta-feira, o presidente da LIESA, Jorge Castanheira, informou que a Rede Globo aceitou manter o formato praticado em 2015, onde apenas a primeira não era transmitida ao vivo, com a mesma ganhando um VT na íntegra após as outras cinco agremiações. Assim, a transmissão começa a partir do segundo desfile, por volta das 22h30.

– Conversei com a TV Globo e expus que a mudança seria prejudicial às escolas, pois o sorteio se deu sem a consciência dessa possibilidade. Fechamos o mesmo modelo adotado este ano, quando a primeira escola foi exibida após o término do desfile da última de cada dia, com um compacto. Com isso as agremiações que virão na sequência serão transmitidas ao vivo e na íntegra no domingo e segunda de carnaval – disse Castanheira, em entrevista ao site Carnavalesco, importante portal de conteúdo do meio.

A notícia pela manhã revoltou as escolas de samba e os sambistas. Em entrevista ao site “Galeria do Samba”, o presidente da União da Ilha, Ney Filardis, se dizia revoltado com a notícia:

– Estou muito chateado com essa decisão. Fui o primeiro a levantar durante a reunião e dizer ao Boninho que era contra essa decisão. Temos uma comunidade que merece ser respeitada! Precisamos da verba vinda da TV Globo, precisamos, mas não podemos ficar na mão deles. Boninho me deu as explicações dele, dizendo que o país está em crise que a emissora vem perdendo receita. Poderia muito bem hoje não estar atendendo vocês da imprensa, mas vou atender todos que me ligarem e mostrar minha indignação! Tenho uma satisfação para dar para minha comunidade, que não poderá assistir o desfile da sua escola de coração pela televisão – disse o dirigente.

Esta não é a primeira vez que o “Carnaval Globeleza” fatia a exibição. Nos anos 90, as transmissões para todo o Brasil só aconteciam ao vivo a partir da segunda escola, mas para a rede do Rio de Janeiro começavam desde a primeira. Com um pedido a LIESA, o número de agremiações foi sendo reduzido gradualmente ano a no, saindo de 18 para 12. como atualmente. Uma das razões seria a exibição na íntegra de todas com o número menor e tempo na grade de programação. A partir de 2015, a emissora passou a não transmitir a primeira escola de samba, exibindo um compacto ao final de cada dia.

Entre os dirigentes, o clima continua sendo de revolta e apreensão. Uma corrente de dentro da LIESA pede uma revisão no contrato com a Rede Globo, que detêm os direitos de transmissão até 2019. O outro problema que vem causando debate entre os presidentes é sobre os Desfiles das Campeãs, que desde 2013 não é mais transmitido pela Band. Em 2015 a transmissão se limitou a internet, novamente causando desconforto entre os sambistas. A emissora tem exclusividade sobre o Carnaval desde o fim da TV Manchete, em 1999.

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