“Salve Jorge”: um olhar sobre a estreia

A estreia de Salve Jorge não deixou muitas impressões que comentar. A nova trama de Glória Perez (O Clone, Caminho das Índias) em nada foge ao estilo da autora: personagens numerosos e popularescos, núcleos pouco entrosados, e a retratação de uma cultura distante, pitoresca e conservadora como pano-de-fundo central – representada, desta vez, pela Turquia.

Do roteiro, pode-se dizer que falou muito e disse pouco. As inúmeras situações e personagens apresentadas estiveram tão soltas e aleatórias entre si que é difícil eleger algum destaque entre eles. Teria sido melhor escolher um ou dois núcleos e apresentá-los de uma forma interessante, para depois ir enunciando os demais nos capítulos seguintes. A retomada policial do Complexo do Alemão foi retratada neste primeiro episódio de uma maneira peculiar, misturando ficção e realidade – imagens reais do fato, ocorrido em 2010, se intercalavam com a ação da novela. Inovador, é verdade, mas nem por isso certeiro: houve tanta ênfase no evento real que em alguns momentos ele se sobrepôs à narrativa, passando um ar de “docudrama”.

Nanda Costa está bastante bem em sua primeira protagonista, o que não chega a ser uma surpresa – embora pouco experiente na TV, ela já foi premiada por seu trabalho nos filmes Sonhos Roubados (2010) e Febre de Rato (2011). Embora tenham durado um suspiro, as aparições de Carolina Dieckmann, Totia Meirelles – na cena que enunciou o tráfico de mulheres, uma das melhores do capítulo – e de Antônio Calloni, que integrará o núcleo dos turcos, também deixaram uma ótima primeira impressão. Giovanna Antonelli é quem ainda não convenceu. A delegada Heloísa está parecidíssima a trabalhos anteriores da atriz, sem ter necessariamente o mesmo perfil.

A trama de Salve Jorge deve se desenvolver mais no decorrer desta semana, por isso ainda é cedo para emitir qualquer juízo. Em breve saberemos melhor o que pensar da novela.

 

Por Felipe Brandão

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