Steve Hackett é aclamado em noite memorável no Citibank Hall

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Nem a chuva espantou os fãs de uma das maiores bandas de rock progressivo dos anos 70, o Genesis. A casa de espetáculos Citibank Hall estava aparentemente vazia, até que aos poucos foi tomada por velhos e jovens roqueiros, adolescentes e crianças que aguardavam ansiosamente a presença de um dos grandes guitarristas do gênero, Steve Hackett. O músico britânico traz para o Brasil a maravilhosa turnê Genesis Extended para relembrar as canções e os discos clássicos de sua ex-banda entre os anos de 1971 e 1977, período em que Hackett fez parte junto com o marcante e teatral vocalista, Peter Gabriel. Ou seja, a noite de ontem (8) prometia ser uma das mais emocionantes para todas as pessoas que estavam presentes. E realmente, foi. Quem compareceu pode assistir um verdadeiro concerto de rock para nunca se esquecer. Foram duas horas e meia do mais puro feeling e da mais pura essência do que é a música. Para os mais novos não foi só uma aula de tocar guitarra, mas de como unir elementos sonoros de um instrumento e transformar tudo aquilo em energia cósmica.

E o show começou ás 20h20 com Dance On The Volcano, do disco A Trick of a Tail (1976), já botando o Citibank abaixo com um senhor Steve Hackett (65 anos) mostrando que ainda tem pegada e que idade não quer dizer nada. Tem artistas que são como vinho, quanto mais velho melhor.

Passou a primeira música e Steve tenta se comunicar com o público, em português, mas confessa que já esqueceu algumas palavras. E pergunta para a plateia se o cantor Ritchie estava por ali (risos). Para quem não sabe além dos dois serem amigos de longa data, o ex-Genesis já teve casa por aqui nos anos 80 e namorada brasileira nesta época. Daí, ele ter um pouquinho de familiaridade com a nossa língua.

E o espetáculo continua com Squonk, seguida de Dancing With The Moonlit Knight, do disco Selling England by the Pound (1973), em que a plateia canta junto a pedido do próprio Hackett. Na sequencia tivemos Fly On The Windshield, Broadway Melody of 1974, mas foi em The Musical Box (The Nursery Cryme – 1971) que a galera ficou enlouquecida com a performance da banda toda sendo aplaudida de pé. Simplesmente, magnífico!! Sublime!! Emocionate!! Aliás, todos os músicos estão de parabéns, começando pelo vocalista, Nad Sylvan, que entrou tímido, mas que ao longo da apresentação foi mostrando o seu lado performático e com a voz bem parecida com a do inesquecível Peter Gabriel. O naipe também conta com o baterista Gary O’Toole, o baixista Lee Pomeroy, o tecladista Roger King e o saxofonista, flautista Rob Townsend.

E durante o espetáculo o que não faltou foram momentos memoráveis tanto no palco, quanto na plateia. Além de aplausos, assobios, urros, de repente no meio da escuridão escuta-se um, “Tá f@*%, hein!!”, de tão bom que era ouvir um remanescente do Genesis deslizar os seus dedos em uma guitarra tocando o melhor de todo o catalogo da banda em sua melhor fase.

E depois de rolar, Horizon, I Know What I Like e a extensa Supper’s Ready com os seus longos 23 minutos, Steve Hackett vem com o bis fechando com Watcher of the Skies e Los Endos. E assim, se encerra mais uma linda noite de rock progressivo que ficará marcado na memória de cada pessoa que teve o privilégio de estar no Citibank Hall.

 Texto: Milena Calado

Fotos: Daniel Croce

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