Kika Hamaoui lança “Replexidão”, seu segundo projeto literário

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Kika Hamaoui, como muito jovens desta geração que já nascem antenados com todas as possibilidades de tecnologia, descobriu seu talento na infância, privilegiando as aulas de redação, mas exteriorizando seus escritos através de um blog, há exatos sete anos atrás. No mesmo período que o teatro também a arrebatou de forma contundente: “assim que aprendi a escrever, comecei a escrever; e quando passei a desejar, desejei o palco”! Como sempre acontece quando optamos por desafios ligados a área cultural em “terras brasilis”, tudo teve que acontecer com muita raça. E paralelamente aos trabalhos como atriz, conseguiu lançar seu primeiro livro, o elogiado “Dois-Mundos de Antônia”, um romance “filosófico medieval”, como curiosamente denomina a autora.

“O livro tem como protagonista uma jovem com ideias conturbadas e anseios não tão óbvios para a época. Antônia entra em um jogo de angústia e desespero quando percebe que não pode expressar suas questões nem seus pensamentos. É nesse momento delicado que Antônia encontra Anão, o bobo da corte mais sagaz e influente de todos os Reinos, que passa a acompanhar a jovem em sua busca. Os dois se encontram em uma curiosa sociedade secreta, em que seus membros (em sua maioria bobos da corte), aproveitam da própria liberdade de pensamento para poder discutir questões que desde sempre instigaram o ser pensante. Para alcançar seus objetivos, Antônia não vê barreiras, chegando a negar sua identidade e arriscar a própria vida.”

Apesar da aparente complexidade em sua verve, o livro foi muito bem recebido pelas esferas das mais diversas, ainda mais por ser um trabalho de estreia. Um novo fenômeno literário estaria por vir? Pelas palavras do crítico Sérgio Zilberberg, SIM: “o livro é um belo romance psicológico, embebido de delírio, angústia e requintes filosóficos. De alguma forma, me fez lembrar levemente um dos contos de Edgard Alan Poe, HOP-FROG. Uma escritora talentosa, que está muito avançada para o nosso tempo”.

A premissa filosófica vem com um bardo sólido da autora, já que cursa Filosofia na PUC-RIO, consolidando-se uma bela estrutura teórica para seu embasamento criativo. Depois dessa promissora experiência inicial, obviamente um segundo trabalho teria que estar a caminho. “É como um segundo filho, gestação tranquila, parto normal e euforia extrema”, traduz Kika, de forma bem humorada.

E “Replexidão”, promete e MUITO na sua intenção, como descreve a jovem paulistana: “É uma palavra que não existia, antes de ser inventada. Porque simplesmente apareceu, e foi de melhor tradução do que todas aquelas que já existem. O livro pertence a um gênero também não muito explorado. Ele não é exatamente de poesia ou filosofia, apesar, de em um primeiro momento, parecer ter este formato. As poesias abrigam o livre pensamento, assim como o livro anterior abrigava, em forma de romance. Não foi um livro que parei para escrever, ele foi sendo escrito à medida que eu parava, e por isso, tem pensamentos tão contraditórios quanto um ser humano”.

Mas como sabemos o quão espinhoso é o caminho literário, essa nova empreitada foi financiada através de um esquema semelhante ao já tradicional “crowdfunding”. Esse processo acaba sendo uma espécie de termômetro, para uma avaliação do quanto seu trabalho tem a expectativa e a confiança das pessoas: ‘É a segunda vez que opto por uma editora independente por diversos motivos: rapidez, autonomia, liberdade. O único contraponto é que neste caso, muitas vezes, quem financia é o próprio escritor. E como sabemos que viver de arte no Brasil não é exatamente a coisa mais fácil do mundo, muitas vezes falta verba para impulsionar nossos projetos. No caso de “Replexidão” fiz um esquema que deu muito certo, trabalhei com a pré-venda dos livros, ou seja, a compra se dava por um valor promocional ou estipulado pela mesma, e com isso me proporcionou a verba suficiente para publicá-lo. Felizmente deu super certo, e consegui isso com o apoio dos meus amigos e leitores”.

Pois bem, Kika Hamaoui, é uma daquelas forças propulsoras que desde cedo nos brindam com seu talento e atuação nos mais diversos setores. Ela está ao nosso redor com suas palavras, presença cênica, física (já atuou em vários ensaios de moda), e social, sendo autora de um projeto que ensinava crianças a escrever poesias em uma escola do bairro da Pavuna. Quem quiser saber mais, entrar em contato, e ficar por dentro do que ela vem produzindo incessantemente por aí, opções abaixo:

BLOG: “A genialidade é um tipo de loucura”, (http://kikahamaoui.blogspot.com.br)
Por Alessandro Iglesias

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