Musical “Amor Barato” em cartaz no Rio durante o mês de agosto

Um frenético mergulho no submundo do poder, revelado através de uma história de amor
improvável e imprevisível, é o ponto de partida do musical Amor Barato – O Romeu e Julieta
dos esgotos, que estreia no dia 03 de agosto no Rio de Janeiro, depois de duas temporadas em
São Paulo. Misturando referências reais, fábulas tradicionais e romances clássicos, esse
musical urbano e com forte crítica social reúne 11 artistas no palco para cantar a atração
fulminante entre Dona e Dom, seres tão estranhos quanto o mundo em que vivem. Amor
Barato – O Romeu e Julieta dos esgotos é dirigido por Fábio Espírito Santo e Ana Paula
Bouzas, e faz curta temporada no Teatro de Arena do Sesc Copacabana, onde fica em cartaz até 26 de agosto, sempre às sextas e sábados, 20h30, e domingos, 19h.

Com dramaturgia de Fábio Espírito Santo e trilha original assinada por Fábio, Jarbas
Bittencourt e Ronei Jorge, a montagem traz 11 atores, atrizes e músicos em cena, dando voz e
corpo a dezenas de personagens criados para narrar e viver as aventuras de um amor
impossível entre famílias rivais. A história infantil “O casamento da Dona Baratinha” é uma das
referências de Amor Barato. Mas não é a única; a trama namora também com “Romeu e
Julieta”, de William Shakespeare, e outras histórias clássicas de amor. Tudo recheado com uma
pitada generosa de humor, ironia e referências reais dos noticiários diários, que transformam a
história de amor entre um rato e uma barata nos esgotos de uma metrópole num musical
adulto e absolutamente atual.

Na trama, Dona (Aline Machado) é uma jovem com sérios conflitos com seu pai, Dr. Barata
(Eric de Oliveira), um empresário da comunicação. Ela se apaixona por Dom (Pietro Leal), um
jovem playboy inconsequente, fruto do casamento fracassado de Madame (Adriana Capparelli)
e o corrupto Senador (Beto Mettig). Frutos de famílias diferentes e rivais, Dona e Dom vivem,
sob o olhar irônico da Narradora (Thaís Dias), uma intensa paixão, apesar de toda adversidade
presente nos subterrâneos do poder.

Com 37 composições originais, o musical Amor Barato traz uma dramaturgia sonora que flui
através de gêneros musicais tão variados quanto “os sons que correm nas veias de uma
cidade”, como afirma Jarbas Bittencourt, musicista com profícua experiência em trilhas para as
artes cênicas. Para criar a música do espetáculo, os compositores utilizaram o próprio texto de
Fábio Espírito Santo como letra das canções, encarando o desafio de preservar a potência
dramatúrgica e poética já contida na obra original. O conceito de gênero musical expandido
abre espaço para aproximações estéticas composicionais amplas. “Não há na música de Amor
Barato um limite muito claro entre o radiofônico e o experimental, entre o clube e a sala de
concerto”, comenta Jarbas, que faz questão de valorizar as referências usadas na obra: elas
vão da vanguarda paulista, representada por Itamar Assumpção e Arrigo Barnabé, a operetas,
música dodecafônica e atonal, passando ainda pelo samba, pela obra de Tom Zé e pelo teatro
alemão do século 20, como o clássico “A Ópera dos Três Vinténs”, de Bertolt Brecht e Kurt
Weill.

Para dar conta de todas essas referências, o elenco conta com a presença de um quinteto
formado por Beatriz Pacheco (sopro), Leo Cappi (baixo), Maurício Braga (bateria), Raquel
Freitas (Piano) e Ricardo Caian (guitarra), que viram personagens e se juntam aos
atores/cantores nas próprias cenas para revelar o que há de engraçado, poético e trágico em
ter uma voz diferente da multidão. O resultado é um lugar híbrido entre espetáculo musical,
show e jam, onde cada instrumento, cada texto interpretado e cada uma das 11 vozes dá vida
a uma camada diferente – e complementar – nessa fábula para crianças crescidas.

 

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