A Day to remember e Of Mice & Men – Um Dia de Orgulho para os Fãs de Metalcore no Rio de Janeiro.

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Dia 03 de junho de 2014, um dia que deveria ficar marcado na história do rock no Rio de Janeiro, pelo menos para os fãs de um estilo moderno, que conforme o passar do tempo, vem angariando mais fãs, jovens, fiéis e empolgados. É a primeira vez que a cidade abre um espaço de maior porte para um grande evento dedicado ao Metalcore, fugindo um pouco do espaço mais “underground” do Teatro Odisséia, emplacando em plena terça-feira, um Circo Voador lotado de fãs absolutamente empolgados com os shows que estavam pra começar.

Of Mice & Men

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Por volta das 19h30m, sem muito atraso, a introdução vocal empolgante de “Public Service Announcement” começa a soar, e com o apagar das luzes, o presságio de uma noite de Moshs estava claro, quando a banda americana OF MICE & MEN entra no palco do Circo Voador tocando os Riffs extremamente pesados dessa música que foi perfeita para conquistar o público, e o deixar absolutamente agitado.

A banda está em turnê de divulgação do seu novo álbum “Restoring Force”, que promete ser, até então, um dos grandes clássicos de sua história. Produzido por David Bendeth (Breaking Benjamin, Paramore, Papa Roach, Bring Me the Horizon, dentre outros), o mesmo é absolutamente “destruidor” (no bom sentido da palavra) do início ao fim, e o show nesse dia não pode ser diferente!

Logo após vieram em sequência as músicas “The Flood” e “O.G. Loko”, que mostraram que o frontman Austin Carlile está em excelente forma, manteve o público em suas mãos, ao tempo que se formava uma gigante roda, onde os fãs mais empolgados se digladiavam em meio ao excelente e pesado som, fruto de uma execução perfeita por parte da banda, e uma regulagem e controle da alto nível por parte dos técnicos responsáveis.

Em seguida veio uma sequencia do novo álbum da banda com “You Make Me Sick”, “Feels Like Forever”, “Bones Exposed”, “Would ou Still Be There” e “Glass Hearts”, essas quatro últimas respeitando a sequência do álbum, o que foi uma ótima surpresa, as letras estavam na ponta da língua de todos e foi uma felicidade atrás da outra pra quem escutou o Restoring Force seguidamente por dias (é difícil não fazê-lo, as composições são realmente viciantes).

Destaque especial para a performance do baixista e vocalista Aaron Pauley, que se juntou recentemente à banda, e realmente mostrou absoluta habilidade vocal, mantendo a qualidade que demonstrou em estúdio no palco, fazendo que o público cantasse junto todas as partes vocais que lhe incumbia.

Por fim, tocaram mais uma do álbum de 2011 (The Flood), a “The Depths” e, fechando com chave de ouro, “You’re Not Alone”, que será certamente um dos grandes clássicos do estilo. Apesar do já conhecido sucesso do novo álbum da banda, o show foi igualmente sensacional. Pesado, empolgante, músicas extremamente bem executadas, integrantes carismáticos (Austin Carlile quase que foi levado pelo público quando se aproximou da galera), ou seja, todos os ingredientes possíveis para uma apresentação de sucesso.

A Day To Remember

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Após uma breve pausa para montagem e desmontagem do palco e do backline, que por sinal, era muito bem apresentado, com as artes gráficas das bandas, em destaque para a do grupo que estava por vir: A DAY TO REMEMBER, banda americana que explora os estilos Post-Hardcore, o Metalcore e até o Punk Rock apresentava as belas artes que fundamentam seu último álbum Common Courtesy.

Não demorou muito para os Riffs de “All i Want” começarem a soar e a galera começar a pular no ritmo rápido do clássico, ao tempo que Jeremy McKinnon e Cia agitavam a plateia com uma presença de palco imponente.

O que não falta é experiência para o grupo, que vem desde o lançamento “And Their Name Was Treason” (2005), resistindo ao tempo, emplacando em ascensão sucesso atrás de sucesso, conquistando cada vez mais fãs pelos quatro cantos do mundo.

E na sua primeira passagem pela Cidade Maravilhosa não foi diferente, a sequencia de “I’m Made of Wax”, “Larry, What Are You Made Of?” e “Why Walk on Water When We’ve Got Boats”, fez o circo voador virar um “liquidificador de gente”, em especial na segunda, onde o ritmo te impede de ficar parado, bater a cabeça é o mínimo para os mais tímidos.

Sem ter tempo de respirar, “2nd Sucks” começa com sua introdução característica, um dos clássicos da banda, que faz com que o público cante a música junto com Jeremy do início ao fim. Não sendo muito diferente com “Right Back At It Again” que conta com um refrão fantástico, e “City of Ocala”, duas músicas do recente álbum “Common Courtesy” (2013), essa última com um toque de punk rock infalível em qualquer apresentação.

Novamente, vale ressaltar que o som do Circo Voador estava ótimo no dia, o que favorece e muito qualquer banda que passe por ali, fortalecendo o clima dos shows.

Com “Have Faith in Me”, adentramos em uma parte mais calma da apresentação, com um clima de balada e um refrão “grudento”, o público fica mais tranquilo, e foi comum ver as pessoas se abraçando e cantando junto com toda a vontade. Esse clima permanece com as acústicas “It´s Complicated” e “If It Means A Lot To You” que apesar da queda do ritmo do show, não afetou em nada a atmosfera do evento. As músicas foram muito bem executadas, e mostrou que a banda não depende de distorção pra ter o público ao seu lado.

Porém, passada a calmaria, o riff de “Mr. Highway’s Thinking About the End”, começa a tocar juntamente com sua introdução na bateria e o público começa a pular novamente se preparando para uma das músicas mais pesadas da banda e, particularmente, a minha predileta. Com todas as características de um sucesso do Metalcore, essa faixa foi um destaque a parte, e o ponto alto do evento.

Continuaram com “Life Lessons Learned the Hard Way”, também do ultimo trabalho, extremamente pesada e rápida e “Better Off This Way”, mais um clássico da banda que faz quem conhece cantar cada palavra.

A banda conta ainda com efeitos de palco, canhões de fumaça, papel picado, foram algumas das boas surpresas da noite, contando que não é fácil ver isso hoje em dia, com exceção de shows em arena e de bandas consagradas.

A festa continuou ao som de “Sometimes You’re the Hammer, Sometimes You’re the Nail” e de “End of Me”, mais duas do Common Courtesy, encerrando então a primeira parte do show, antes do famoso “bis”, com “The Plot to Bomb the Panhandle”, que lembra e muito as bandas de punk americano como Green Day e Pennywise, e um toque especial de guitarras marcantes, levou os defensores do estilo ao êxtase, e no geral um pensamento de “isso não pode acabar agora”.

O encore contou com “Violence (Enough Is Enough)”, “All Signs Point to Lauderdale”, o que fez com que o publico aproveitasse cada segundo daquele momento, já prevendo o fim que se aproximava com o clássico “Monument” e o seu refrão sendo cantado em coro, e “The Downfall of Us All”, que nesta turnê deixou de ser uma música de abertura para ser a de encerramento. O motivo? Virou hino! O Circo Voador inteiro cantou a introdução junto com Jeremy, ao tempo em que o riff  “pula-pula” fez todo mundo bater cabeça ao mesmo tempo. O Final perfeito para uma exibição perfeita.

Moral do dia: estilo cada um tem o seu e gosto também. Mas o que as bandas modernas do séc. XXI vem fazendo é algo invejável. Músicos qualificados, execuções rítmicas perfeitas, carisma, qualidade e feeling. Para o desespero dos puristas, foi sim um dos melhores eventos de Heavy Metal moderno em que tive o prazer de estar presente. Quem está evitando escutar tais bandas por puro preconceito, só tenho uma coisa a dizer: você não sabe o que está perdendo.

 

Texto: Jaime Martins

Fotos: Daniel Croce

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