Alceu Valença comanda o “Arraiá da Fundição”, com encerramento do bloco Céu na Terra
Muita gente pensou que as famosas festas juninas iriam ficar pra trás devido à Copa do Mundo. Estavam enganados! No último sábado, 19, os fãs de pular fogueira, dançar quadrilha, beber quentão e comer toda a sorte de iguarias típicas da festividade puderam aproveitar o grande “Arraiá da Fundição”, com shows do cantor pernambucano Alceu Valença e do bloco “Céu na Terra”, que encerrou a festa.
Acompanhado por Paulo Rafael (guitarra), Tovinho (teclados), Mauricio Oliveira (baixo), Cássio Cunha (bateria) e Edwin de Olinda (percussão), Alceu já havia dado início à sua turnê nacional de São João, com seu repertório repleto de xotes, maracatus, baiões, rojões, xaxados, cocos, emboladas – e colocou novamente o pé na estrada para reacender a fogueira das festas populares, dessa vez, no Rio de Janeiro. A turnê celebra ainda os mestres supremos do gênero: Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro – tão obrigatórios nas festas juninas quanto a canjica, o milho verde e o quentão.
A cada vez que as festas juninas se aproximam Alceu recicla sua faceta mais agrestina, completamente identificada com suas próprias origens musicais. Em um palco totalmente caracterizado por bandeirinhas e estampas coloridas, sucessos como “Coração Bobo”, “Cabelo no Pente”, “Anunciação”, “Sol e Chuva”, “Táxi Lunar”, “Como Dois Animais”, “Pelas Ruas Que Andei”, Tropicana” revestiram-se em versões onde a sanfona gritava junto com os decibéis das guitarras e o zabumba trazia a boa estética de um forró de verdade! Como a fogueira já queimava em homenagem ao santo padroeiro das festas de arraial, Alceu aproveitou para apresentar a nova “São João”, composta para seu filme “A Luneta do Tempo”, rodado no Agreste brasileiro.
De Gonzaga, foram apresentadas “Juazeiro”, “Baião”, “Xote das Meninas”, “Sabiá” e “Vem Morena”. Do repertório de Jackson, vieram “O canto da Ema” e “Casaca de Couro”, esta incorporada à canção homônima de autoria do próprio Alceu.
Para encerrar a festa, o arraial contou com a apresentação do bloco “Céu na Terra”, que diferentemente do batuque que costuma arrastar centenas de foliões durante o carnaval, inovou tocando músicas características dos sertões brasileiros fazendo uma energizante mistura do som do triângulo ao som do pandeiro, tornando essa festa ainda mais original. Contudo, seria esperar muito pouco do grupo se não tocassem uma marchinha sequer! Então para encerrar, o grupo fez uma sequência de “Allah-la-ô”, “Mulata Bossa Nova”, “Me Dá Um Dinheiro Aí”, “Cabeleira do Zezé”, “Cidade Maravilhosa” e “Vassourinhas”, música que faz maior referência ao frevo no Brasil. Ao fim do show, a casa foi esvaziando aos poucos, porém, muitos ainda continuaram a curtir a festa ao som do DJ.
Por Jessica Coccoli
