AMA 2012: Ke$ha e Psy são as estrelas da premiação mais fraca do ano

Se o AMA desse ano pudesse deixar de ter acontecido, esse certamente seria o desejo dos fãs e também dos artistas que tiveram as piores
performances do ano.

As vezes eu me pergunto “Para que serve essas premiações?”, acho que o significado se perdeu ao longo desses anos, e com ele a qualidade das apresentações. Nesse domingo (18) aconteceu o American Music Awards 2012, que premia os melhores artistas do ano, passeando pelos estilos pop/rock/hip-hop/R&B e country. E se você perdeu o seu tempo assistindo, deveria ter aproveitado o fim do feriado acompanhando qualquer outra coisa, as se você deixou de ver e quer saber o que aconteceu, vamos aos fatos.

A noite de premiações do AMA foi aberta com dignidade por Stevie Wonder e seu medley em tributo ao apresentador Dick Clark, famoso nos EUA por ajudar a popularizar o rock n’ roll, além de trazer grande estrelas como Madonna, U2, Ramones e Michael Jackson ao seu programa “American Bandstand”. Dick faleceu em abril desse ano, aos 82 anos.

Mas o que parecia ser uma bela homenagem demonstrou seus primeiros sinais de fracasso, quando Stevie no auge da música My Chérie Amour, chamou o público para cantar junto a ele e simplesmente foi ignorado por uma platéia fria e entediada. O problema até então não parecia ser a performance, mas um tipo de público que sinceramente não estava ali para viver alguns flashbacks, seja nas canções já consagradas e de sucesso do Stevie, ou para relembrar a importância que teve Clark à TV norte-americana, ao olhar as inúmeras fotos que passavam no telão. Definitivamente os tempos mudaram. Onde estava o cérebro e o coração desses americanos é que eu não sei.  A propósito, o tributo a Dick Clark foi bem rápido, e confesso que foi melhor assim. O que adiantaria prolongar uma apresentação que já estava sendo rejeitada na segunda canção?

Logo em seguida, Swizz Beats se uniu a Chris Brown e Ludacris em um show pobre de iluminação, e papéis picados transmitidos no telão, que
saltavam junto as dançarinas no fundo, em uma tentativa muito mal sucedida de empolgar o público que mais uma vez se encontrava parado.
Nem mesmo aqueles lenços coloridos balançados por alguns fãs poderia nos enganar nos videos. Os rappers tinham suas vozes abafadas e o som eletrônico ao fundo estava mesmo é irritando.

Porém o que está mal não necessariamente vai piorar. Carrie Underwood sobe ao palco com a canção “Two Black Cadillacs“, e nos dá um pequeno descanso pelo que ainda está por vir. Carrie evoluiu bastante desde que lançou seu primeiro álbum, e a sua voz se manteve forte. Prova de que, mesmo com um aúdio péssimo, Underwood tentou sublimar a situação puxando ao máximo sua voz. Estava claro a força que a cantora usou para que sua voz saísse. Outra apresentação fraca que foi complementada pelas projeções patéticas de cadilacs pretos ao fundo. De todos as horríveis performances, essa foi uma das razoáveis.

Usher veio logo em seguida com um medley que arrancou gritos da platéia. Gritos que são é claro, resultado do seu sex appeal. Sua voz sumiu em alguns momentos, resultado do cansaço das coreografias e uma esteira por onde correu. O show de Usher foi de uma pirotecnia boa por sinal, quando comparadas as outras apresentações. Mas em algum momento dos 6 longos minutos de apresentação, possivelmente na metade, o público e o telespectador já estavam cansados com esse o excesso de danças, fumaça, e luzes. Ainda não haviam encontrado a fórmula do bom live. Uns com quase nada de efeitos especiais, outros com muito, mas a qualidade das apresentações era igual. Só mesmo Justin Bieber que parecia empolgado com a entediante performance de seu colega Usher.

No Doubt aterriza no palco e eu torci para não me decepcionar com a volta de uma das bandas mais originais dos EUA. De certo que a voz de Gwen stefani não é grande coisa, e com esse áudio defeituoso do evento, o que podia se esperar? Fogo, e luzes coloridas não esconderam outra apresentação ruim. Havia pouca atitude pro No Doubt que conhecemos, entretanto, prefiro me apegar a prerrogativa de que eles foram mais vítimas da terrível organização do AMA, do que falta de competência musical.

Pitbull trouxe então as músicas “Don’t stop the party” e “feel this moment” em uma explosão de luzes e dançarinas impecáveis. A platéia parecia mais agitada, principalmente com a segunda música que possui um sample de “Take on me” do A Ha. Foi quando também Christina Aguilera apareceu para um breve participação rápida e sem sal. Outra ilusão, nada parecia realmente especial e animador. Mal esse medley passou, entrou a banda Linkin Park com a canção “Burn it down” que de longe não possui metade da qualidade e atitude das composições antigas da banda. E o público engessado e porque não, estúpido, assistiu o Linkin Park entrar e sair sem “piar”.

Mas calma, se você só de ler isso tudo já ficou mais irritado do que assistindo. PSY veio para nos salvar, e pelo visto só ele tem a fórmula secreta do sucesso. O carisma e a presença divertida de palco, jogou pra lua o problema com o áudio. As pessoas se entregaram mesmo a esse hit, alguns arriscavam uns passinhos, outros a letra.

The Wanted entrou com “I Found you”. Mais uma canção parecida com as outras de sucesso do grupo. Performance água com açúcar.

Christina Aguilera que lançou álbum novo recentemente, era uma das promessas de apresentação nesse American Music Awards. O que parecia ser algo promissor com a intro “Lotus” (e um bom playback), mostrou suas caras nas músicas “Army Of me” e “Let There be love” em que Aguilera perdeu o fôlego mesmo sem dançar, e mal atingia seus famosos agudos. Péssimo live. E imaginar que esse evento poderia ajudar na divulgação de suas novas canções, só desanimou mais os fãs. Lá se foi uma boa oportunidade Christina.

Li em muitas notícias sobre o AMA que a grande estrela foi Justin Bieber. Eu só não sei aonde. A versão acústica “As Long as you love me” foi tão água com açúcar quanto o The Wanted, e eu não entendi até agora porque ele resolveu cantar a parte do rap. “Beauty and the Beast” é uma música muito bom também ofuscada por uma apresentação fraca.

E para encurtar a história, Nicki Minaj não trouxe ao palco metade de sua determinação, empolgação e esquisitice. A canção “Freedom” foi uma péssima escolha, em que Minaj mal saía do banquinho onde fez a performance, acompanhada de um playback desnecessário na hora do refrão, e um coro de cantores negros que parecia tão empolgante como uma festa num asilo em pleno dia de finados.

Pink infelizmente trouxe mais do mesmo. A ideia do clipe “Try” foi reproduzida na apresentação de “try” (tão fácil quanto 2+2=4), e ao menos a sua voz não decepcionou muito em meio ao show de horror que estava sendo o evento, porque pior mesmo era o que estava por vir. Kelly Clarkson esqueceu sua personalidade em algum canto qualquer antes de chegar ao American Music Awards, porque só isso explica. Nem mesmo o tão esperado medley de canções do início da carreira até os dias atuais, poderia nos fazer ignorar as falhas na voz, e o corpo congelado de Kelly. O que será que aconteceu com essas estrelas? Taylor Swift seguiu a mesma linha. E mesmo tendo se movimentado mais, a voz abafada e fraca não convenceu  O público gritou de empolgação quando Taylor trocou de roupa ali mesmo no palco. Outra ilusão, não entraria mais música alguma. Swift cantou apenas “I Know you were trouble” com muito esforço, e luzes piscantes (leia-se entediantes).

Agora eu me pergunto: O que acontece quando uma premiação de peso, faz com que as grandes divas percam a voz, e as novidades da música pop pareçam animadas como um funeral? Quem se menos espera faz o serviço direito, e consegue ir além do “feijão com arroz” que conhecemos. Foi o caso da Ke$ha, que não tem uma potência vocal muito forte, mas que trouxe uma boa performance, e não usou os efeitos de iluminação como bengala para uma performance fraca e pobre. Ke$ha não só conseguiu também driblar o áudio problemático, quanto dançou e se arriscou tocando os tabores cheia de atitude. Ludacris bateu palmas, nós também.

Mas tudo que é bom dura pouco. A revelação Carly Rae Jepsen cantou “This Kiss” e “Call me maybe” tão fraca quanto uma pata. Definitivamente, estrelas como a Carly só produzem hits para que ou escutemos na balada, ou possamos assistir na TV a cabo, um fracasso ao vivo.

Bem, apesar das dificuldades de vários artistas, o grande vilão foi mesmo o áudio e os efeitos pobre especiais. O corte nos custos do evento ficou tão notável, que causou vergonha: para aqueles que assistiram e que participaram. Pela primeira vez na vida, artistas fracos e bons artistas ficaram quase que nivelados. Um AMA para se esquecer. a lista dos ganhadores:

 

Por Juliana L. Farias

Para assistir os vídeos da premiação, clique no link oficial American Music Awards 2012.

 

 

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