Artista plástica realiza mostra a partir de uma antiga instalação
Em 1996, no Museu do Açude, Claudia Bakker realizou a emblemática instalação “A Via Láctea”, feita com aproximadamente 3.000 litros de tinta branca e a utilização de muitas copos-de-leite, flor conhecida por rara beleza. Partindo deste trabalho, a artista resolveu realizar uma nova mostra mediante desdobramento dessa sua obra de 16 anos atrás, através de registros fotográficos da mesma: “Minhas instalações são efêmeras, e o que fica são os registros. São eles que, enfim, desencadeiam outros trabalhos, outros textos e pensamentos para obras novas”, reforçou a artista.
Nessa sua próxima exposição individual, dia 24, na galeria Anita Shwartz, Claudia vem produzindo quatro novos grandes momentos, todos dentro do seu já conhecido estilo em mesclar pintura e fotografia . Além da aguardada atualização de “A Via Láctea”, a obra que dá nome a mostra (“Um encontro entre poetas e pintores”) promete se destacar, consistindo-se no livro intitulado de Lúcio Fontana, curiosamente todo perfurado. Mas a artista preferiu não entregar totalmente o jogo e apenas reforçou que os copos-de-leite e outros elementos da natureza, decorrência fortíssima nos seus trabalhos ao longo de sua carreira (sejam fotos ou instalações), estarão de volta, como afirmou a própria: “É um assunto muito presente pra mim, busco inspiração num contato solitário com a natureza, é como eu me posiciono no mundo”.
Por Alessandro Iglesias