Artista visual brasileiro inaugura exposição “Artivismo”, em Lisboa
O papel político da arte é o mote da exposição “ARTIVISMO – A ARTE POLÍTICA DE ANDRÉ DE CASTRO”, primeira mostra solo do artista visual brasileiro André De Castro na Europa. A exposição será inaugurada no dia 13 de dezembro, no Espaço Espelho D’Água, em Lisboa, e irá reunir os projetos “Movimentos” (2013-2014) e “Liberdade Já” (2015), que repercutiram mundialmente as serigrafias criadas por André para retratar temas políticos como as manifestações recentes nos EUA, Brasil, Turquia e Grécia, e os jovens presos políticos de Angola.
As serigrafias de André de Castro participam como importantes agentes de acontecimentos políticos internacionais. As imagens, produzidas em paralelo com o desenrolar dos eventos, passam a fazer parte dos debates de cada momento e seguem, posteriormente, como registro do fato histórico.
“Ao expor ‘Movimentos’ e ‘Liberdade Já’ juntos, a mostra permite um recorte da arte como ator social, questionando intenção, recepção, apropriação e estética nas ruas e na internet”, afirma o artista que seguirá com a exposição por outras cidades europeias.
“Movimentos”, primeiro projeto político de André De Castro, criado em 2013, foi selecionado para a 11ª Bienal Brasileira de Design Gráfico e visto por mais de 40 mil visitantes, passando por Miami durante a Arte Basel 2013, Opus Gallery, em Nova Iorque em 2014 e em 2015 pelo Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte e Brasília e pela Caixa Cultural do Rio de Janeiro.
Resultado de entrevistas realizadas através das mídias sociais com os manifestantes, as serigrafias do projeto movimentosretratam as identidades políticas dos manifestantes de diferentes países. O painel, conjunto com trinta retratos e suas referencias, estabelece um dialogo visual que convida o público a comparar as referências e perceber divergências e possíveis pontos em comum entre as composições.
O projeto “Liberdade Já”, criado em 2015, é composto por mono-prints em serigrafia dos jovens presos políticos de Angola, soltos em 2016. Os retratos, embora criados concretamente, com luz, água, com tinta e papel, viveram e se replicaram no mundo digitalapropriado por familiares, manifestantes e pela Anistia Internacional. Mais que isso, as imagens viajaram através das redes e retornaram ao mundo concreto, em outros países, reproduzidas em camisetas e impressos tornando-se peças fundamentes para mobilização e mudança.
As serigrafias foram expostas em mostras coletivas em Lisboa e Nova Iorque, em 2016, e tiveram a renda revertida integralmente para as famílias dos presos políticos.