Bon Jovi brilha absoluto em noite de hits no Rock in Rio

Considerado “o dia dos casais”, a sexta-feira do Rock in Rio que prometia grandes hits teve no Bon Jovi sua estrela absoluta. Mesmo com ausência do baterista Tico Torres, hospitalizado às pressas, e do guitarrista Richie Sambora, demitido da turnê, o grupo americano incendiou a Cidade do Rock. Com surpresas no Palco Sunset, onde a cantora americana Grace Potter roubou a cena, bandas como Matchbox Twenty e Nickelback também agitaram os fãs no Palco Mundo.

No Palco Sunset, o grupo português The Gift, que contou com os brasileiros do Afrolata, abriu o cenário musical. Com um repertório que passeava por canções em inglês e até “Índios”, do Legião Urbana, os lusitanos abriram os trabalhos no Rock in Rio ainda vazio. Sónia Tavares, vocalista da banda portuguesa, a todo momento conversava com a plateia que ainda chegava a Cidade do Rock.

Logo depois foi a vez da voz suave de Mallu Magalhães se juntar aos arranjos clássicos da Banda Ouro Negro dar o tom no palco. Visivelmente nervosa, a cantora apresentou músicas do seu repertório sozinha, como “Cena”, Ô Ana” e “Olha só morena”. Em seguida os demais covidados entraram em cena.

Porém, em “Lost Apetite”, já com a Banda, Mallu teve dificuldade em acertar o tom da música e precisou interromper:

– Tô errando, Mario (Adnet, o maestro)? Maestro é novidade pra mim… – falou ao microfone a cantora de  21 anos.

Candidata a musa do Rock in Rio, Grace Potter veio na sequência com muito swing e hits, ao lado de Donavon Frankenreiter. Arriscando um português com sotaque, a cantora elogiou a plateia e ao final de ‘Never Go Back’, Grace tirou o salto alto.

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Com muita animação por parte dos fãs, os dois se juntaram nas músicas ‘Move by Youself’, de Donavon, e “Miss You”, do The Rolling Stones e incendiaram o público, que já se aglomerava em grande número a essa altura. Usando sensualmente sua guitarra Flying-v para fazer solos, a loira arrancou suspiros dos marmanjos e muitos aplausos das meninas.

Ao final da apresentação, todos os integrantes se juntaram em torno da bateria e cada um tocou uma peça do instrumento. Com o público em delírio, o Palco Sunset ganhou, enfim, um show que agradasse a gregos e troianos.

Fechando o lineup do dia no local, Ben Harper e Charlie Musselwhite dividiram o palco com muito soul music e um balanço que combinava com o ambiente que o público encontrou ao longo do dia. Na maioria das músicas, a banda fazia a base para Charlie pudesse solar na gaita.

Apesar do público aparentemente menos participativo que o show anterior, a palteia reagiu bem e aplaudiu bastante a cada canção, como em “The blues overtook me” e “I don’t believe a word you say”. Ao fnal da apresentação, os dois fizeram um cover de Led Zeppelin, “When the levee breaks”.

Palco Mundo leva o pop rock aos quatro cantos da Cidade do Rock

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Primeira atração do dia, Frejat repetiu a fórmula de 2011 e colocou todos para dançarem ao som de clássicos da MPB e do Barão Vermelho, mesclado a sua carreira solo. Fazendo lançamento da turnê “O Amor é Quente”, o cantor iniciou os trabalhos com “Divino Maravilhoso” do Caetano Veloso.

Com diversos hits, o guitarrista passeou pela sua trajetória e executou “Maior Abandonado”, “Exagerado”, “Por que a gente é assim?” e “Beth Balanço”. Num dos momentos mais descontraídos da noite, Frejat pediu a palavra:

– Todo mundo tem um cantor favorito. Por isso, agora vou cantar uma música do meu… – afirmou, para depois cantar “Não quero dinheiro”, do Tim Maia.

Além de “Por você” e “Segredos”, apresentou ao público sua nova música de trabalho e que dá nome a turnê. Ao final, repetindo o que o Barão fez em 1985 e que gerou um tom político até hoje lembrado, encerrou com “Pro dia nascer feliz”. O público pediu mais, porém não houve bis.

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Misturando riffs de guitarra com viradas do pop da bateria, o Matchbox Twenty começou o seu show com uma pegada cheia de balanço e que logo caiu no gosto dos presentes. O vocalista Rob Thomas arriscou um “Rio, eu te amo” e logo foi reverenciado pela plateia que lotava o Palco Mundo.

Entre os hits estavam “Disease”, que foi tema da novela “Mulheres apaixonadas”, de 2003, além de “3 A.M.”. Como de costume entre as bandas pop, o tecladista de apoio da banda vestia uma camisa da Seleção Brasileira.

Uma das curiosidades da banda era a inversão constante dos integrantes durante as músicas. Em “Jumpin’ Jack Flash, cover dos Rolling Stones, o baterista Stacey Jones foi para a guitarra e o guitarrista Paul Doucette foi para a bateria. O encerramento do show foi com o sucesso “Push”.

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Penúltima atração do dia, o Nickelback entrou em cena com várias canções conhecidas do público feminino e muita euforia por parte das adolescentes. Considerada uma banda “muito comercial”, os canadenses executaram sucessos como “Far Away” e “Never Gonna Be Alone”.

Sempre irreverente e conversando com os fãs, Chad Kroeger, que é casado com a também canadense Avril Lavigne, brincou sobre a apresentação do Bon Jovi, que viria depois:

– Quando o Bon Jovi estiver cantando ‘Livin’ on a prayer”, eu estarei descendo pela tirolesa e gritando ‘Oooooh we’re half way there” – disse, em meio às gargalhadas de todos.

Prometendo voltar em breve, o grupo cantou “Too bad” e fez um enorme mar de braços para o alto. Após “Someday”, dispararam seu maior hit, “How you remind me”. Encerrando a apresentação, “Burn It to the Ground” fechou com chave de ouro o show que rendeu bons coros dos fãs.

Depois de muita espera, uma das atrações mais aguardada de toda história do Rock in Rio pisou pela primeira vez no Palco Mundo: Bon Jovi. Não decepcionando os 85 mil presentes, Jon Bon Jovi comandou seu público como sempre e esbanjou hits. O show começou com “That’s What The Water Made Me”, música do novo disco “What about now”. Em seguida, um dos maiores sucessos do grupo, “You give love a bad name”.

Apesar de toda apreensão sobre o novo baterista que assumiu o posto às pressas no lugar do titular, Tico Torres, que teve um sério problema de saúde, Rich Scannella não sentiu a pressão e parecia veterano de banda com as baquetas. Ainda assim, o local onde ficou estava sem iluminação e o músico foi quase um anônimo.

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Alternando sucessos e canções dos novos trabalhos, em “It’s my life” a Cidade do Rock explodiu como poucas vezes durante a noite. A resposta do público era imediata em cada repetição do refrão. Em “Runaway”, outra canção famosa, novamente os fãs responderam à altura.

Durante a canção “Who Says You Can’t Go Home?”, um dos momentos que entrarão para a história do Rock in Rio: Uma fã chamada Rosana e que estava com um cartaz escrito “Jon Bon Jovi, por favor tire uma foto comigo”, foi chamada ao palco pelo próprio. Visivelmente emocionada, a moça foi surpreendida com um selinho do cantor. Não satisfeito, Jon tirou diversas fotos (ver abaixo) e, ao final, novamente outro selinho. A plateia entrou em euforia. E lá ela ficou, dividindo o microfone com o vocalista até o final da música.

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Se o público estava sem fôlego, ficou mais aceso ainda com o cover de “Start me up”, dos The Rolling Stones. Curiosamente, esse foi o terceiro cover da banda britânica no dia, haja vista que anteriormente Grace Potter e Nickelback também fizeram.

O bis contou com “Wanted dead or alive”, além de “Have a nice day”. E para encerrar uma apresentação apoteótica, não poderia faltar o clássico “Living On’ A Prayer”, que fez explodir um show que parecia não ter mais para onde subir.

Ao final, Jon Bon Jovi explicou o porquê do Tico Torres não estar presente e mandou uma mensagem:

– Antes de embarcarmos para cá, ainda em Nova Iorque, Tico descobriu um novo problema e não pode estar aqui. Mas ele foi a nossa inspiração esta noite, então fica todo nosso ‘obrigado’ a ele. O médico autorizou que ele volte na semana que vem, em 10 dias, para continuarmos a turnê – disse um emocionado Jon.

A banda se reuniu em frente ao público e se despediu, mas depois de tantos pedidos por “Always”, o cantor voltou ao palco e fez a alegria de todos. Um coro de dezena de milhares de vozes acompanhou Jon Bon Jovi durante os quase 4 minutos da canção. Parafraseando as palavras de Getúlio Vargas, Bon Jovi saiu do palco para entrar na história do Rock in Rio.

Por Bruno Guedes
Fotos: Divulgação – Rock in Rio e Rosana Guedes (Arquivo Pessoal)

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