Clássico “Édipo Rei” ganha adaptação brasileira com grande elenco

Édipo Rei é a peça que inova o uso da Tragédia em palcos brasileiros. O Elenco escolhido segue fielmente cada característica dos personagens.

Gustavo Gasparani vive Édipo e sua mãe é interpretada por Eliane Giardini. Junto à eles estão Fabianna de Mello e Souza, Pietro Mario Bogianchini, Thiago Magalhães, Nina Malm e Louise Marrie. Como se não bastasse tais nomes, o diretor Eduardo Wotzik mergulhou em ousadia e percebeu como Édipo rei se tornou pioneiro na introdução da Tragédia nos palcos nacionais, palcos estes que, com o tempo se sentiram obrigados a introduzir Tragédia em suas peças, e não foi a toa. As fontes de inspiração surgiram de de três grandes tragediógrafos gregos: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. O segundo é o criador do clássico Édipo Rei, e se o nome não lhe parece estranho, atente para o seguinte fato: foi este misto que auxiliou Freud a desenvolver os princípios da psicanálise e estimulou os atores a se realizarem de forma mais intensa e completa como profissionais.

O diretor Wotzik pegou a história e criou a adaptação com um elenco que pudesse se encaixar nas características de cada personagem de Sófocles, como faixa etária por exemplo. Agora a peça é reproduzida no palco do Teatro SESC de Copacabana desde a estreia que ocorreu ontem (6) reproduzindo com maestria a dramática história do homem que foi surpreendido por uma profecia. Coroado Rei de Tebas assassina seu pai e vítima de uma maldição, acaba se casando, só que sem saber que seria com sua própria mãe.

O ator Gustavo Gasparani escolheu montar uma produtora que fosse capaz de recriar o clássico. “Completo 30 anos de carreira e não poderia deixar de fazer este trabalho. Para se ter uma ideia de sua importância, criei a produtora ‘Coisas Nossas’ especialmente para montar o espetáculo. Fazer parte de Édipo Rei é um grande desafio para qualquer ator e, ao mesmo tempo, é instigante e prazeroso”, explica.

A concretização do trabalho vem de um contato anterior entre Gasparani e Eduardo Wotzik. Os dois trabalharam juntos em 2008, na leitura dramatizada do texto, dentro do projeto “Auto Peças”, que aconteceu também do Teatro Sesc. A boa repercussão chamou a atenção dos idealizadores, que foram à fundo em suas as pesquisas desejando assim transformar o evento, em um grandioso espetáculo. Para o diretor Eduardo Wotzik, a história rendeu até mesmo o tema de sua tese de Psicologia.

“Em Édipo Rei, estamos diante do princípio do teatro, do princípio do direito, do princípio da psicanálise, do princípio de quase tudo que gera o mundo ocidental, por isso essa história me atraiu tanto. Meu maior desafio é alcançar um pouquinho do nível de inteligência e sensibilidade que Sófocles representa. É realmente um gênio da raça, e sua peça, a melhor jamais escrita. Estou sendo exigido no melhor que posso extrair de mim. E isso é maravilhoso. Perseguir o melhor que minha profissão pode me oferecer é necessário. Estou tendo o privilégio de dialogar com um sujeito desse nível, que é Sófocles. E isso me exige. E me deixa em êxtase”, diz Eduardo.

A peça fica em cartaz até dia 23 de dezembro no Teatro Sesc.

Serviço

Copacabana
Espaço Sesc
qui, sex e sáb 21:00 (dom 19:30)
R$ 20.00

 

Por Juliana L. Farias

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