Cult Magazine entrevista Suprema
Como surgiu a ideia de fazer um álbum conceitual, “Traumatic scenes” baseado no filme “O invisível” de David Goyer?
Douglas Jen: Primeiramente saudações galera da Cult Magazine, e também aos leitores! Na verdade a ideia do álbum conceitual surgiu antes da ideia de ilustrar o filme. Antes mesmo da concepção do primeiro EP da banda, o “Spyeyes”, eu já tinha em mente a história do Traumatic Scenes, que era de abordar os diversos estágios da mente humana.
Quando eu assisti o filme “O Invisível” eu fiquei chocado como as ideias do disco estavam todas ali implícitas no filme, e a cada cena eu conseguia visualizar certa música do CD. Por isso não se trata de uma narração do CD, mas sim a visão poética de temas abordados no filme como ódio, fúria, amor, memórias, visões, suicídio e tantos outros temas. Quem assistir o filme e ouvir o CD da banda vai conseguir se sentir dentro destes dois mundos.
Qual seria a fórmula da banda SupreMa para ter se tornado em tão pouco tempo, um dos maiores nomes do metal nacional?
Douglas Jen: Na verdade eu sempre digo que tudo o que vivemos é apenas o começo, temos muito gás e muita garra, e sabemos onde queremos chegar, talvez esta vontade e entusiasmo é o que move a máquina. Temos 8 anos de estrada, muitas coisas boas, pontos altos e baixos, mas costumo dizer que a história da banda é uma história muito bonita porque nunca nos envolvemos com polêmicas ou problemas, e nunca precisamos passar a perna em ninguém para conseguir o nosso. Talvez este seja o “segredo”, trabalhar da forma mais honesta e correta, sempre!
Vocês acham que isso acontece devido a uma carência de boas bandas de metal no Brasil, ou justamente há um diferencial? E qual seria?
Douglas Jen: Carência definitivamente não é, eu poderia citar pelo menos uns 30 nomes de bandas de alto nível que fazem frente a qualquer artista gringo. O publico brasileiro está bem servido de artistas, só precisam abrir um pouco mais os olhos e realmente incentivar e ir aos shows, tem muita pérola na cena que o público ainda não se deu a chance de conhecer. Falando agora de SupreMa, o diferencial sempre foi o que disse anteriormente, trabalhamos da forma mais honesta e correta sempre, e respeitamos os fans, tanto é que em todos os shows descemos do palco e vamos na mesa do merchan atender até o ultimo fan, em Maceió em 2010 tocamos com o Blaze Bayley (ex-Iron Maiden), acabamos fechando a noite e ficamos por la até praticamente 4h30 até o ultimo fan! Este respeito é mutuo e o fan reconhece e comparece nos shows. Acima de qualquer diferencial musical, a tratativa sempre vai ser um diferencial que buscamos ter.
Inicialmente Douglas Jen tinha um projeto de fazer uma banda de Metal Opera, quando e como ocorreu essa transição para o power/prog metal que resultou no SupreMa?
Douglas Jen: Sempre tive a ideia de fazer uma metal opera, e minha ideia era fazer com o SupreMa. Mas os laços e o método de trabalho fez com que se tornasse uma banda. O som do primeiro trabalho “Spyeyes” é bem voltado ao Power Metal mas com uma linha mais sinfônica, e tivemos muitas mudanças de integrantes até consolidar esta formação atual, e quando troca-se de músicos você acaba trazendo novas influências e novas ideias. Não que antes não tínhamos uma veia mais progressiva, mas naquela formação não era tão aplicável, hoje em dia conseguimos expressar bem o lado mais agressivo do power chegando alguns momentos a ser bem thrash (como na música Burning my soul), e também o peso e complexidade do progressivo, é um estilo que temos apostado bastante e a galera tem gostado desta mistura.
A banda inicialmente teve que procurar um baixista e um baterista novos, como foi feita essa escolha?
Douglas Jen: na verdade somente eu sou remanescente da primeira formação. O Pedro e o Gabriel tocavam juntos em outra banda aqui no ABC paulista, e quando precisei de vocalista logo convidei o Pedro, meses depois precisei de baixista e o Gabriel foi chamado também. É aquela situação, quando você precisa de algo corre para os amigos, e nestas situações em especial tive a sorte deles serem também ótimos músicos!
A entrada de Rafael Rosa veio a somar na carreira do SupreMa sendo um músico de experiência. Em sua bagagem, a participação no aclamado álbum “Time to be Free” do André Matos. Vocês já se conheciam? Como surgiu a ideia do convite?
Pedro Nascimento: Na verdade o Douglas Jen e o Rafael Rosa já haviam tocado juntos em 2005, sendo assim, já existia um “elo” dele com o SupreMa. Então quando surgiu o convite ele já tinha um certo conhecimento sobre nosso trabalho e sua entrada aconteceu de uma forma bem natural ocorrendo um entrosamento quase que instantâneo com os outros integrantes da banda.
O Nordeste é conhecido por ritmos como o forró e o axé, porém, vocês foram destaque no carnaval de Salvador e Fortaleza, é claro, para os fãs de metal. Como é o público nordestino e qual foi a repercussão da tour Traumatic Scenes?
Pedro Nascimento: O público no Nordeste tem sido sempre muito receptivo e caloroso. Na maioria das vezes os fãs comparecem em massa e os shows são sempre bem agitados e com muita interação por parte do público. Nós não temos uma noção exata da repercussão da Turnê TRAUMATIC SCENES no Nordeste, mas como a banda não pode passar por todas as capitais que já passou anteriormente, temos recebido dezenas de emails e mensagens do pessoal pedindo mais uma tour!
Não é fácil produzir música no Brasil, quando se trata de estilos que fogem do “popular” esse espaço fica mais debilitado. Ter buscado sites específicos de rock foi a solução para que o EP “Spyeyes” pudesse ter sido tão bem divulgado, sendo recordista em acessos pelo site Whiplash? Como foi esse processo independente?
Douglas Jen: O “Spyeyes” ganhou ótimas resenhas em dezenas de sites e em todas as revistas de metal da época, e em 2005 e 2006 ficamos sempre no topo de votações populares como a do Whiplash e tantas outras. Mas o que realmente foi o ponto decisivo para a promoção da banda foram os ótimos shows que fizemos, banda sempre preocupada com a produção, com o som, com a equipe, com cada detalhe. Fizemos bons shows com o Andre Matos em São Caetano e em Recife, fizemos também show com Primal Fear, e fomos atrações de grandes festivais como Araraquara Rock e River Rock em SC. Esta sequência de bons shows talvez tenha sido o fator mais favorável da banda, pois não adiantaria toda mídia em sites, e radios, se ao vivo o show não agradasse aos fans.
O Traumatic Scenes demorou praticamente 2 anos sendo produzido, fale um pouco sobre as expectativas iniciais e os resultados por parte do público.
Pedro Nascimento: A gravação do CD foi quase uma “Odisséia”. Começamos em meados de 2009, depois das composições estarem prontas fizemos as prés de cada música do Álbum. Logo após iniciamos as gravações de Bateria e posteriormente aconteceram alguns problemas familiares do produtor e muitos projetos paralelos dos integrantes acabou atrasando a conclusão. Mas os resultados finais foram muitos satisfatórios creio que para todos os integrantes do SupreMa e acho que para muitos fãs também pois temos recebido uma reposta muito positiva deles em relação ao Traumatic Scenes em todas mídias sociais e principalmente no Youtube com o video clipe da Nightmare (http://www.youtube.com/watch?v=7pq-bRG2zPI).
Como surgiu a ideia de produzir o making of das gravações para o youtube?
Pedro Nascimento: A produção de making of das gravações de álbuns já é uma prática quase que tradicional “lá fora”, e muitas bandas nacionais também estão aderindo a ela. É claro que o SupreMa não ia ficar de fora dessa, mesmo porquê nós temos sempre a preocupação de manter os fãs bem informados sobre todos os nosso passos e além do mais, em tempos de TWITER e YOUTUBE, os fãs “clamam” pela maior cobertura possível do cotidiano da banda e assuntos relacionados a ela.
Como está sendo a aceitação da banda fora do Brasil?
Pedro Nascimento: Acreditamos ser muito boa, até porquê já tivemos algumas músicas veiculadas em rádios estrangeiras, até mesmo nos Estados Unidos onde o mercado é tão concorrido, e recebemos algumas propostas de gravadoras ao redor do mundo inclusive na Europa.
Douglas Jen: Recentemente entramos para a coletânea da Stormblaze Entertainment que nos agencia na America do Sul, e a repercussão tem sido bem grande. Logo depois do show de lançamento oficial do CD em SP e a da tour brasileira vamos dar uma atenção enorme aos fans do exterior e a ideia de uma tour internacional cada vez mais vem se amadurecendo!
Quais são os frutos colhidos até agora depois de cinco turnês pelo Nordeste?
Pedro Nascimento: Muitos fãs fiéis e realmente comprometidos em apoiar nosso trabalho. Também foram abertas muitas portas para o SupreMa em relação a grandes eventos, às mídias locais e a toda a cena do Rock e Heavy Metal no Nordeste de forma geral.
Algum recado para os fãs?
Douglas Jen: Primeiramente obrigado pelo espaço cedido para este bate papo, sempre bom contar o momento atual da banda, e ainda mais com o disco recém lançado e muitas novidades acontecendo, a cada semana que passa as noticias vêm a tona e o pessoal precisa ficar atualizado. O recado é que no momento estamos preparando para voltar a tocar em SP e na região sul/sudeste. Fizemos 5 tours Norte/Nordeste e não tocamos em SP capital desde 2007. Então fiquem ligados que estamos preparando shows inesquecíveis com toda produção da banda, cenário e tudo o que o pessoal já acompanhou no site da banda sobre a Tour Nordeste 2012… Tenham certeza, estamos preparando mais ainda para SP! Vou deixar o site para conferirem as novidades www.suprema-online.com , e os contatos para shows devem ser feitos através da Furia Music Produções pelo email contato@furiamusic.com.br , abração a todos!
Por Juliana Farias