Emicida, Carol Konka e Johnny Hooker trouxeram muitas histórias no painel “Além da Música”, na Rio2C

Na Grande Sala/Petrobras tivemos ontem (05/04) o painel “Além da Música”, na Rio2C, onde Emicida, Carol Konka e Johnny Hooker, mediados pelo crítico Leonardo Lichote, desenvolveram uma prosa maravilhosa sobre o poder transformador da música sobre as suas vidas. E o que não faltaram, foram histórias incríveis, impossível pontuar TUDO integralmente por aqui, mas selecionamos alguns pontos bem interessantes de suas trajetórias

Começaram com suas influências. Carol e Emicida despertaram através do samba (seu pai era DJ), e Johnny Hooker pelo cinema primeiro, e depois ainda mais informações foram provindas da mãe punk e do pai MPB.

O HIP-HOP, como cultura transformadora, já foi um processo natural para os rappers da mesa. Racionais impactou muito Emicida, e foi o estopim para seu início nas rimas. A fita ainda VHS “Na cama com Madonna”, foi fundamental para a formação do caráter transgressor de Hooker. Viu ali transformação social, voz, tolerância, liberdade e sexualidade, que foi fundamental para seu nascimento artístico. Veio com o contato do público, após o primeiro disco, a necessidade de se representar politicamente.

Dançar tb é revolucionário, não se exclue, foi um consenso geral. “Gandaia”, “foi para expressar liberdade feminina”, disse Carol, sobre um dos seus sucessos. Sem discurso radical proeminente, a satisfação pura e simples da música une as pessoas, faz elas se conectarem. James Brown foi citado como grande referência para a consolidação da liberdade artística na música negra.

Funk Carioca x Rap Paulistano, bom exemplo de como as coisas se dividiam, citado por Leonardo. Emicida disse que foi um erro do rap, já que o discurso de conscientização, era exatamente para que o negro pudesse ser feliz dançando, tendo seu espaço. Citou uma viagem que fez ao Continente Africano, onde sua “ficha caiu”, no quanto a dança poderia contribuir para essa aproximação que se deu. Consciência sempre, mas com alegria!

Alegaram todos que o mainstream não representa uma ameaça artística, pois dá visibilidade e um alcance maior. Só fizeram uma crítica à apropriação estapafúrdia, e deram como exemplo o rapper Vanila Ice. E tb as pessoas que se incomodam com o sucesso no país. Carol e Emicida reforçaram que nessas horas se percebe como o racismo ainda é imponente, pois causa incômodo, enquanto deveriam se sentir representados, pelas conquistas do negro no Brasil.

Discursos que criam ambientes seguros, pela igualdade de direitos, todos contaram suas experiências, no qual os shows representam esse porto seguro.
RETROCESSO, é como todos vêm o país no momento, e todos lamentaram bastante o processo político vigente e a mentalidade ultra-conservadora que vem crescendo.

Papo que duraria horas, com cabeças tão representativas da nova geração, foi um deleite para quem pode estar presente. Mais um momento incrível da Rio2C!

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