Eric Clapton, Joshua Redman, Aaron Parks e Kurt Rosenwinkel participam do novo álbum do guitarrista brasileiro Daniel Santiago

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>>Assista ao clipe de “Open World” (feat. Eric Clapton)

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O guitarrista, compositor e multi-instrumentista Daniel Santiago vem construindo uma sólida e prolífica carreira por mais de duas décadas, através do lançamento de discos solo e inúmeras colaborações com peso-pesados da música, entre eles Milton Nascimento, João Bosco, Ivan Lins e Hamilton de Holanda, com quem gravou vários álbuns e juntos foram indicados a quatro Grammy Awards consecutivos. Santiago se destacou também como produtor e compositor da banda O Teatro Mágico.

“Song For Tomorrow” é seu quinto registro de estúdio e traz uma notável lista de convidados especiais, que conta com Eric Clapton, Joshua Redman, Aaron Parks, Pedro Martins e Kurt Rosenwinkel, que assume também o posto de produtor do álbum. As gravações começaram em fevereiro de 2020, em Berlim (Alemanha), mas com a chegada da pandemia tiveram que seguir de forma remota, respeitando as regras de distanciamento social vigentes até o momento. 

“’Song For Tomorrow’ remonta a minha infância. A música à minha volta nos anos 80. O Clube da Esquina e toda MPB, os discos de rock pós-Rock in Rio, o rock daqui de Brasília, o synth pop europeu que minha mãe ouvia no carro, o violão embaixo do bloco na Asa Norte. Mas sobretudo, resgata minha relação com a música antes de me tornar músico. Tipo a sensação do meu pai cantando “Fazenda”, do Nelson Angelo, pra eu dormir, minha mãe curtindo “Voyage Voyage” ou alguma música do Duran Duran no rádio; ou meus primos ouvindo Pink Floyd, Led Zeppelin, Cream e Dire Straits” – conta Daniel.

O projeto teve início a partir de um encontro inusitado. “Sempre sonhei em trabalhar com o Kurt Rosenwinkel, hoje um dos guitarristas mais influentes do jazz e um dos meus grandes ídolos tanto como instrumentista como compositor. Quando participei do Crossroads Guitar Festival 2019, tive a chance de conhecê-lo pessoalmente por meio do meu conterrâneo e grande amigo Pedro Martins. O interessante nisso tudo é que fui eu que apresentei a música do Kurt pro Pedro e, depois de mais de 10 anos, o Pedro me apresentou ao Kurt em pessoa e foi o Kurt que me conectou ao Eric Clapton”.

Através de “Song For Tomorrow”, Daniel Santiago pretende valorizar a importância do convívio, da amizade e da atenção para com o próximo. Esperança no amor como antídoto para o mundo individualizado de hoje. “Este é um álbum de um eterno sonhador” – completa ele.

FAIXA A FAIXA por Daniel Santiago

“Open World” – Meu pai me levou a um show do Eric Clapton, em Brasília, quando eu tinha uns 11 anos de idade, e desde então ele se tornou um dos meus heróis. O envolvimento dele neste projeto é a realização de um sonho pra mim. E ter Kurt Rosenwinkel produzindo o álbum é igualmente poderoso, já que ele e Clapton são as minhas maiores inspirações na guitarra. Eu me sinto muito grato e imensamente feliz por poder contar com eles no álbum.

“Song For Tomorrow” – Essa música representa minha conexão com o Clube da Esquina, uma das influências mais importantes na minha formação. Depois que compus a melodia, convidei meu parceiro Fernando Anitelli (O Teatro Mágico) pra ajudar na letra. Ele imediatamente se identificou e acabou aprimorando a própria estrutura da música, colocando letra numa parte que seria instrumental e, no final, essa melodia acabou virando o refrão. A gravação dessa música aconteceu à distância. Logo que eu mandei pro Kurt Rosenwinkel ouvir, ele me disse que a faixa precisava de um solo de guitarra bem marcante, que remetesse à melodia. Na mesma hora eu pensei que ele seria o cara pra fazer isso. Dito e feito. O Kurt nos brinda com um dos momentos mais emocionantes do disco.

“O Que Valerá” – Gosto muito daquela junção de world music com jazz, presente no “Native Dancer”, do Wayne Shorter, ou no “Bring on the Night”, do Sting. Quando terminamos a base da música, imaginei um saxofone, numa jam rock. Aí o Kurt falou: “Tem que ser Joshua Redman!” Apesar de eu ter tocado em outras oportunidades com o Joshua e saber que ele gostava do meu som, não imaginei que seria fácil tê-lo no álbum. Foi uma grande honra ele ter aceitado o convite.

“Clara Manhã” – Escrevi como se fosse uma música de ninar pra minha filha. Me transporta para a minha época de infância, em Brasília, ouvindo Pink Floyd e Beach Boys. Mostrei pro Kurt e falei que achava que um piano ficaria bonito. Eu já tinha pensado no Aaron Parks. O Aaron esteve em SP e ficamos amigos. Eu, que já era fã, ainda descobri que ele tinha me citado como um dos compositores brasileiros que ele mais gostava. Fiquei muito feliz com a sensibilidade e musicalidade que ele trouxe pra música.

“How It Should Be” – Compus pensando nas relações humanas. A importância de fazer amigos e do convívio com o outro. Gravamos essa faixa em Berlim ao vivo e depois adicionamos outros instrumentos e mais vozes. Kurt na batera, Pedro no baixo e eu tocando guitarra e cantando. Esse é um dos momentos que guardo com mais carinho nesse processo de gravação. Foi pouco antes da pandemia, então vivemos aqueles dias intensamente, gravando tudo que podíamos, intercalado apenas por uma boa cerveja e sinuca, na esquina do estúdio.

“Mundo” – Música que fiz em 2009. Foi a primeira faixa que gravamos em Berlim. Lembrei do Naná Vasconcelos no “Milagre dos Peixes”, do Milton Nascimento, e resolvi fazer uma homenagem pra ele colocando uma conga dobrada com a voz. Pedro Martins é o convidado dessa música, criando camadas de melodias tão naturais, de quem tem uma sensibilidade rara.

“Não Pode Apagar (Fly Lua, Fly)” – Essa também gravamos em Berlim.

O Pedro Martins na bateria, violão e voz; eu no baixo, violão, synths e voz; o Kurt na guitarra e vocais. Quando terminamos a base o Pedrinho falou: “Kurt está faltando uma guitarra sua”. Ele encontrou um som de guitarra incrível e começou a fazer uma melodia mais bonita do que outra. Na letra eu falo dos nossos desafios internos na busca de crescimento como ser humano, com qualidades e defeitos.

“Progressive” – Toninho Horta, Tavinho Moura e o rock progressivo inglês, principalmente Yes. Essa música é minha homenagem a esse universo. Eu o Pedro, como um momento de retorno às origens, à essência da nossa música.

“Roots” – Minha família. Minhas raízes profundas e interioranas. Uma homenagem aos meus avós. Mas principalmente meu avô, de Minas Gerais, que tinha alma de artista e seu nome ecoa no meu, Santiago. Aquela imagem das festas e do nosso sincretismo, onde as culturas africana e cristã se encontram.

“From The Mountains” – O título já diz tudo. Música das montanhas. As montanhas de Minas, mas também as montanhas da Chapada dos Viadeiros. Música do alto. Eu e o Pedro, de novo num momento intimista. Gravamos em Berlim, no sofá do estúdio, com o Kurt do nosso lado.

“Heroes” – Música de quem nasceu em Brasília e cresceu nos anos 80 e 90. Falo sobre a luta de alguns contra um inimigo imaginário, e sobre a confusão dos tempos atuais onde tudo é relativizado. O Pedro Martins me ajudou a compor e o Frederico Heliodoro ajudou na letra. Na bateria, Renato Galvão, um jovem da nova geração de Brasília.

“Não Vou” – Balada melancólica que compus em 2017, com espírito pinkfloydiano. Tem também influência da canção popular brasileira.

“Salamander” – Tema composto em 2009, momento que eu estava bem envolvido com o jazz, e a música instrumental brasileira. Vejo essa música como uma abstração, um mosaico de cores e de raízes.

TRACKLIST

1. Open World (feat. Eric Clapton)
Daniel Santiago – vocals, acoustic guitar, synths, percussion
Eric Clapton – electric guitar
Pedro Martins – electric guitar, bass guitar, percussion
Sergio Machado – drums
Marina Marchi – backing vocals

2. Song for Tomorrow (feat. Kurt Rosenwinkel) 
Daniel Santiago – vocals, acoustic & electric guitar, bass guitar, synths
Kurt Rosenwinkel – electric guitar
Pedro Martins – backing vocals, keys
Sergio Machado – drums


3. O Que Valerá (feat. Joshua Redman) 
Daniel Santiago – vocals, acoustic & electric guitar, synths, percussion
Joshua Redman – soprano saxophone
Pedro Martins – electric guitar
Frederico Heliodoro – bass guitar
Sergio Machado – drums

 
4. Clara Manhã (feat. Aaron Parks) 
Daniel Santiago – vocals, acoustic guitar, synths, percussion
Aaron Parks – piano
Frederico Heliodoro – bass guitar
Sérgio Machado – drums

5. How It Should Be 
Daniel Santiago – vocals, acoustic & electric guitar, synth lead, percussion
Kurt Rosenwinkel – drums, electric guitar, vocals
Pedro Martins – bass guitar, vocals


6. Mundo (feat. Pedro Martins) 
Daniel Santiago – vocals, acoustic guitar, bass guitar, percussion
Pedro Martins – vocals, acoustic guitar, piano
Kurt Rosenwinkel – drums, synths


7. Não Vai Apagar (Fly Lua, Fly) 
Daniel Santiago – vocals, acoustic guitar, synth lead, bass guitar
Pedro Martins – drums, acoustic guitar, vocals, percussion
Kurt Rosenwinkel – electric guitar, vocals


8. Progressive
Daniel Santiago – nylon guitar
Pedro Martins – steel guitar, vocals


9. Roots 
Daniel Santiago – vocals, acoustic guitar, percussion
Pedro Martins – vocals, acoustic guitar, synth, percussion
Kurt Rosenwinkel – bass guitar


10. From the Mountains
Daniel Santiago – nylon guitar, vocals
Pedro Martins – steel guitar, vocals


11. Heroes 
Daniel Santiago – vocals, acoustic guitar, keys, percussion
Frederico Heliodoro – bass guitar
Charis Karantzas – electric guitar
Renato Galvão – drums


12. Não Vou
Daniel Santiago – vocals, acoustic guitar
Pedro Martins – drums, electric guitar intro, percussion
Kurt Rosenwinkel – synths, bass guitar
Charis Karantzas – electric guitar solo

13. Salamander (Bonus Track available on LP, Japanese edition and Heartcore Records website)
Daniel Santiago – nylon guitar, vocals
Pedro Martins – steel guitar, vocals

All songs composed and written by Daniel Santiago, except:
“Open World” lyrics by Alasdair Bouch, Michaela Bóková and Fernando Anitelli
“Song for Tomorrow” lyrics by Daniel Santiago and Fernando Anitelli
“Heroes” music by Daniel Santiago and Pedro Martins, lyrics by Daniel Santiago and Frederico Heliodoro

Produced by Kurt Rosenwinkel
Mixed by Charis Karantzas
Mastered by Glenn Schick Mastering
Design by Estereográfica (André Maya & Rafael Dietzsch)
Cover Photo by André Maya

Production coordinator: Michaela Bóková  


Recorded by Kurt Rosenwinkel (2, 5,6,7,8,9,10,12) at Heartcore Studios in Berlin (Germany)
Recorded by Daniel Santiago (2,3,4,11) at his home studio in Brasília (Brazil)

Eric Clapton’s guitar solo on “Open World” recorded by Simon Clime in the French Riviera (France)
Vocals on “Open World” recorded by Thiago Big Rabello at Da Pá Virada Studio in São Paulo (Brazil)
Piano on “Clara Manhã” recorded by Aaron Parks at his home studio in New York (USA)
Saxophone on “O Que Valerá” recorded by Joshua Redman at his home studio in Oakland (USA)
Drums recorded by Sergio Machado (1,2,3,4) at his home studio in São Paulo (Brazil)
Keys and guitar recorded by Pedro Martins (2,3) at his home studio in Brasília (Brazil)
Bass guitar recorded by Frederico Heliodoro (3,4,11) at his home studio in São Paulo (Brazil)

Recorded, mixed and mastered in 2020  

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