Espetáculo ‘Sobre Nós’ em cartaz no Teatro Vannucci
Por que será que há tanta falha de comunicação, mesmo entre pessoas tão próximas? Por que usamos subterfúgios em vez dizer aquilo que realmente nos angustia na relação com quem amamos? Por que brigamos por coisas tão banais, que escondem o motivo verdadeiro de uma insatisfação, de uma angústia? Há esperança na troca com o outro? Essas e outras indagações, que permeiam a vida em comum, motivaram a criação do espetáculo ‘Sobre nós’, que estreou 31 de maio, no Teatro Vannucci, e fica em cartaz até 29 de junho, sempre às sextas-feiras, às 19h (com exceção da estreia: quinta-feira, às 19h). É um espetáculo que se propõe a dialogar com o espectador pela identificação com sentimentos que são comuns a todos nós e que não necessariamente podem ser expressos em palavras.
O espetáculo marca a primeira aventura do experiente diretor musical Charles Kahn na dramaturgia e direção de espetáculo teatral. Com 60 anos de vida e 43 de carreira, ele resolveu estrear nessas novas funções por uma necessidade de expor em cena assuntos e sentimentos ausentes das conversas cotidianas. “O que me motivou foi uma precisão – no sentido de uma necessidade, uma urgência imediata em falar e ouvir sobre mim e sobre você, sobre o que nos toca, o que nos move e o que nos trava. Por que tenho tantos nós que eu mesmo poderia desatar?”, resume. “A peça não tem um enredo, uma história linear. Eu quis falar do humano, do lado sensitivo que existe em cada espectador. Parece que eu abri uma porta e nunca ia conseguir acabar de escrever o texto porque sempre há algo mais a dizer”.
Em cena, estão os atores Gabriel Zanelatto, Isabelle Lamoglia, Isabelle Nassar, Lívia Sales, Matheus Quintão e Raquel Menau, a maioria ex-alunos de Charles na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e da Escola Martins Pena. Para a trilha sonora, foram compostas, em sua maioria, músicas originais que também funcionam como narrativa. Na equipe criativa, também estão Nívea Faso (cenário e Figurinos), Marco Cardi (iluminação), Michel Robim (direção de movimento) e Pedro Jardim (Direção Musical). “Estou cercado de bons amigos. Hoje em dia, se você não se produz, dificilmente vai conseguir levantar o projeto que deseja. Então, resolvi colocar a mão na massa e convidar todos para este aventura”, completa Charles.
Sinopse:
Em meio a uma sociedade cada vez mais tecnológica e menos empática, o espetáculo propõe ao espectador uma experiência sensorial que busca refletir sobre nossos afetos, atitudes e angústias. Sem um enredo linear, a montagem destaca os conflitos existenciais que carregamos em todas as nossas relações.