Frejat levanta o público em show na Barra

 

Na noite da última quinta feira (25) Frejat trouxe aos palcos do Citibank hall no Rio, “A Tal da felicidade” e  provou
que ainda é capaz de fazer um show realmente vibrante e atual.

“Subo nesse palco, minha alma cheira a talco, como bumbum de bebê, de bebê” foram os primeiros versos cantados por Frejat e uma vibração bastante agradável foi estabelecida em seu show. O ex-barão vermelho, apesar da longa carreira que se iniciou na década de 80 ao lado de Cazuza, se mantém jovem, atual e nada perdeu em termos de qualidade em suas canções, muito menos de domínio de palco além do grande carisma. A maioria dos artistas antigos em que suas carreiras entraram rapidamente em declínio, mas que foram capazes de marcar época, costumam usar músicas de outros colegas para garantir um show em que o público não se canse antes da hora.
Diferente de muitos dos seus colegas de estrada, apenas uma pequena parcela continuou no produção de novas canções e enquanto a outra parte ainda usa seus poucos sucessos como bengala para apresentações. Frejat possui uma bagagem musical pertinente e por isso houve espaço para usar canções de outros artistas como havia anunciado que faria, sem parecer que estava preenchendo buracos em seu repertório. Se a ideia de prestar essas supostas homenagens parecia uma boa fórmula, o diferencial ficou por conta de versões feitas pela banda, e o público pôde curtir junto com o cantor músicas que também fazem parte de suas histórias de vida, sem perder a identidade e originalidade do show.

O título do show “A Tal da felicidade” não pareceu apenas uma outra referência aos artistas que marcaram a trajetória musical do cantor, como também resumiu os ares da apresentação. Frejat pediu ao público que se esquecesse dos problemas e se permitisse aproveitar toda a positividade do show:  “Imaginem que estão na psicanálise”  – afirmou com humor. Humor este que esteve presente em pequenos diálogos com o público no intervalo de cada canção.
A tal da Felicidade na verdade, é uma famosa canção das Frenéticas, que ao ser introduzida pela banda não só levantou o público que
ocupavam cadeiras especiais na pista, como pareceu levar o cantor em um momento de tanta empolgação que até sapateados foram arriscados no palco enquanto tocava guitarra. Em seguida um medley de Caleidoscópio do Paralamas do Sucesso com Réu Confesso do Tim Maia, trouxe um clima de saudosismo confortável que envolveu o público, abrindo espaço para mais uma do Tim, Você, e a plateia cantou em em coro.

Entre as canções “Eu procuro um amor” e “Segredos”, as versões de “Malandragem” de Cazuza e “Mas é claro que o sol” de Renato Russo se encaixaram muito bem e trouxeram para o show um momento intimista e consequentemente comovente, fazendo mais uma vez o público em peso acompanhar cada trecho das músicas, unidas a voz Frejat apenas com o violão.

”Malandragem dá um tempo” de Bezerra da Silva foi um dos covers mais criativos do show. Ao som da guitarra, a versão da banda para o clássico do samba não perdeu o gingado, muito menos seu significado enquanto o palco era ambientalizado com fortes luzes esverdeadas.

Exagerado foi, por fim, a última música e fez com que o público que já se encontrava de pé, largasse enfim as mesas, fosse até a frente do palco se amontar para pular e cantar, fechando com chave de ouro a comemoração de 30 anos de carreira de Frejat.

 Confira mais fotos aqui.

Por Juliana L. Farias

Fotos: Daniel Croce

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