“Independence Day: O Ressurgimento” repete clichês dos filmes de Emmerich

Na última quinta-feira, 23, estreou “Independence Day: O Ressurgimento”, mais uma vez dirigido por Roland Emmerich, como a primeira versão de 1996. E repetindo elementos do anterior, a nova fase da ficção tem muita imaginação destrutiva, explosões, o medo alienígena… mas com repetições. Sem muita criatividade e até certo ponto flertando com o trash, como é marca de Roland, parece que desta vez nem os extra-terrestres vão querer voltar para assistir a uma terceira produção.

Roland Emmerich é conhecido por dirigir obras de muita ficção científica, catástrofes ou com relações aos medos do mundo. E também como um dos mais rentáveis de Hollywood. Ele esteve à frente de “O Dia Depois do Amanhã” e “2012”, por exemplo. Mas seus filmes não primam por ter um roteiro atraente ou produções de grande relevância histórica. E “Independente Day” novamente se encaixa nisso. Só que desta vez com um agravante: Há inúmeras repetições de fatos e elementos usados nas películas anteriormente citadas.

(Atenção, o texto a seguir pode conter alguns spoilers. Caso não tenha assistido ao filme, não continuar a leitura)

Só que nem por isso Roland deixa de lado elementos políticos atuais. Como co-escritor do filme, ele deu um jeitinho para isso. O presidente dos Estados Unidos, Whitmore, vivido por Bill Pullman há 20 anos, agora deu lugar a uma mulher, Landford, vivida por Sela Ward. É uma clara referência a Hillary Clinton, cujo seu marido era o mandatário da nação mais poderosa do mundo na primeira sequência. E se a ameaça é externa, como Donald Trump gosta de lembrar, ela pode sim lutar contra eles. #TrumpFurioso

Algumas caras são conhecidas e outras cresceram. Will Smith não está desta vez, mas sim o filho do seu personagem, também um aviador de caça (clichê 1). Claro, tem os velhos conhecidos alienígenas. Os ETs voltaram querendo revanche (clichê 2). Mas o que encontram é uma sequência de clichês. Antes deles pedirem uma nova luta, os restos da primeira passagem foram apreendido pelos humanos, que desenvolveram tecnologias avançadas a partir deles. Só que eles voltam mais fortes (clichê 3).

Para enfrentá-los, uma nova geração de pilotos liderada por Jake Morrison (Liam Hemsworth) é convocada pela presidente Landford. Eles ainda recebem a ajuda de veteranos da primeira batalha, como o ex-presidente Whitmore, o cientista David Levinson (Jeff Goldblum) e seu pai Julius (Judd Hirsch). Nem o Brasil foi poupado, mesmo os próprios seres que aqui já vivem o destruindo há alguns anos.

A partir daí é mais ou menos uma mistura de “2012” com “Independence Day”, sempre com textos de fracos a medianos, outra marca de Emmerich. Até as atuações são por vezes sarcásticas e patriotas, como em tudo do diretor alemão – também responsável pelo filme “O Patriota”. São explosões, muita destruição, terras arrasadas… (clichê 4). É claro, antes disso tem outro discurso motivador do Whitmore (clichê 5).

Ah… e lembra do decepcionante “Godzilla”, também do Emmerich? De certa forma ele aparece, só que fêmea e extra-terrestre. De fato pouca coisa salva, como outras brilhante atuação do bom Jeff Goldblum, além de um Bill Pullman igualmente forte em seu psicológico, o que marcou há 20 anos. A fotografia do filme também tem algumas passagens interessantes, como no universo e alguns voos.

E a produção é muito inferior ao seu antecessor, de 1996. Quando termina a nova sequência, parece que já vimos o mesmo filme diversas vezes. E vimos. “Independence Day: O Ressurgimento” é um amontoado de clichês sem nenhum pudor. Tem tantos elementos do primeiro, que cansa. Agrada quem gosta de entretenimento sem se preocupar com arte ou qualidade. Decepciona aos amantes mais xiitas do cinema.

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