Jonas Sá faz show de lançamento do CD “Puber.” no Manouche
Jonas Sá é um cara de tesão, como define Ava Rocha. Articulado no gozo da arquitetura sonora, na magia musical e na potência sedutora da palavra, desde Anormal e BLAM!BLAM!, seus dois primeiros discos, explora o contraste entre música pop e experimental. Como compositor e produtor de discos, Jonas tem transitado por trabalhos diversos e teve músicas suas gravadas recentemente por Gal Costa, Nina Becker e pela própria Ava Rocha, que, por sinal, ele produziu o disco.
Agora, faz show de lançamento de PUBER. – seu terceiro e mais profundo álbum, que lança luz sobre a força de seu canto e a importância da canção – no Manouche, no próximo sábado, dia24/11, às 21h.
Gravado e mixado por Martin Scian, com produção do próprio Jonas e de Pedro Sá (seu irmão) o álbum está nu. Dessa vez não há colagens ou efeitos de pós-produção. As baterias de Marcelo Callado são secas. Os sons de baixo, pianos elétricos e acústicos (revezados entre Pedro Dantas, Ricardo Dias Gomes e Jonas) também são puros. Não há guitarras, apenas violões de nylon (o próprio Pedro Sá, às vezes com algum pedal) e o protagonismo fica por conta dos diversos sintetizadores analógicos, seus timbres velhos que ao mesmo tempo não cansam de emanar sons do futuro.
A chegada irreversível de um bebê, como em “Kim”, a perspectiva da implosão emocional e estrutural que causa o fim de um casamento em “Isso Vai Passar”, as manifestações de “2013” (parceria com Negro Leo e Santiago Botero) e como elas foram usadas contra seu propósito. O mundo de machos de “Share The Drama”. Trata-se de um disco essencialmente político. Mesmo em canções dotadas de erotismo e nostalgia o tom ainda é político. Em meio às recordações de um primeiro amor em “Puberdade” ele canta: “Falei do Chico Mendes e teu pai me expulsou”. O amor de “Aimoré” é selvagem e troca a flechada de um cupido pela de um índio Botocudo.
No repertório canções do novo álbum (“Aimoré”, “Puberdade”, “Olas de Calor”, “2013”, “Trem” e ”Imensidão”), mais “Gigolô”, “Não Vai Rolar”, “Fundo de Olhar”, “Ah, Monalisa!”, de “BLAM!BLAM!”, mas terá também alguma coisa do “Anormal” (2007) e Real Love, Real Player”, conhecida pela série “Perrengue” da MTV, além de uma ou outra versão de música de outros autores, inspirado na série de vídeos tocando sozinho que anda fazendo nas suas redes sociais, como “Pale Blue Eyes”, de Lou Reed.
A banda que o acompanha terá Marcelo Callado, bateria e percussões, Pedro Dantas, baixo, Donatinho, teclados, e Guilherme Lírio, guitarra.