Killswitch Engage faz apresentação marcante em sua primeira passagem pelo Rio

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Eram 18 horas do dia 24 de agosto de 2014. A fila de fãs atravessava a praça dos arcos da lapa à espera da abertura dos portões de uma das casas de shows mais tradicionais do Rio de Janeiro, e que vem oferecendo o seu espaço para shows de heavy metal e suas mais variadas vertentes. O Circo Voador estava prestes a receber três shows extremamente pesados e empolgantes que abarcam desde o thrash metal do Battlecross, o metalcore do Memphis May Fire, até o death metal melódico do Killswitch Engage.

battle Iniciando os trabalhos, o grupo Battlecross (EUA) sobe ao palco do circo, demonstrando um thrash metal bem encaixado, com grande destaque à dupla de guitarras Tony Asta e Hiran Deraniyagala, que palhetavam com uma pegada brutal, sem parar de “bangear” e agitar um segundo sequer.  O som do Circo Voador estava alto, bem mixado e empolgante, o que os favoreceu muito.

 O vocalista Kyle Gunther mostrava uma imponente presença no palco, mantendo o nível da apresentação, que terminou com um cover de “war ensemble” do Slayer, não deixando dúvidas da qualidade da banda convidada, e demonstrando que o thrash metal pode estar voltando renovado nesta década.

Cabe ressaltar que todos os integrantes da Battlecross foram muito atenciosos e humildes com o público. A banda no pós-show foi para o meio da plateia, tirou fotos, conversou e autografoucds e encartes de todos aqueles que solicitavam um pouco da atenção dos músicos. Ponto positivo.

Pouco tempo depois entram os também americanos do Memphis May Fire, que trazem a turnê de divulgação de seu último álbum “Unconditional”, o qual me agradou muito, e por isso, esperava curioso pela apresentação.

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Infelizmente, o início foi um pouco decepcionante. O som estava embolado, o que prejudicou até a identificação de algumas músicas. Apesar disso Matty Mullins e Cia entraram com a já tradicional e marcante presença de palco das bandas de metalcore e o mosh estava formado.

Conforme o tempo passou o som foi melhorando, assim como o nível do show, que alcançou o seu auge com as excelente “Miles Away”, “Vices” e “Beneath the Skin”, três petardos que impedem qualquer fã do estilo de ficar parado.

No fim, foi uma apresentação curta, um pouco prejudicada, mas não menos divertida. O estilo moderno de heavy metal é uma realidade. O metalcore veio para ficar, e vem angariando mais fãs com o passar do tempo, para o desespero e revolta dos “truezões”, que insistem em fechar os ouvidos por puro preconceito.

Porém, o melhor estava por vir. O Killswitch Engage estava para subir ao palco e levar o circo voador abaixo, pelo menos era essa a expectativa geral, e não foi diferente. Me arrisco a dizer que, ao final, foi simplesmente perfeito.

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Jesse Leach voltou para ficar e as suas performances não deixam ninguém sentindo falta de Howard Jones. Adam Dutkiewicz continua incrível, divertido e carismático, enquanto que o resto da banda é infalível.

O Set List veio matador, só com sucessos do início ao fim. Após a abertura com “Fixation the darkness”, vieram em seguida “This Is Absolution”, “Beyond the Flames”,” The Arms of Sorrow” e “Breathe Life”.

O público veio à loucura, a roda aumentou, e com um som de alta qualidade, os riffs foram soando e marcando a noite como uma das melhores apresentações de heavy metal já realizadas naquele palco.

Destaques também para “Rose of Sharyn” e “This Fire Burns”, e ainda as duas últimas antes do bis, “My Last Serenade”, onde o circo voador inteiro foi uníssono ao cantar o refrão, e “In Due Time”, música carro chefe do último álbum da banda “Disarm The Descent” (2013).

Após uma pausa, e já em clima de despedida, vieram os clássicos “My Curse” e “ The End of Heartache”, encerrando em grande estilo uma performance digna dos mais variados elogios.

Enfim, o que se percebe é um aumento considerável no nível e na qualidade das apresentações das bandas de hoje. A tecnologia, a busca por mais influências, e claro, o público jovem e fiel, vem reacendendo uma chama que estava quase por se extinguir. Aguardamos que essas vivências profissionais sirvam de exemplo para as bandas mais novas, e que assim, apareçam mais dessas boas surpresas musicais.

 Texto: Jaime Martins

Fotos: Daniel Croce

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