“Lapa Santa”, segundo single do novo disco de inéditas de Maria Bethânia disponível nas plataformas digitais

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“Lapa santa” é uma canção de paisagens generosas, horizontes bem desenhados pela melodia, que se estende líquida e luminosa na noite. Bethânia move-se à vontade, mas com a solenidade necessária, entre rezas, devotos, procissões, oratórios. É também uma tocante homenagem a Francisco Guarany (1884-1985), célebre artista baiano, considerado o mestre maior na arte de talhar carrancas para as proas das barcas, tradição fantástica das águas do São Francisco. A canção é uma parceria de Paulo Dafilin – paulista, mas santo-amarense de coração e de vida, melodista brilhante, violeiro de primeira linha – com Roque Ferreira. Da mesma parceria, Bethânia já gravou a belíssima, puríssima, “Casa de caboclo” em “Meus Quintais” (2014). Falando em entrevista sobre “Pássaro proibido” (1977), Fauzi Arap afirmou que Bethânia “foi a primeira cantora a cantar – não por modismo; por fé – a música religiosa do povo brasileiro.” (O Globo, 13/01/1977). Bethânia seguiu assim, iluminando seu canto com sua fé, e fez desse casamento insolúvel um modo de representar um traço fundamental do Brasil. – Texto de Eucanaã Ferraz

Ficha Técnica Lapa Santa”

Autores: Paulo Dafilin e Roque Ferreira

Voz: Maria Bethânia

Piano e Teclado Sintetizador: Zé Manoel

Violão: João Camarero

Baixo Elétrico: Jorge Helder

Percussão: Marcelo Costa

Contrabaixo: Jorge Helder

Cordas:

1º Violino: Priscila Rato

2º Violino: Marcio Sanchez

Viola: Marco Catto

Cello: Marcos Ribeiro

Letra

Pelas horas do bendito

Louvado seja o velho Chico

Louvado seja o velho Chico

Espelho d`agua que se move manso

Feito notícia boa no remanso

Pelas benditas horas

Seja louvado o velho Chico

Seu arraial do Bom Jesus da Lapa santa

Tanto padroado, tanto padroeiro

Tanto milagre, tanto milagreiro

Tanta promessa, tanto promesseiro

Tanto romeiro, tanta romaria

Tanto Jesus, tanta Maria

Tanto devoto, tanta devoção

Tanta reza, tanta procissão

Quede, quede dono dessa casa

Quede seu oratório

Quede, quede adjutório

De Antônio casamenteiro

Bota pavio no candeeiro

Acende a festa no terreiro

Vem contar a história de bicho d`água

Quede, quede o dono dessa casa

De tanta casa caiada

Tanta viola tocada

Tanta canoa enfeitada

Já vi com carranca de Francisco Guarany

Quede, quede dono dessa casa

Quede seu oratório

Quede, quede adjutório

De Antônio casamenteiro

Bota pavio no candeeiro

Acende a festa no terreiro

Vem contar a história de bicho d`água

Quede, quede o dono dessa casa

Seu arraial do Bom Jesus da Lapa santa

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