Legião Urbana XXX é ovacionada por um Metropolitan lotado e sedento pelas músicas da banda

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Exatamente este ano, mais precisamente, em outubro, completará 20 anos da partida do grande Renato Russo. Ao longo dos anos, suas letras e poesias ainda continuam tão profundas e atuais. Ao mesmo tempo, a sua banda conquistou uma legião de fãs que se identificam com as suas canções de maneira tão intensa que beira o amor incondicional e a paixão avassaladora. E é por isso, que Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, se reuniram novamente para dar a esses seguidores um pouco de esperança, rock and roll e afeto. Depois de inúmeras batalhas judiciais contra a família de Russo e vice e versa, eis que o direito sobre o nome/empresa voltou para eles. Final feliz para um lado e para o outro, talvez não. Enfim, o que importa é a real intenção desse show que faz parte da turnê que comemora os 30 anos do primeiro álbum e que tem sido aclamado pela crítica e público. O disco é todo tocado na íntegra + alguns sucessos.

A lua estava cheia no céu e a energia que rondava era mágica. A casa de espetáculo, Metropolitan, estava lotada e aguardando ansiosamente uma das maiores bandas de rock do Brasil. Com um longo tempo de atraso, o show começou ás 23h15 com os integrantes entrando um por um levando o público ao delírio. A primeira música ficou por conta de “Será” cantada em uníssono a plenos pulmões. A vibração era quente e sem respirar o grupo emendou “A Dança”, com uma versão mais ritmada, melhor que a original (não desmerecendo, por que a letra dela já faz um estrago reflexivo, no bom sentido, claro). E a apresentação se seguiu com “Petróleo do Futuro”, “Ainda é Cedo”, com o baterista Marcelo Bonfá nos vocais, “Perdidos no Espaço”, “Geração Coca-Cola”, “O Reggae”. Ufa!!! Quantas emoções!!! Muita calma nessa hora! E sem pausa e nem dialogo com a plateia, “Baader-Meinhof Blues”, “Soldados” (nesse momento o mundo desabou…foi lindo), “Teorema” e por fim, “Por Enquanto”, em que foi jogado pra galera cantar. E assim, terminou a primeira parte da apresentação que teve um pequeno intervalo de cinco minutos.

Bom, impossível não falar de André Frateschi, que está ocupando o posto de Renato Russo. Para quem não sabe ele é ator e desde criança tem muitas histórias de bastidores com a banda. O que tornou a relação mais fácil e familiar. Depois da última tentativa desastrosa com Wagner Moura, André soube segurar a onda e mostra que tem personalidade. Óbvio, que o Renato faz falta, assim como Freddie Mercury faz falta no Queen, que atualmente, tem Adam Lambert nos vocais. Porém, quando há boa intenção, tudo flui.

A segunda parte foi dedicada aos sucessos, como “Tempo Perdido”, “Há Tempos”, “Índios”, “Quase Sem Querer”, “Eu sei”, “Perfeição”, “Angra dos Reis” (momento de reflexão), “ Daniel Na Cova dos Leões”, “1965 – Duas Tribos” (com Jonnata Doll, nos vocais), “Dezesseis” (Marina Franco cantou essa), “Teatro dos Vampiros” (segundo Dado, essa música fala sobre televisão), “Pais e Filhos”, que contou com a participação de Nicolau Villa-Lobos, filho de Dado e João Pedro Bonfá, filho de Marcelo. Tudo foi muito bonito e positivo.

E por fim, o bis, com a participação dos Paralamas do Sucesso, que são os padrinhos da Legião Urbana. A finalização ficou por conta de “Conexão Amazônica”, “Faroeste Caboclo” (essa os Paralamas não tocaram) e “Que País é Esse?”

Foi uma noite perfeita, de muita entrega. Os anos passam e essas canções continuam latentes, causando muita emoção, comoção, o coração ainda vibra. Esperanças que se renovam. A música causa isso, toca a alma e te transporta para um mundo mágico e intenso. No entanto, a grande maioria da galera que estava na Pista Premium parecia bem alheia ao que estava sendo cantada no palco, mas a Pista Comum sabia muito bem o que estava sendo dito.

Por Milena Calado

Foto: Fernando Schlaepfer

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