Lucília de Assis e Alexandre Dacosta apresentam o espetáculo “Os únicos” no Teatro Prudential nas terças-feiras de março

Depois de uma temporada bem sucedida no SESC Tijuca, a atriz e roteirista Lucília de Assis (indicada ao Prêmio Shell de Melhor Dramaturgia por “Não peça”) e o ator, músico e artista visual Alexandre Dacosta apresentam o espetáculo “Os únicos” nas terças-feiras de março (de 3 a 31, às 19h), no Teatro Prudential.

Em cena, eles são pesquisadores eruditos, especialistas no fenômeno musical fabricado Claymara Borges & Heurico Fidélis, dupla de cantores fakes consagrados que foi sensação na primeira metade dos anos 90. Numa conferência, eles se apropriam da trajetória dos artistas para elaborarem uma crítica à fabricação de mitos. A partir de músicas, imagens, gravações e recortes de jornais que comprovam a carreira da dupla, os palestrantes levantam a questão sobre o que significa existir no mundo contemporâneo. A direção é de Dadado (Fabiano de Freitas, indicado aos prêmios APTR e Cesgranrio de Melhor Direção por “3 maneiras de tocar no assunto”) e a direção de produção é de Maria Siman.

“Claymara Borges & Heurico Fidelis são uma sátira ao sucesso convencional que muitos perseguem. Aquelas armações que mal aparecem no mercado e já recebem tratamento de artistas consagrados”, lembra Lucília de Assis. “Já ‘Os Únicos’ são fãs da dupla. Eles se interessam pela farsa, pela vida como invenção e como obra de arte”, explica. “A ideia é falar sobre a criação do casal performático, uma camada a mais para filosofar sobre a existência. Sendo pensadores, ‘Os Únicos’ podem explorar outros campos”, completa Alexandre Dacosta.

Diretor do espetáculo, Dadado considera Claymara e Heurico um programa performático sofisticadíssimo, que desestabiliza a ideia de verdade, tão importante de pensarmos em tempos de fake news, dos mitos fabricados e sua chegada ao poder. “Reinventamos os mitos, a dupla sucesso, pegando emprestado a palestra como linguagem, mas sem abrir mão do teatro e da sua potência de inventar mundos. E o humor torna isso ainda mais forte e comunicativo”, conta.

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