Metallica e Alice in Chains sacodem a quarta noite do Rock in Rio

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O som pesado das guitarras distorcidas invadiram a Cidade do Rock no quarto dia de Festival. Com o lineup todo voltado ao público do Heavy Metal, o Rock in Rio viveu um dia onde os fãs mais fiéis marcaram presença decisiva nas apresentações. Com muita rodinha punk e coros enormes, bandas como Sepultura, Alice in Chains, além da atração pincipal, Metallica, dominaram o espaço e mataram a sede dos que aguardavam ansiosamente suas músicas.

Os primeiros acordes do dia, como sempre, começaram no Palco Sunset, que recebeu o show que reuniu República, Dr. Sin e Roy Z. Numa apresentação com grande participação popular, os músicos arriscaram até covers tradicionais, como “Breaking the Law”, da banda Judas Priest. Bastante aplaudidos, eles preparam o terreno para o que viria a seguir.

Pela primeira vez tocando no Rock in Rio com sua nova banda, Almah, Edu Falaschi foi um dos mais aplaudidos no Sunset com seu metal progressivo. Conhecido como o grande líder do Angra até 2011, cuja apresentação foi uma das mais comentadas na última edição do Festival, o cantor apresentou seus novos trabalhos e conquistou os fãs. “Kings” abriu a apresentação, que contou também com “Trace of trait”, “Hypnotized” e “Living and drifting”.

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Dividindo o microfone estiveram os gaúchos do Hibria, que incendiaram o palco. Iuri Sanson, vocalista do grupo, a todo momento pedia a participação popular e tirava fotos com seus celular. O setlist contou com “Shoot me down”,  “Silence will make you sufer” e “Tiger punch”.

Ao final da apresentação, o público presente gritava para que Falaschi cantasse “Saint Seya”, música tema do clássico desenho animado japonês Cavaleiro dos Zodíacos. Edu relutou, mas à capella, cantou os primeiros versos e depois respondeu aos pedidos:

– Cavaleiros dos Zodíacos são eternos, mas hoje não! Vocês são f*, mas tão malucos?! Vamos deixar pra outra oportunidade – disse aos risos, para depois fechar a apresentação com Led Zeppellin, “Rock and roll”.

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Logo depois entrou em cena um dos grandes nomes do metal: Sebastian Bach. Apesar da sua nítida queda vocal em relação ao passado, o público que já ensaiava uma tímida vaia para o ex-vocalista do Skid Row, logo se agitou quando o cantor puxou um clássico atrás do outro.

Arriscando muitas frases em português, o cantor de 45 anos visivelmente estava longe do seu auge, mas canções como ’18 and life’, ‘Youth gone wild’ e ‘I remember you’ sacudiram o Palco Sunset. Este, aliás, já estava completamente lotado bem antes do início dos shows principais, coisa incomum nos outros dias.

Fechando o Sunset, o cantor e diretor de filmes de terror Rob Zombie provocou euforia na plateia com seu visual assustador e diversos telões com exibições de cenas de horror. Misturando bastante metal com perfomance hollywoodiana, o músico conquistou o público.

Imagens satânicas e hits agitados deram o tom de um show que variou entre o “filme ao vivo” e uma enorme reunião de metal. Aos gritos de “olê, olê, olê… Zombie! Zombie!”, a apresentação chegou ao fim aclamada pelos fãs.

 

Palco Mundo vai da percussão ao metal pesado

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Repetindo o mega sucesso que fizeram em 2011, os brasileiros do Sepultura se juntaram a percussão dos franceses do Tambours du Bronx e novamente geraram muitas rodas punk. Porém, desta vez foram promovidos do Palco Sunset, onde tocaram na última edição, para o Palco Mundo.

E a promoção foi acertada, muitos eram os fãs que cantaram e vibraram com a voz do americano Derrick Green, que sempre amparada pela guitarra de Andreas Kisser fez a alegria dos metaleiros. Entre as músicas estavam clássicos da banda, como “Territory” e “Roots bloody roots.

O tom heavy metal só é quebrado quando Kisser inflama a massa com um discurso que se tornou rotina entre as bandas brasileiras:

– Vamos mostrar para o mundo que o Brasil não está dormindo. Muda, Brasil! – disse o guitarrista, em referência aos protestos dos últimos meses e reforçando o coro dos outros brasileiros durante o Rock in Rio. O quarteto brasileiro ainda volta a tocar no Rock in Rio neste domingo (22), no Palco Sunset, e terá Zé Ramalho como convidado.

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Depois de muita expectativa, subiram ao palco uma das bandas mais perfomáticas do mundo. Se na edição de 2011 o Slipknot roubou a cena com suas máscaras e seu trash metal, foi a vez do Ghost B.C. assombrar o festival. Auto intitulado de Papa Emeritus II, o vocalista do grupo sueco entrou como estivesse numa igreja.

Com suas músicas de crítica religiosa e muitos jogos de luzes, a banda agradou muitos, mas também passou indiferente para outros. Com um som menos pesado que os demais grupos musicais do dia, foram as misturas de heavy metal, canto gregoriano e teatro que chamou a atenção do público.

Apesar de todo esforço da banda para “celebrar a Missa macabra”, a plateia durante muitos momentos gritava o nome do Metallica. Ao som de sinos e cantos gregorianos, Emeritus convocava participação popular e demonstrava toda teatralização do grupo. Mesmo com toda simpatia, Ghost B.C. deixou uma impressão de que “celebraram o ritual” em dia errado.

Uma das bandas mais aguardadas do Rock in Rio, o Alice in Chains incendiou o Palco Mundo. Sucesso nos anos 90 e que quase teve seu fim com a morte do vocalista anterior, Layne Staley, o grupo que viveu o fim do grunge parece ter sobrevivido com louvor por tanto tempo.

Com um som pesado, mas muita técnica e emoção nos vocais de William DuVall, a banda fez uma das melhores apresentações do dia. Sacudindo a plateia durante quase o show inteiro, o grupo americano contou com um coro de milhares de vozes em seu maior hit, “Man in the box”.

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O carisma de seu guitarrista/vocalista Jerry Cantrell também contribuiu para que o show fosse em alto astral e muita participação dos fãs. Em diversos momentos o músico conversava com a plateia. A cada intervalo entre uma canção e outra, gritos em conjunto de “Alice in Chain” era escutados.

Em seu setlist muito comentado pelo número de sucessos da banda, o Alice incluiu “Nutshell”, “Would” e “Rooster”, que encerraram a apresentação muito aplaudida. Após o show, o público ainda pedia mais músicas enquanto um a um os integrantes agradeciam pelo microfone.

Vale lembrar que em 2011 os americanos tocaram no SWU e os fãs pediam ao Roberto Medina que incluísse na programação deste ano o Alice in Chains. E os músicos fizeram jus ao desejo dos seguidores da banda e tiveram um grande show.

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Encerrando a noite, o Metallica entrou com tudo e mais um pouco para a sua segunda apresentação na história do Rock in Rio, pelo menos na cidade carioca. Já de início a banda entoou pela Cidade do Rock “Hit the lights” primeira música do primeiro disco do Metallica, “Kill ‘em all”. Antes que o público pudesse se recuperar, os acordes de “Master Of Puppets” levaram a multidão ao delírio.

Num dos momentos que serão lembrados pós-Rock in Rio, após cantar “The memory remais”, o Metallica ficou assistindo ao público quase que na totalidade com as mãos para o alto cantando o final da música. Num gesto de agradecimento, todos os integrantes da banda pararam de tocar e ficaram fazendo acenos.

Sempre com solos pesados e muitas variações da bateria do Lars, o show parecia crescer a cada nova canção. O grupo viajou pelo repertório e todos os seus nove discos, porém fez uma apresentação semelhante ao da edição de 2011. A exceção, com muita reclamação por parte da plateia, foi a música “Fuel”, do disco Reload, que é sempre executada e desta vez passou em branco.

Muita pirotecnia também foi marca do show, assim como sempre o Metallica gosta de customizar suas apresentações. Não faltaram balões gigantes para o público ou fogos de artifícios, em “One” e “Enter Sandman”.

Já passávamos das 2h30 da sexa-feira quando o grupo liderado por James Hetfield encerrou sua apresentação com uma sequência que virou rotina nas turnês da banda: “Creeping death”, “Batery” e “Seek and Destroy”. Antes de encerrer, Hetfield não deixou de lado a dedicação dos fãs com o grupo:

– Vocês ainda estão aí? Obrigado, Rock in Rio. Vocês fazem com que nos sintamos bem, Rio – disparou o vocalista, que após saudar o público se despediu do palco.

Se o Rock in Rio em 2011 assistiu a um show épico, novamente pode presenciar uma das bandas mais importantes da história em sua plenitude.

Por Bruno Guedes
Fotos: Divulgação – Rock in Rio

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