MONÓLOGO “MEU SABA” ESTREIA NO EMC SÉRGIO PORTO
Aos 17 anos, atriz Clarissa Kahane ganhou de sua avó o livro “Em nome da dor e da esperança”, escrito por uma outra jovem, a israelense Noa Ben-Artzi Pelossof. Em um relato pessoal, a autora conta a sua história e a de seu avô, o ex-primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin (1922-1995). Encantada com o texto desde a sua primeira leitura, há mais de dez anos, Clarissa decidiu, em parceria com o produtor Miguel Colker, levar esse relato emocionante para o teatro. Batizada com o título original do livro, “Meu Saba” (meu avô), a primeira montagem livremente inspirada na obra tem direção de Daniel Herz e consultoria dramatúrgica deEvelyn Disitzer. Depois de participar do Festival de Curitiba, a peça estreia no dia 17 de abril, no EMC Sérgio Porto, no Rio.
Em seu primeiro monólogo, Clarissa Kahane dá continuidade à parceria com o diretor Daniel Herz, com quem trabalhou em diversos projetos como atriz e assistente de direção. Já com Miguel Colker, ela participou do espetáculo infantil “Nadistas e Tudistas” e foi premiada melhor atriz no 1º FESTU – Rio. Em cena, Clarissa interpreta Noa Ben-Artzi Pelossof, que escreveu o livro “Em nome da dor e da esperança” aos 19 anos.
O espetáculo se passa nos trinta segundos que Noa leva para se levantar e chegar ao palanque onde fará uma homenagem ao seu avô. Ela foi escolhida pela família para falar no dia do funeral de Yitzhak Rabin. Insegura, ela revive emoções em um jogo narrativo que mistura as lembranças da infância marcada pela tragédia e resgatada pelo amor de sua família, o medo constante, o impacto caótico da guerra, o ódio de fora e também de dentro do país. Noa fala sobre o assassino de seu avô e os extremistas que nutrem a violência.
“Na insegurança de uma jovem em enfrentar o mundo com a palavra, ela precisa enfrentar os fragmentos de uma convivência intensa e amorosa com seu avô. Num momento de tantas incertezas, tantos radicalismos macabros, encenar ‘Meu Saba’ traz um alento a possibilidade da coexistência pacífica na diferença”, diz o diretor Daniel Herz.