Moonspell emociona com a turnê do álbum 1755 no Teatro Odisseia

 

“1755”! Mesmo o MOONSPELL tendo construído uma carreira consistente e de respeitável discografia, e sendo a banda portuguesa do estilo com maior repercussão internacional, a repercussão do último debut, “1755”, tem sido fantástica, com muitos afirmando ser o melhor álbum da banda.

O disco faz referência a este ano, onde no dia 1º de Novembro (dia de Todos os Santos) ocorreu o grande Sismo de Lisboa de 1755 seguido de um Tsunami, que fez entre 60 mil a 90 mil vítimas em Lisboa. Recentemente houve novos tremores na cidade. Independente da sedutora e comovente temática, “1755”, é um disco de Metal Tradicional, com riffs empolgantes, orquestrações épicas, somadas a vozes e letras que testemunham toda a agonia daquele fatídico dia. A produção de Tue Madsen é incrível!

Todo cantado em português (fato inédito em sua discografia),  MOONSPELL proporcionou ainda uma bela surpresa para nós brasileiros: a canção “Lanterna dos Afogados”, do Paralamas do Sucesso, teve uma releitura fantástica em “1755”, preservando a essência do belíssimo solo  de Herbert Vianna. Os laços com o bardo lusitano só se intensificaram ainda mais após a grande apresentação no palco Sunset, do Rock in Rio, em 2015.

E isso ficou latente quando um bom público compareceu ao Teatro Odisseia, em plena quarta-feira (25/04), para prestigiar nossos co-irmãos portugueses. E quem foi, não teria a mínima possibilidade de se arrepender, GRANDE SHOW!. O único senão fica por particularmente, achar o palco do espaço muito pequeno para toda a energia, teatralidade e carisma emanados pelo MOONSPELL. Mas como vemos um lado positivo em tudo, a vibe intimista se tornou um presente a mais para os fãs.

Obviamente “1755” dominou o set-list, com “Em nome do medo”, “1755”, “In tremor dei” e “Desastre” arregaçando tudo na introdução, com as letras sendo cantadas em uníssono, a exemplo dos grandes clássicos da banda! Que alias, não poderiam faltar (“Night Eternal”, “Breathe (Until we are no more)”, “Vampiria”, “Alma Mater”, “Opium”, entre outras)… Ainda tivemos “Ruínas”, “Evento”, “Todos os santos”, e claro “Lanterna dos afogados”. O set ficou excepcionalmente bem equilibrado, com os gothic-metal de outrora, convivendo harmoniosamente ao lado das belíssimas orquestrações carregadas de peso e punch do trabalho atual!

A  evolução da banda foi nítida ao longo da larga trajetória, com Mike GasparPedro PaixãoAires Pereira, e Ricardo Amorim saltando aos olhos como grandes instrumentistas, mas Fernando Ribeiro consegue ser o destaque maior: o cara trocou várias vezes de figurino (sempre com a teatralidade nas alturas, como o número da capa de vampiro) e adereços incríveis (cruz que emanava raios vermelhos e uma lanterna “soturna”, entre outros), desceu até o público, e conduziu a audiência com aquele olhar hipnótico e leve toque de dedos como comando, que só os grandes front-man da história conseguem!

O esperado se consumou aos nossos olhos: “1755” são VÁRIOS passos dados na carreira do MOONSPELL. Clássico, é como chamamos as obras primas, e analisando ao vivo, já é perceptível o grande impacto para a história da banda. Noite antológica no Rio de Janeiro! Já podemos destacar como um dos grandes shows ocorridos na cidade!

Texto de Alessandro Iglesias

Fotos de Daniel Croce

 

 

 

 

 

 

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