“No escuro ou O que faz uma mariposa sem uma lâmpada” estreia no teatro Clara Nunes
O Teatro Clara Nunes recebe, de 5 a 27 de fevereiro, a estreia de “No escuro ou O que faz uma mariposa sem uma lâmpada”, comédia melodramática de Jau Sant’Angelo dirigida por Jefferson Almeida, que juntos à atrizVitória Furtado e ao ator Sidcley Batista fazem da peça uma homenagem aos trabalhadores do teatro. As apresentações acontecem às terças e quartas, às 20h, com ingressos a partir de 35 reais.
A respeito da encenação Jefferson Almeida comenta:
– Em um primeiro momento, “No escuro” me pareceu uma homenagem às grandes atrizes e às grandes personagens femininas já criadas. E para esta homenagem, Jau faz surgir uma personagem tão linda quanto suas inspirações: Laura é uma mulher que abandona o ofício de atriz, logo depois de se formar na Escola de Teatro, por causa de uma experiência traumática na sua estreia profissional, fechando-se na bilheteria do Cine Íris, onde trabalhou pelos vinte anos seguintes. Um dia, Laura reencontra um ex-colega dos tempos da Escola de Teatro que através de um “vamos trabalhar juntas” faz reviver a Laura de vinte anos atrás. No calor do acontecimento, Laura larga o emprego e se tranca em seu quarto por dias seguidos numa espera angustiada pelo se retorno à cena. É na clausura do quarto que vemos “O que faz uma mariposa sem uma lâmpada” a medida que Laura confunde realidade e fantasia, a vemos passear pelas personagens que formam seu universo criativo: Blanche DuBois, Nora, Fedra… A realidade passa a ser um peso, e Laura começa a flertar com a loucura. Seu marido, Bento, é aquele que tenta devolvê-la à vida real. A peça do Jau é uma declaração de amor ao teatro, sobretudo, à arte de representar. Daí surge a base da encenação: uma peça dentro de uma peça, o teatro como cenário e como receptáculo de um cenário, uma personagem em busca de si através de personagens… Tudo em “No escuro ou O que faz uma mariposa sem uma lâmpada” é metalinguagem; usamos a peça para fazer a nossa homenagem aos trabalhadores do teatro, para mostrar como o teatro opera, como funciona a sua estrutura técnica; o nosso desejo é o de criar mágica, mostrando o truque. E, ao final, provocar, pelo menos, uma pequena reflexão sobre o trabalho por trás da mágica.