“O médico que tinha letra bonita”, terá duas datas no Teatro Dulcina
Abordando um tema atualmente conhecido com bullying, “O médico que tinha letra bonita” terá duas apresentações no Teatro Dulcina, dias 30 e 31 de agosto, sábado e domingo, às 16 horas. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Desenvolvido pelo Galpão Gamboa, o projeto Dulcinavista vai até novembro e conta com espetáculos para o público adulto e infantil. A direção artística é de Marco Nanini e Fernando Libonati, e a curadoria de César Augusto.
Com dramaturgia assinada por Pedro Brício, o musical é dirigido por Guta Stresser. No elenco, além de Guta, estão Vinicius Moreno, Érica Migon e Nervoso (nome artístico do músico André Paixão), idealizador e diretor musical da montagem. No palco, uma banda toca ao vivo e dá voz a outros personagens na trama.
Em sua estreia nos palcos, Vinícius interpreta o personagem “Tom”, menino cujo comportamento começa a apresentar mudanças. Ter abandonado a escolinha de futebol ou descuidado do bom desempenho escolar são algumas delas. O mais evidente (e estranho) dos sintomas é o fato de que seus pés movem-se como se quisessem extravasar algo.
É levado então ao médico pela mãe, que deseja saber se o menino é alvo “dessas perseguições que acontecem nas escolas”. Durante a consulta, Tom nota naquele médico uma característica raríssima: ter a letra bonita. O doutor lhe revela o fato de sua letra bonita ter feito dele alvo de provocações na infância. “Não é fácil ser diferente”, atesta antes de recomendar a Tom que encontre uma forma de extravasar seu talento (no caso a dança). “Descubra sua caligrafia”, aconselha.
A ideia da peça surgiu na cabeça de Nervoso após uma visita ao oculista. Preenchida a receita, desabafou a respeito de os médicos não terem letra bonita. “Alguém tem de levar isso para o palco. E não serei eu”, devolveu-lhe o especialista. Foi a deixa para que temas como ser diferente, a descoberta de uma vocação ou a formação social de um indivíduo povoassem a cabeça do músico, que criou as primeiras canções daquilo que não sabia ainda se seria um show, uma peça ou as duas coisas. A primeira leva de canções foi testada, em 2011, justamente num show beneficiado por edital de um banco privado. Sem o mote lhe dar trégua, Nervoso compôs nova safra, levada à Sala Funarte de São Paulo, no ano seguinte.
E o fato de as canções terem surgido antes do texto diz muito sobre a concepção cênica. Não à toa que Guta e Nervoso referem-se à montagem como uma peça-show ou vice-versa. “Não se trata de um musical convencional, com maestro e orquestra no fosso, essas coisas. Quero a integração entre músicos e atores. Tanto que os músicos também são personagens. A ideia inicial é que todos usem um figurino-base sobre o qual serão adicionados acessórios, dependendo do personagem que interpretam”, explica Guta em sua terceira direção teatral, e a primeira à frente de um musical.
SERVIÇO:
Datas: 30 e 31 de agosto (sábado e domingo)
Horário: 16 horas
Local: Teatro Dulcina
Capacidade: 300 lugares
Endereço: Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro
Telefone: (21) 2240-4879
Classificação: Livre (recomendado para crianças a partir de 8 anos)
Duração: 70 minutos
Ingressos: R$ 10 (inteira)/R$ 5 (meia)
Bilheteria: de quarta a domingo, das 14h às 19h
Site: www.dulcinavista.com.br
Por Alessandro Iglesias