Orquestra Filarmônica de MG se apresenta no Rio

Sob a batuta do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais dará prosseguimento, no próximo dia 18/8, à Série Concertos Internacionais, promovida pela Sala Cecília Meireles, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A apresentação terá como solista convidado o pianista norte-americano Leon Fleisher. A Sala Cecília Meireles é um espaço vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e a sua Temporada 2012 tem o patrocínio da Petrobras.

Símbolo de uma geração de pianistas que marcou o cenário mundial, Fleisher interpretará o “Concerto para a mão esquerda” de Ravel. A Filarmônica explora, também, uma das mais importantes obras da história: a autobiográfica “Sinfonia fantástica” de Berlioz. O programa traz ainda a “Suíte de danças crioulas”, de Ginastera.

Para João Guilherme Ripper, diretor da Sala Cecília Meireles, receber a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, na Temporada 2012, é um privilégio: “A OFMG ocupa uma das primeiras posições no ranking das orquestras brasileiras. O nível de excelência artística conseguida por Fabio Mechetti, em parceria com a administração de Diomar Silveira, tornou-se um modelo a ser seguido”, diz.

Há um ano a Orquestra Filarmônica de Minas não se apresenta no Rio. A última vez foi durante a turnê nacional no ano passado, quando se apresentou também no Theatro Municipal. “É sempre uma honra voltarmos ao Rio de Janeiro, especialmente como orquestra convidada da série promovida pela Sala Cecília Meireles. A Filarmônica agradece à oportunidade de mostrar ao público carioca o trabalho que realizamos em Minas Gerais, resultado de um processo contínuo de busca de excelência artística e divulgação da música sinfônica por todo o Brasil”, diz o maestro Fabio Mechetti.

Sobre Leon Fleisher, Mechetti acredita que o músico é o representante de uma geração de pianistas que marcou época nas últimas décadas. “Ele é um ícone não só pela relevância histórica, mas por simbolizar também uma das características primordiais da música erudita: a valorização da honestidade interpretativa e da sempre presente contemporaneidade daqueles que a praticam”, explica.

O pianista Leon Fleisher

Quando o pianista e regente Leon Fleisher recebeu o Prêmio Kennedy, em 2007, em um baile de gala cheio de estrelas em Washington DC, Caroline Kennedy reconheceu-o como “um prodígio do piano da [Ponte] Golden Gate que ascendeu às alturas, abraçou a adversidade e tornou-se um músico para todas as temporadas”. A musicalidade de Fleisher beira a lenda e sua biografia é tão dramática quanto a paixão pela vida. Aos 16 anos, Leon Fleisher foi destacado pelo The New York Times como “um dos mais talentosos da nova geração de pianistas” e logo aclamado como “o achado pianístico do século” pelo grande regente Pierre Monteux.

No auge de sua carreira, aos 37 anos, foi atingido por uma doença neurológica conhecida como distonia focal, perdendo a mobilidade de dois dedos da mão direita. Seguindo com as carreiras de regente e professor, submeteu-se a diferentes tratamentos que restauraram a mobilidade de sua mão. Depois de décadas interpretando o repertório de piano para a mão esquerda, Fleisher voltou a tocar com as duas mãos, recebendo enormes elogios pela sua primeira gravação “bimanual” após esse longo período, um álbum apropriadamente intitulado Duas mãos (Vanguard Classics). A história de Fleisher é contada em seu livro de memórias Nine Lives, escrito em parceria com a crítica musical Anne Midgette e publicado pela editora Doubleday, e também é tema do documentário Two Hands, escrito e dirigido por Nathaniel Kahn e indicado ao Oscar e ao Emmy em 2006.

No retorno ao repertório de duas mãos, Fleisher se apresentou em Londres, Bruxelas e Lucerna e, como solista da Orquestra Filarmônica de Londres, sob direção de Jurowksi, em Londres, Nova York e Washington DC, eventos musicais que estão entre os mais memoráveis daquela temporada. Suas gravações pela Sony continuam entre as mais admiradas da música sinfônica. Nas últimas temporadas, Leon Fleisher reafirma seu lugar como um dos artistas de concerto mais proeminentes de hoje, com apresentações em centros musicais importantes de todo o mundo.

O maestro Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é diretor artístico e regente titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho, recebeu o XII Prêmio Carlos Gomes/2009 na categoria Melhor Regente brasileiro. É também regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville (EUA), desde 1999. Foi regente titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, regente emérito. Na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, tornou-se regente associado de Mstislav Rostropovich e regente residente da Orquestra Sinfônica de San Diego.

O repertório

A Suíte de Danças Crioulas, de Alberto Ginastera (Argentina, 1916-Suíça, 1983), foi composta em 1946 e ilustra o movimento de expansão estilística vivido pelo compositor durante o período que residiu nos Estados Unidos. Sugere elementos musicais latino-americanos, em prejuízo das referências diretas ao folclore argentino. Alinha expansões harmônicas, assim como polarizações em dissonâncias penetrantes, a particularidades estruturais da música para piano de Bartók, compositor recém-falecido e em evidência naquele momento. Mescla sincopado e direcionamentos rítmicos dançantes, inspirados na tradição gauchesca, a sequências líricas e à nostalgia do exilado.

A segunda obra a ser apresentada na noite é o Concerto para a mão esquerda, de Maurice Ravel (França, 1875-1937), encomendada pelo pianista austríaco Paul Wittgenstein, cujo braço direito fora amputado durante a Guerra. Entretanto, malgrado as circunstâncias que envolvem sua concepção, o Concerto não deixa escapar o menor sinal de limitação. Não há concessões, é uma obra densa e virtuosística: diante de um numeroso efetivo instrumental, o piano ora dialoga, ora deixa que outras vozes cantem, ou ainda se contrapõe, com vigor, às investidas de tutti orquestral. Além disso, em duas cadências, o piano, a sós, comenta e expande a expressividade de temas que circulam pela partitura – com vigor e dramaticidade, na cadência após a seção introdutória e, quase ao fim do concerto, com delicadeza e intimismo.

Para finalizar, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais apresenta a Sinfonia Fantástica, de Hector Berlioz (França, 1803-1869). Berlioz a compôs aos 27 anos sobre um programa literário autobiográfico em que evoca a história de sua paixão pela atriz irlandesa Henriette Smithson, uma intérprete de Shakespeare: “um jovem músico de sensibilidade mórbida e imaginação ardorosa se envenena com ópio, numa crise de desespero amoroso. O narcótico, fraco demais para lhe causar a morte, mergulha-o em profundo sono, agitado por visões, sensações, lembranças e emoções fantásticas que se transformam em ideias e imagens musicais. A própria amada tornou-se para ele uma melodia (uma idée fixe ou tema intermitente) que o acompanha por toda parte”.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Em seu quinto ano de vida, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais se orgulha de já estar entre as melhores orquestras do Brasil. Criada para tornar-se um grupo de excelência artística, a Orquestra, em sua programação, apresenta ao público obras essenciais do repertório sinfônico e produções contemporâneas, inclusive peças raramente executadas. Entre seus convidados estão os artistas que se destacam no cenário nacional e internacional e que hoje têm a Filarmônica de Minas Gerais como mais uma referência de qualidade na música sinfônica. Nesse curto espaço de tempo, a Orquestra foi reconhecida com dois importantes prêmios brasileiros: seu diretor artístico e regente titular, maestro Fabio Mechetti, recebeu o Prêmio Carlos Gomes 2009 como Melhor Regente Brasileiro; e a Orquestra foi eleita o melhor grupo musical erudito de 2010, pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA).

Serviço:
Sala Cecília Meireles – Série Concertos Internacionais
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Leon Fleisher, piano
Fábio Mechetti, regente
Data: 18 de agosto de 2012
Horário: 20h30
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Endereço: Praça Floriano s/n° – Centro (Cinelândia) – RJ
Capacidade: 2.244 lugares
Informações: www.salaceciliameireles.com.br
Classificação livre

Programa:
Ginastera – Suíte de danças crioulas, op.15
Ravel – Concerto para mão esquerda
Berlioz – Sinfonia Fantástica, op.14

Ingressos:
Frisa e Camarote: R$ 480,00
Plateia e Balcão Nobre: R$ 80,00
Balcão Superior: R$ 50,00
Galeria: R$ 30,00

Vendas: Bilheteria do Theatro Municipal.
Pelo telefone: 4003-2330 e pelo site: www.ingresso.com
20% de desconto aos funcionários da Petrobras, clientes Claro Clube, associados da AASCM e assinantes O Globo.
Informações Sala Cecília Meireles: 2332-9223

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