‘Perdidos na Cidade’ estreia no Centro Cultural Banco do Brasil
A Irmãos Brothers Band apresenta a temporada de estreia do infantil ‘Perdidos na Cidade’, que ficará em cartaz de 25 de junho a 24 de julho, no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil, com sessões aos sábados e domingos, às 16h. O espetáculo é o terceiro da série Lelé, Pancada e Biruta pela história do Brasil, que começou com ‘Perdidos no Mar’ (2004) e ‘Perdidos na Selva’(2010). A montagem integra o Circuito Cultural Rio, idealizado pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Prefeitura do Rio, para a programação cultural dos períodos Olímpico e Paralímpico, que vai de maio a setembro de 2016.
Com direção de Claudio Mendes e texto de Aberto Magalhães, a montagem conta, de maneira bem humorada e crítica, a história da construção do Theatro Municipal do Rio de Janeiro no início do século XX. A trama começa com a luta de seu idealizador, o dramaturgo Artur Azevedo (1855-1908), para tornar realidade o seu projeto de criar um espaço cênico à altura das grandes salas europeias. A história tem como pano de fundo as reformas de urbanização do centro da cidade iniciadas pelo prefeito Pereira Passos (1836-1913), que pretendia transformar a então capital federal em uma Paris tropical. O período ficou conhecido como ‘bota-abaixo’ por conta da demolição de inúmeros prédios, casas antigas e cortiços.
Lelé, Pancada e Biruta, moradores de um dos cortiços demolidos, formam a Companhia Teatral Tátodomundolouco. Antecipando a história que consta nos livros, o trio fica sendo responsável por induzir o dramaturgo Artur Azevedo a lutar pela construção de um suntuoso teatro dedicado às encenações nacionais. E é assim, em uma versão inusitada da Irmãos Brothers Band que nasce, com uma grande festa, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A encanação conta com técnicas circenses como mágicas, acrobacias e malabarismos – marca registrada da trupe.
“Os personagens Lelé, Pancada e Biruta são um misto de palhaços, atores e gente como a gente. Inquietos em serem agentes da história, brincando com o passado, presente e futuro. São inconformados com as injustiças sociais que acompanham a humanidade e do jeito deles vão criando uma maneira de avaliar os processos de criação da nossa identidade nacional. Tudo é feito com muito humor, o que lhes permite abordar com leveza questões que nos tocam a fundo. Escrever pra eles é mamão com açúcar”, afirma Alberto Magalhães, que além de ator e palhaço é formado em história pela PUC-RIO.
A trilha sonora, com direção de Leo Bento, resgata chorinhos e maxixes da época através de canções consagradas por grandes intérpretes: Odeon (Ernesto Nazareth), Lua Branca e Corta-Jaca (Chiquinha Gonzaga) e Tico-Tico no Fubá (Zequinha de Abreu).
O cenário, de Carlos Alberto Nunes – que também assina o figurino-, e Arlete Rua, abusa da imaginação com elementos cênicos multiusos que se transformam de acordo com a dramaturgia, aguçando o sentido da descoberta\adivinhação dos pequenos espectadores. As vestimentas dos três personagens principais, Lelé, Pancada e Biruta, remetem ao vestuário do início do século XX, mas em uma versão surrada para destacar a condição social simplória do Trio.
“O espetáculo olha a cidade não pelos olhos de suas autoridades, mas pelos olhos de quem a constrói e vive suas mazelas. O único personagem histórico que deixamos foi o próprio Artur Azevedo. Os outros aparecem nas conversas de seus subalternos. Então o prefeito Pereira Passos é citado por um operário de suas obras. O Oswaldo Cruz por um comprador de ratos, e assim segue: nesta montagem quem tem voz é o jornaleiro e não o jornalista, é o assistente e não o ator, é o segurança e não os legisladores”, destaca Claudio Mendes.
SERVIÇO:
PERDIDOS NA CIDADE
Local: Teatro II do CCBB
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro / RJ Tel: 21 3808-2020
Temporada: 25 de junho a 24 de julho
Horários: sábados e domingos, às 16h
Ingressos: R$20,00 e R$10,00 (meia entrada)
Funcionamento bilheteria: de 4ªf a 2ªf, das 9h às 21h
Duração: 60 minutos
Capacidade: 155 espectadores
Classificação: livre00