Primeira grande exposição abordando a trajetória de David Bowie
Após 10 anos sem produzir nenhum novo trabalho, o mundo foi pego de assombro com o novo single (“Where are we now?”) do cantor britânico David Bowie (juntamente com o video-clipe promocional) disponibilizado de relance no dia do seu aniversário (8 de janeiro). E ainda com a notícia que em março, seu novo álbum “The Next Day”, estaria nas ruas (na verdade acabou saindo no dia 28 de fevereiro, chegando ao primeiro lugar em mais de 30 países!). Isso quando todos já davam como certa a sua aposentadoria, pois foi acometido por um ataque cardíaco em 2004. E desde então, se dedicou as artes plásticas e a família, com raríssimas aparições públicas (rejeitou convite para se apresentar no encerramento das Olimpíadas de Londres 2012, alegando problemas de saúde). E como de praxe, continuou caminhando na vanguarda, sempre conseguindo se reinventar. Pois uma estratégia como essa em tempos globalizados, com nenhum vazamento sequer da gravação desse novo disco, é bem a cara do homem que se despediu do mítico personagem “Ziggy Stardust” em pleno palco (nos anos 70), sem ao menos avisar aos companheiros de banda, só para citar um exemplo…
E aproveitando todo o “boom” do momento, será apresentada a primeira grande retrospectiva sobre esse grande ícone pop (“David Bowie is”) no Museu Victoria & Albert (V&A) de Londres, a partir do dia 23 de março. Para mostrar a trajetória de Bowie desde os anos 60, mais de 300 objetos foram reunidos pela curadoria do espaço, com a seleção feita pelo próprio “camaleão do rock”. Tarefa nada fácil, já que possui em seus arquivos cerca de 75.000 itens, entre artigos pessoais diversos, vídeos de turnês, letras de música originais escritas a mão, quadros e principalmente suas roupas! Pois as mudanças que foi concretizando ao decorrer de sua trajetória, não se limitaram apenas as canções que compôs, mas também as várias imagens construídas de si próprio. E sua indumentária tinha grande participação nesse processo visual.
E a ansiedade de todos pode ser medida pela incrível procura, mesmo antes da abertura. Nada mais, nada menos do que 30.000 ingressos já foram vendidos, mostrando que Bowie quando bem quis, retomou todas as atenções para ele novamente aos 66 anos. E podemos começar a cruzar os dedos: segundo a coluna de Mônica Bergamo (do jornal Folha de São Paulo), a exposição chegará ao Brasil em janeiro de 2014. André Sturm, diretor do Museu da Imagem e do Som de São Paulo, já teria ido a Londres e acertado todos os detalhes. O país seria o primeiro fora da Inglaterra a sediar a histórica exposição. Então, vamos torcer e aguardar ansiosamente!
Por Alessandro Iglesias