ROBERTO CARLOS emociona seus súditos no METROPOLITAN
“Quem é rei, nunca perde a majestade”! Esse dito popular não cabe tão bem em nenhum outro cantor quanto ROBERTO CARLOS. Os números não mentem! Que outro artista (e podemos incluir os internacionais) em tempos de crise nacional, tem uma temporada de shows esgotados no imponente METROPOLITAN, sem ingressos em valor popular? Pois é, os muitos súditos da realeza que atravessam gerações nos seus quase 60 anos de carreira são fiéis até a medula.
Muitos questionam se é realmente merecido esse sucesso por tanto tempo. A resposta é simples para o feito: ROBERTO dá ao público EXATAMENTE o que ele quer! Novidades? Jamais… TODOS querem ver a sua frente aquele modelito em azul e branco, o mesmo tom caracteristicamente nasal em seu canto, o indefectível cabelo, o romantismo desbragado, as mesmas expressões de outrora ao se comunicar com a audiência, o repertório recheado de clássicos (raramente modificado). O que para muitos é “mais do mesmo”, para os súditos é uma declaração de AMOR!
E esse sábado (05) no METROPOLITAN só reforçou mais isso, pois tivemos SIM, algumas surpresas! Aos primeiros acordes da orquestra fidelíssima que o acompanha sob o domínio do maestro Eduardo Lage, e ao início da clássica (e qual de suas mais de quinhentas canções não seria?) “Emoções”, a catarse toma conta do ambiente! A letra da música se faz presente com muitos gritos, histeria, brados de “lindo, maravilhoso, eu te amo”, como se o REI estivesse à frente do início dos seus tempos de sucesso, a frente do movimento roqueiro da Jovem Guarda. Também nada mudou com relação a isso…
E toma clássicos: “Como vai você”, “Sua estupidez”, “Olha”, “Outra vez”, “Eu te proponho”, a sua preferida “Detalhes”, “Além do Horizonte”, “Como é grande o meu amor por você” e porque não a recente “Esse cara sou eu”. Todas ovacionadas “com muitas emoções”! A fase soul se fez presente em versões matadoras de “Ilegal, Imoral ou Engorda” e “Se você pensa”. Geralmente “Eu te amo, te amo, te amo” e “É preciso saber viver” ocupavam essa lacuna, mas ficaram de fora.
Jovem Guarda apenas em uma versão estendida fantástica de “O Calhambeque”, onde aproveitou para apresentar e exaltar sua incrível banda. Vale frisar a simpatia do “homi”, procurando de forma descontraída contar um pouco da história das canções, fazendo o clima ficar bastante intimista. A iluminação esteve fantástica, merecendo um capítulo a parte.
E claro, o lado religioso, em “Nossa Senhora” e com a grande encore de “Jesus Cristo”, onde os súditos se acotovelam para chegar mais perto do REI e ainda conseguir alguma das muitas rosas que ele beija antes de atirar para o público. Aliás, a quantidade de presentes que ele recebe nesse momento é similar ao número de rosas… E NÃO SÃO POUCAS! Uma menininha nos ombros do pai não conseguia de jeito nenhum o seu feito, até que o REI (boa praça como é) pediu para a levarem ao camarim. E assim, se dá a sua despedida com todos emocionados, dizendo que querem mais, acariciando as rosas que receberam (os privilegiados que conseguiram), muita felicidade no ar.
ROBERTO CARLOS você não entende, apenas sente, aprecia e… AMA! Por mais piegas que isso possa parecer. Vida longa a REI.
Texto: Alessandro Iglesias
Foto: Caio Girardi