Rosane Svartman começa a rodar “Pluft”, primeiro filme infantil brasileiro em 3D

Rosane Svartman começou a rodar Pluft, adaptação para o cinema da clássica peça de teatro escrita por Maria Clara Machado em 1955. ‘Essa é uma história que marcou a vida de muita gente, incluindo a minha. Fala do medo do que é diferente e de como o afeto pode vencê-lo’, diz Rosane. Com produção da Raccord Filmes, coprodução da Globo Filmes e distribuição da Downtown e da Paris Filmes, Pluft será o primeiro longa-metragem infantil filmado em 3D do Brasil. “Achamos que um mundo com fantasmas, piratas, marinheiros e uma menina corajosa pedia o 3D. É um filme que aborda um universo fantástico e que ganha com esta estética imersiva”, diz Rosane Svartman, que também assina o roteiro, junto com dois especialistas em Pluft: Cacá Mourthé e José Lavigne, que trabalharam por muitos anos com Maria Clara Machado, no Teatro Tablado, no Rio.

Pluft mostra a inesperada amizade entre o fantasma (Cleber Salgado) que morre de medo de gente e a menina Maribel (Lola Belli). Ela é sequestrada pelo pirata Perna de Pau (Juliano Cazarré), que quer usá-la para achar o tesouro deixado pelo seu avô, o falecido Capitão Bonança Arco-íris. Na casa abandonada onde o velho morou Maribel espera pela ajuda dos marinheiros Sebastião (Arthur Aguiar), João (Lucas Salles) e Juliano (Hugo Germano), muito amigos do velho capitão, que saem em uma atrapalhada busca pela garota. Eles não chegam nunca e ela acaba conhecendo Pluft e sua família. O ator Gregório Duvivier faz uma participação especial como o apresentador de um show na taverna dos piratas.

Pluft será rodado em duas etapas: quatro semanas agora e outras quatro em abril de 2017. Nessa primeira fase, as locações são Sibaúma, praia deserta no distrito de Tibaú do Sul, no Rio Grande do Norte; e no Rio de Janeiro o colégio Sagrado Coração de Maria, em Copacabana; e o Polo Rio Cine Vídeo. No texto, a casa onde mora Pluft fica numa praia longe, perdida, de areia branca, mar verde. “Pesquisamos muito pelo Brasil até encontrar Sibaúma, que realmente é um lugar único”, conta Rosane. Na segunda etapa de filmagens, a produção será dedicada às cenas com os fantasmas e efeitos especiais.

Para obter o visual lúdico que queria, a Raccord Filmes vai usar uma técnica de efeito especial original: os fantasmas serão filmados debaixo da água. “Percebemos que este ´truque` é possível! Pluft tem pai e mãe fantasma, nunca foi um menino, portanto tentamos fugir de uma estética mórbida e também de efeitos impossíveis para a realidade de um orçamento de um filme brasileiro. Este efeito, mais artesanal, dá bastante trabalho, mas pelos testes, vai ficar incrível”, afirma Rosane.

“Estamos usando toda a criatividade da direção da Rosane e da qualidade dos técnicos brasileiros. Ou seja, vamos voltar ao melhor de Méliès”, conta Clélia Bessa, referindo-se ao ilusionista francês Marie-Georges-Jean Méliès, que foi um dos precursores do cinema e dos efeitos especiais, no início do século 20.

O roteiro é um dos pontos altos do filme. “A adaptação para o cinema foi feita com a Cacá Mourthé e o José Lavigne e eles trouxeram para o filme o universo da Maria Clara Machado”, diz Rosane Svartman, que convidou os dois pela história que têm com com a autora e pelo envolvimento deles com esse texto em especial. Em 1977, sob direção de Maria Clara Machado, Cacá interpretou Pluft e Lavigne, o marujo Julião. Cacá foi Pluft de novo em 1985 e Lavigne participou como ator de outras três montagens, no papel do Tio Gerúndio. Como diretora, Cacá realizou duas montagens históricas da peça, em 2003 e 2013, ambas com Lavigne no elenco.

A trilha sonora original do filme é de Tim Rescala e vai contar com interpretações de Roberto Frejat, Simone Mazzer e do coro infantil da UFRJ, acompanhados de piano, violinos, flautas, contrabaixos, percussão, bateria e trompete. Pluft tem lançamento previsto para o verão de 2018.

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