Sob protestos e forte discurso de Oprah Winfrey, Globo de Ouro abre temporada de premiações; veja os vencedores
Foi sob protestos que aconteceu na noite deste domingo, 7, em Los Angeles, nos Estados Unidos, o 75ª Globo de Ouro. O prêmio, entregue pela Associação de Imprensa Estrangeira e que dá largada a temporada de troféus, ainda no tapete vermelho viu os artistas usando um broche em apoio a uma campanha contra o assédio sexual e pela igualdade de gênero em Hollywood. E seguiu no discurso de diversos vencedores, onde “Big Little Lies” saiu com mais premiações nas categorias de TV e “Lady Bird: É hora de voar” nas de cinema.
Abalado por escândalos sexuais e abusos que afastaram diversos nomes de peso do cinema, o Globo de Ouro viu seu tapete vermelho se transformar em negro, na cor do vestido das atrizes, um protesto silencioso e combinado. Em seguida começou com o apresentador Seth Meyers ironizando os envolvidos:
– Boa noite, senhoras e senhores… pelo menos os que restaram. – disse em meio às risadas.
Após “The Handmaid’s Tale” vencer com melhor atriz para Elisabeth Moss, os protestos começaram nos microfones:
– Nós éramos as pessoas que não estavam nos jornais. Vivíamos nos espaços em branco, nas beiras das páginas impressas. Isso nos dava mais liberdade. Vivíamos nos espaços entre as histórias. – falou Moss, para ser aplaudida de pé pelos presentes.
Mas o grande momento da noite ficou à cargo da atriz e apresentadora Oprah Winfrey, homenageada com o Prêmio Cecil B. DeMille, honraria dada todos os anos a todos aqueles que se notabilizaram no cinema. Em seu discurso, Oprah, que há anos luta contra o racismo nos Estados Unidos, lembrou do momento delicado que vive a classe artística:
– Me inspiro em todas as mulheres que tiveram o poder e a força de compartilhar suas experiências pessoais. Quero expressar minha gratidão a todas as mulheres que suportaram abusos e violências porque elas, como minha mãe, tinham filhos para sustentar, contas para pagar. Mulheres cujos nomes nunca saberemos, pois são empregadas domésticas, garçonetes, trabalhadoras em empresas. (…) O que sei com certeza é que falar a sua verdade é a maior ferramenta que temos, e eu estou especialmente orgulhosa e inspirada por todas as mulheres que se sentiram fortes o bastante para dividirem suas histórias – declarou, ovacionada pela plateia, para depois lembrar que Sidney Poitier, o segundo ator negro a vencer a estatueta, foi uma das suas inspirações.
Antes de anunciar os indicados para Melhor Diretor, Natalie Portman também protestou à sua maneira:
– E agora os indicados de Melhor Diretor, que são todos homens… – disparou.
Laura Dern, ao receber o prêmio de melhor atriz coadjuvante em série televisiva por “Big Little Lies“, também se manifestou:
– Muitos de nós foram ensinados a não batalhar. Foi a cultura do silêncio a ser normalizada. Eu suplico que nós não só apoiemos os sobreviventes que têm coragem suficiente não só para falar a verdade mas para promover justiça. Mas que possamos proteger e empregar essas pessoa. – encerrou.
VEJA TODOS OS VENCEDORES
Cinema
Melhor Filme – Drama
- “Me chame pelo seu nome”
- “The Post: A guerra secreta”
- “Dunkirk”
- “A forma da água”
- “Três anúncios para um crime”
Melhor Filme – Comédia ou musical
- “Artista do desastre”
- “Corra!”
- “Eu, Tonya”
- “Lady Bird: É hora de voar”
- “O rei do show”
Melhor diretor
- Christopher Nolan (“Dunkirk”)
- Guillermo del Toro (“A forma da água”)
- Martin McDonagh (“Três anúncios para um crime”)
- Ridley Scott (“Todo o dinheiro do mundo”)
- Steven Spielberg (“The Post: A guerra secreta”)
Melhor ator de filme – Drama
- Daniel Day-Lewis (“Trama fantasma”)
- Denzel Washington (“Roman J. Israel, Esq.”)
- Gary Oldman (“O destino de uma nação”)
- Timothée Chalamet (“Me chame pelo seu nome”)
- Tom Hanks (“The Post: A guerra secreta”)
Melhor atriz de filme – Drama
- Frances McDormand (“Três anúncios para um crime”)
- Jessica Chastain (“A grande jogada”)
- Meryl Streep (“The Post: A guerra secreta”)
- Michelle Williams (“Todo o dinheiro do mundo”)
- Sally Hawkins (“A forma da água”)
Melhor ator de filme – Comédia ou Musical
- Ansel Elgort (“Em ritmo de fuga”)
- Daniel Kaluuya (“Corra!”)
- Hugh Jackman (“O rei do show”)
- James Franco (“Artista do desastre”)
- Steve Carell (“A guerra dos sexos”)
Melhor atriz de filme – Comédia ou Musical
- Emma Stone (“A guerra dos sexos”)
- Helen Mirren (“Ella e John”)
- Judi Dench (“Victoria e Abdul – O confidente da rainha”)
- Margot Robbie (“Eu, Tonya”)
- Saoirse Ronan (“Lady Bird: É hora de voar”)
Melhor atriz coadjuvante de filme
- Allison Janney (“Eu, Tonya”)
- Hong Chau (“Pequena grande vida”)
- Laurie Metcalf (“Lady Bird: É hora de voar”)
- Mary J. Blige (“Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi”)
- Octavia Spencer (“A forma da água”)
Melhor ator coadjuvante de filme
- Armie Hammer (“Me chame pelo seu nome”)
- Christopher Plummer (“Todo o dinheiro do mundo”)
- Richard Jenkins (“A forma da água”)
- Sam Rockwell (“Três anúncios para um crime”)
- Willem Dafoe (“Projeto Flórida”)
Melhor roteiro de filme
- Guillermo del Toro (“A forma da água”)
- Aaron Sorkin (“A grande jogada”)
- Greta Gerwig (“Lady Bird: É hora de voar”)
- Liz Hannah e Josh Singer (“The Post: A guerra secreta”)
- Martin McDonagh (“Três anúncios para um crime”)
Melhor animação
- “Com amor, Van Gogh”
- “O poderoso chefinho”
- “O touro Ferdinando”
- “The Breadwinner”
- “Viva: A vida é uma festa”
Melhor filme em língua estrangeira
- “Em pedaços”
- “First They Killed My Father: A Daughter of Cambodia Remembers”
- “Nelyubov”
- “The Square”
- “Uma mulher fantástica”
Melhor trilha sonora para filme
- Alexandre Desplat (“A forma da água”)
- Hans Zimmer (“Dunkirk”)
- Vários (“The Post: A guerra secreta”)
- Jonny Greenwood (“Trama fantasma”)
- Carter Burwell (“Três anúncios para um crime”)
Melhor canção original para filme
- “Home”, de “O touro Ferdinando”
- “Mighty River”, de “Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi”
- “Remember me”, de “Viva – A vida é uma festa”
- “The star”, de “A estrela de Belém”
- “This is me”, de “O rei do show”
TV
Melhor série – Drama
- “Game of Thrones”
- “The Handmaid’s Tale”
- “Stranger Things”
- “The Crown”
- “This is us”
Melhor série – Musical ou Comédia
- “Black-ish”
- “Master of None”
- “SMILF”
- “The Marvelous Mrs. Maisel”
- “Will & Grace”
Melhor série limitada ou filme para a TV
- “Big Little Lies”
- “Fargo”
- “Feud”
- “The Sinner”
- “Top of the Lake”
Melhor ator de série – Drama
- Bob Odenkirk (“Better Call Saul”)
- Freddie Highmore (“The Good Doctor”)
- Jason Bateman (“Ozark”)
- Liev Schreiber (“Ray Donovan”)
- Sterling K. Brown (“This is us”)
Melhor atriz de série – Drama
- Caitriona Balfe (“Outlander”)
- Claire Foy (“The Crown”)
- Elisabeth Moss (“The Handmaid’s Tale”)
- Katherine Langford (“13 Reasons Why”)
- Maggie Gyllenhaal (“The Deuce”)
Melhor ator de série – Musical ou Comédia
- Anthony Anderson (“Black-ish”)
- Aziz Ansari (“Master of None”)
- Eric McCormack (“Will & Grace”)
- Kevin Bacon (“I Love Dick”)
- William H. Macy (“Shameless”)
Melhor atriz de série – Musical ou Comédia
- Alison Brie ( “GLOW”)
- Frankie Shaw (“SMILF”)
- Issa Rae (“Insecure”)
- Pamela Adlon (“Better Things”)
- Rachel Brosnahan (“The Marvelous Mrs. Maisel”)
Melhor atriz de minissérie ou filme feito para TV
- Jessica Biel (“The Sinner”)
- Jessica Lange (“Feud”)
- Nicole Kidman (“Big Little Lies”)
- Reese Witherspoon (“Big Little Lies”)
- Susan Sarandon (“Feud”)
Melhor ator de série limitada ou filme feito para TV
- Robert De Niro (“O mago das mentiras”)
- Ewan McGregor (“Fargo”)
- Geoffrey Rush (“Genius”)
- Jude Law (“The Young Pope”)
- Kyle MacLachlan (“Twin Peaks”)
Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou filme para TV
- Ann Dowd (“The Handmaid’s Tale”)
- Chrissy Metz (“This is us”)
- Laura Dern (“Big Little Lies”)
- Michelle Pfeiffer (“O mago das mentiras”)
- Shailene Woodley (“Big Little Lies”)
Melhor ator coadjuvante para série, minissérie ou filme feito para TV
- Alexander Skarsgård (“Big Little Lies”)
- Alfred Molina (“Feud”)
- Christian Slater (“Mr. Robot: Sociedade Hacker”)
- David Harbour (“Stranger Things”)
- David Thewlis (“Fargo”)