“Sonar” promete abalar as estruturas da Galeria Laura Alvim

 

Sonar

A Galeria Laura Alvim, espaço da Secretaria de Estado de Cultura, sob curadoria de Glória Ferreira, inaugurou desde o dia 4 de dezembro, a exposição “Sonar“, do artista carioca Floriano Romano. São oito instalações sonoras, das quais seis inéditas, e 14 desenhos.

Floriano Romano [Rio de Janeiro, 1969] é um precursor em obras que combinam instalação, performance e som. Trabalha com intervenções urbanas e sonoras, abertas à participação e produzidas pelo próprio público. “Sonar“, segundo Romano, é “toda baseada em ruído”. Cabe definir ruído para as artes, com um trecho do texto do folder da mostra, assinado pela curadora:

“A palavra ruído, no senso comum, significa barulho, som ou poluição sonora não desejada. Adquire, porém, outros significados em diversas áreas. (…). Para Romano, além do aspecto político, por estar à margem e ser, assim, expressão desordenada, ‘o ruído é a expressão do mundo, é indeterminado, então ele toca direto nos sentidos, fala direto com os sentidos (…)’”.

Os trabalhos da exposição estão programados para não soarem ao mesmo tempo. O som de cada um cresce na medida que o do outro decresce.

São eles:

O Estrangeiro” é um móvel com vinte gavetas, cada uma emitindo ruídos diferentes de cidades visitadas pelo artista.

Radionovelas” se compõe de quatro a seis rádios antigos. De cada um sai uma curta história ficcional de autoria de Romano.
Acusmata” batiza uma instalação de parede com uma cavidade, da qual partem ruídos gravados no cruzamento de ruas do centro da cidade do Rio. Acusmata é quem não percebe a origem de um som.
Turbina” ficará na sala que dá para a praia de Ipanema. Tubos de PVC, perpendiculares à parede de 9m2, recobrem a superfície, onde se ouve o som do mar. Paisagem externa e som aqui se fundem.
O Passeio” intitula 29 caixas de papelão que repercutem ruídos de atritos do corpo humano gravados por dois bailarinos dirigidos pelo artista.
Kafka” tem três máquinas de escrever mecânicas, cujas teclas se movem sozinhas, acionadas por motores. O título se refere a uma cena do filme “O processo”, de Orson Wells, sobre o livro homônimo de Franz Kafka.
Polipoesia” são criações em texto veiculados em monitores de TV.
Na área externa da galeria, está a instalação “Chuveiros Sonoros” com três duchas de piscina que “despejam” músicas cantadas no chuveiro por anônimos. A torneira regula o volume.Os desenhos abstratos são feitos com fita isolante sobre papel. As linhas dialogam entre o bi e o tridimensional. São realizados como performances e remetem à trajetória do movimento do encontro de pessoas.

Sonar” está aberta ao público, até 09 de março de 2014, de terça a domingo, das 13 às 21h. Grátis.

Galeria Laura Alvim
Av. Vieira Souto 176
Ipanema – RJ

 Por Alessandro Iglesias
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