The Dark Side Of The Moon do Pink Floyd completa 40 anos

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Há exatos quarenta anos (1º de março de 1973) o mundo recebia um dos mais aclamados discos de rock que o planeta já ouviu. The Dark Side Of The Moon do Pink Floyd trouxe o que havia de melhor nos anos 70 em termos de tecnologia sonora, experimentando e explorando equipamentos novos dando maior impacto nas canções que mexeram com a cabeça de uma geração e que mexe até hoje. O álbum de nove músicas veio mostrando uma nova fase da banda com um outro contexto musical, como tinha citado antes, e até hoje já vendeu mais de 50 milhões de cópias no mundo todo. E ainda continuam vendendo ao redor do globo. É aquele tipo que não pode faltar na sua coleção de rock. Isso se você for um verdadeiro colecionador da boa música, claro.

Bem, a nova fórmula do grupo veio com uma temática que despertou nos jovens setentistas, várias reflexões sobre a vida moderna e de como isso poderia estar nos levando em uma direção alienada do nosso cotidiano. A narrativa faz o ouvinte embarcar em letras que falam de maneira profunda e emocionante sobre o nascimento, a falta de tempo, a ganância e a derradeira loucura que vão se entrelaçando entre riffs e solos de guitarras poderosos de David Gilmour, vocais raivosos e com silhuetas suaves do mesmo e de Roger Waters(dependendo do tema), um saxofone matador de Dick Parry, e claro, com uma única canção que não tem letra, mas que diz tudo chamada, The Great Gig In The Sky, com a bela voz de Clare Tori. Quatro décadas se passaram e essas canções continuam tão contemporâneas quanto nós podemos imaginar. Até pior se for parar para analisar friamente. Afinal de contas, quem não se vê em Money, Time ou Brain Damage.

Segundo Roger Waters, no documentário sobre o próprio disco, “Dark Side era uma expressão de empatia política, filosófica e humanitária que estava louca para sair”. O planeta precisava escutar a verdade sombria que girava em torno de nossas vidas. Está tudo bem debaixo de nossos narizes, mas ninguém consegue enxergar. Somos dominados pela sociedade, ela tenta comandar o que somos e como devemos nos comportar. E o Pink Floyd, dentre outras bandas da época, explodiram suas angustias sociais e pessoais trazendo isso a tona e efervescendo toda uma geração que buscava em suas “viagens alucinógenas” um jeito de se libertar do paradigma de que nós temos quer ser aquilo que falaram que nós tínhamos que ser, ou seja, quebrar todas as regras impostas. Era isso que a juventude de 1973 também queria, fugir das responsabilidades de um sistema irresponsável.

Outra característica deste álbum são os trechos de diálogos entre as faixas o que torna o disco mais interessante e intrigante. A banda entrevistou algumas pessoas durante todo o processo de gravação, perguntando-lhes coisas relacionadas ao disco como a violência e a morte dando uma enriquecida a mais na track list.

Bom, o lançamento desta obra-prima se deu em parte também pela saída do ex-membro-fundador, Syd Barrett, em 1968. Sua mente visceral e seu uso abusivo de LSD levaram uma das mentes mais criativas da banda a se retirar de suas funções de guitarrista. Isso não quer dizer que ele já não tivesse seus problemas de ordem mental e que a droga só agravou a situação.  O que começou a ficar ardo demais para os Floyd agüentar a paranóia e a falta de atenção de Barrett. No entanto, Syd conseguiu fazer trabalhos maravilhosos, como The Piper At The Gates Of Dawn (primeiro disco do PF) ser uma obra de arte musical. Mesmo com o seu pouco talento para com os instrumentos, ele conseguiu compor coisas fantásticas e se mostrou ser o membro mais criativo de toda a banda. Um cérebro brilhante, mas que infelizmente ficou fadado a sua loucura. Entretanto, jamais esquecido. Assim como Richard Wright também nunca será esquecido.

E para finalizar, um bom conselho eu dou…escutem Dark Side Of The Moon e reflitam sobre tudo que vocês ouvirem!! Até a próxima!

Track List:

  1. Speak to Me
  2.  Breath
  3. On the Run
  4. Time
  5. The Great Gig in the Sky
  6. Money
  7. Us and Them
  8. Any Colour You Like
  9. Brain Damage
  10. Eclipse

Ficha Técnica:

  • Roger Waters – baixo, vocal, sintetizador VCS 3, efeitos gravados
  • David Gilmour – guitarra, teclados, vocal, sintetizador VCS 3
  • Nick Mason – percussão, bateria, efeitos gravados
  • Richard Wright – teclados, vocal, sintetizador VCS 3

Por Milena Calado

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