The Pretty Reckless leva ousadia ao Circo Voador

O The Pretty Reckless é o que pode se chamar de um fenômeno teen. Mas ao contrário das referências mais comuns no tocante a essa classificação, a banda comandada pela lindíssima e rebolativa Taylor Momsen (mais conhecida como a Jenny da série Gossip Girl) aposta num som com atitude e palatável até pra quem já atingiu a maioridade legal. Suas letras refletem bem o que é a juventude de hoje em dia: perigosamente precoce tanto nas coisas boas quanto nas coisas ruins. E acreditem: ao vivo o som do quarteto é ainda mais pesado, para a alegria (e o alívio) de alguns pais headbangers que acompanhavam suas filhas de 14 anos na noite passada no Circo Voador.

A multidão já se estendia numa fila que não parecia ter fim. Sob uma chuvinha pra lá de chata, os jovens que aguardavam a abertura dos portões da casa partiram em polvorosa, deixando seus pais para trás, preenchendo cada metro quadrado da área coberta do Circo. A espera que durou cerca de uma hora foi embalada por sons que, definitivamente, não pertecem à geração predominante do público do TPR. Beastie Boys, Marilyn Manson… Só galera de 20 a 30 anos conhecia e cantava junto.

O quarteto subiu ao palco pouco depois das nove da noite, quando parte da plateia já entoava certas vaias. Bastou Taylor dar as caras para a gritaria começar. Com uma camiseta do Sepultura a engolindo e a indispensável cinta-liga no melhor estilo Cherie Currie, deu o pontapé inicial com a nova Hit Me Like a Man. Tendo sua voz suprimida pelo canto dos fãs ensandecidos, foi preciso aumentar o volume de seu microfone durante a segunda música, Since You’re Gone. Na sequência, Zombie foi recebida como um clássico – e olha que nem faz parte do então único álbum da banda, Light Me Up (2011).

Agradecimentos repletos daquela palavrinha com f por parte de Little J (alguns em português – valeu o esforço!) introduziram outra das favoritas do público, Miss Nothing Just Tonight retomou o clima de introspecção: se o show teve um momento romântico, foi esse aqui. Com Goin’ Down e a fantástica Cold Blooded (um tapa na cara de quem duvidava da capacidade musical da banda), encerraram a primeira parte da apresentação. Foi a vez então de partir para os covers, algo que sempre acontece nos shows. As escolhidas da noite foram Like a Stone (Audioslave) e Seven Nation Army (The White Stripes).

Empunhando uma Fender Telecaster, Momsen puxou My Medicine. Novamente, sua voz foi engolida; impressionante como as letras todas estavam na ponta da língua de todo mundo! Anunciada como “nossa primeira música de trabalho”, o maior hit do The Pretty Reckless, Make Me Wanna Die, foi o ponto mais alto da noite. O falso encerramento viria com Factory Girl. Minutos depois, com as luzes ainda bem apagadas, teve início o bis com Nothing Left to Lose.

Para uma primeira vinda ao Rio de Janeiro, o The Pretty Reckless tocou pouco em matéria de tempo (aproximadamente uma hora de show) e ficou devendo You, mas cumpriu sua missão de mostrar para o público brasileiro que é possível sim fazer um rock voltado para o público jovem, mas com potencial de cativar os mais velhos também – mesmo que através de fantasias proibidas com a senhorita Momsen.

Texto: Marcelo Vieira
Fotos: Lívia Bueno

 

Resenha cedida pelo site ROCK ZONE.

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