Toquinho, Ivan Lins e MPB 4 celebram 50 anos de música com desfile de clássicos

Um desfile de clássicos. Assim os ícones da Música Popular Brasileira, Toquinho, Ivan Lins e o grupo MPB-4 se apresentaram neste sábado, 23, no Metropolitan. O show, chamado de “50 anos de Música“, celebrou o meio século de canções que fizeram história no repertório nacional com casa praticamente lotada e desfile de clássicos.

Quase na hora marcada para início e com uma plateria que mesclava pessoas de todas as gerações, os primeiros a pisarem no palco foram Dalmo Medeiros, Paulo Malaguti, Aquiles e Miltinho, ou simplesmente, MPB 4. O quarteto abriu o show com “Ronco da Cuíca”, de João Bosco, e “Amigo é Para Essas Coisas”, de Aldir Blanc e Sílvio da Silva Jr. Maiores intérpretes do compositor Chico Buarque,  em uma das canções dele uma queda de luz inesperada durante “Cálice” transformou um imprevisto num momento de nostalgia. Miltinho lembrou os tempos de censura:

– Essa queda de energia me lembrou nos anos 70, quando fomos cantar esta mesma música, num show aqui no Rio, mas ela estava censurada. O censor ficou na mesa de som e, quando começamos a cantá-la, saiu desligando todos os microfones e luzes. Nós saímos correndo para procurar quais microfones estavam abertos, para desespero dele – lembrou Aquiles, para risada da plateia.

O show continuou com um clássico atrás do outro, como “Apesar de Você” e “Roda Viva”, ambas do Chico Buarque. Esta última, inclusive, foi interpretada pelos próprios com Chico, no Festival da Canção de 1967, alcançando o terceiro lugar. Em seguida Toquinho subiu ao palco com os amigos cantando “Tarde em Itapoã”.

Já sozinho, um dos principais parceiros do poeta Vinícius de Moraes cantou sua vasta coleção de hits infantis, como “O Pato”, “O Caderno” entre outros. Numa homenagem aos diversos violonistas que fizeram parte da sua carreira, Toquinho fez uma apresentação apenas instrumental de quase três minutos e arrancou muitos aplausos.

O cantor também relembrou uma das suas parcerias com Jorge Benjor, “Que Maravilha”, e foi acompanhado pelas milhares de vozes. A música-carta “Samba de Orly” também marcou presença. Após cantar a inesquecível e sempre obrigatória “Aquarela”, convidou Ivan Lins e os dois relembraram algumas histórias.

Ivan não fez por menos e colocou todos os seus hits em sequência, como “Novo Tempo”, “Começar de novo”, “Depende de nós”, “Dinorah”, “Madalena” e “Desesperar, jamais”. Nesta última trocou os versos “De fazer valer o dito popular” por “De fazer valer o voto popular”, numa clara referência ao momento político do país, e foi ovacionado pelo público.

Já com todos no palco, cantaram “Regra Três”, de Toquinho e Vinícius. No bis, com os presentes querendo mais uma seleção de pérolas musicais, os artistas brindaram com “Quem te viu, quem te vê”, do Chico Buarque, além de “Vitoriosa”, encerrando a bela apresentação. Uma ode a música brasileira, que vive momentos difíceis e após 50 anos ainda aplaude os seus grandes nomes quase como sobreviventes da verdadeira canção do Brasil.

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