WITHIN TEMPTATION empolga Circo Voador com grande lotação

Não podemos dizer que o dito “Gothic-Metal” foi uma febre avassaladora como o GRUNGE na década de 90, mas teve seu impacto considerável nos anos 2000, principalmente, com toda uma cena tendo sido consolidada mundo afora, mesmo com a maior parte dessas bandas tendo sido criadas na década anterior. Fazendo mais um parâmetro com a explosão de Seattle, os grupos tinham como grande similaridade entre si os vocais femininos com influência lírica, mulheres lindas ocupando essa função, e o visual pendendo para o medieval. Havia SIM, para os desavisados de plantão, diferencial sonoro, por mais minimalista que fosse. E se tem um projeto musical que apresentou mais variações de estilo em sua história, foi o do WITHIN TEMPTATION. Power Metal, Doom, Atmosférico, Rock Alternativo, Erudito, e até POP, englobam o caldeirão sonoro da banda oriunda dos Países Baixos, ao longo da sua trajetória.

Esse diferencial foi fundamental para que houvesse destaque independente do cenário consolidado, e se mantivessem em evidência até os dias de hoje. Participações arrasadoras nos principais festivais da Europa, vídeo-clipes altamente bem produzidos, e um álbum ao vivo em 2009, com grande enfoque acústico e participação de uma orquestra, serviram para “os temptations holandeses” ampliarem cada vez mais seu séquito de seguidores perante a nova geração.  Além disso, modernizações como a participação do rapper Xzibit, e díspares como a de Tarja Turunen (ex-Nightwish) e Dave Pirner (Soul Asylum, banda que se destacou nos anos 90), no recente álbum “Hydra”, mostram exatamente a fórmula vencedora que contribuiu para a renovação abrupta do seu público. E isso ficou latente nesse sábado (29/11), onde um público em sua maioria extremamente jovem, lotou o Circo Voador para prestigiar o  WITHIN TEMPTATION.

E a banda nitidamente ficou impressionada com a calorosa recepção do público carioca. Bolas de gás coloridas foram soltas durante todo o show, e papel picado nas músicas mais climáticas, criando um ambiente lúdico que contrastava curiosamente com a concepção mais “dark” estabelecida pela grupo, na temática de iluminação, nas projeções e principalmente pelo visual retrô da vocalista Sharon den Abel. Aliás, todos os músicos são competentes ao extremo em suas funções, mas é Sharon o grande diferencial da banda!. Seu carisma é incrível, o público reagia a cada movimento ou ordenação como se estivesse hipnotizado. Não é a toa que os gritos de “Sharon, Sharon”, eram repetidos exaustivamente com frequência. E com 43 anos, realmente sua forma física, e principalmente a voz inabalada pelo tempo, impressionam bastante. Todas as canções do set-list, que passeava por todas as fases, foram cantadas efusivamente de forma impressionante, contribuindo para que um largo sorriso permanecesse nos lábios dos “durões” holandeses. A ponto de não haver a mínima condição de destacar nenhuma canção, o repertório como um TODO, foi recebido espetacularmente de forma IGUAL.

Não tinha como ter erro, a química obtida entre banda e público criaram um espetáculo vibrante, envolvente, e bonito demais de se ver. O longo agradecimento de Sharon ao Rio de Janeiro deixou isso claro no final, que a noite tinha sido deveras especial para todos os presentes. E o WITHIN TEMPTATION se mostrou mais vivo do que nunca, “assustando” qualquer possibilidade de “saudosismo gótico” . E isso é um grande feito!  É para poucos administrar competência do rock sinfônico clássico até a uma sonoridade mais modernosa, como nos últimos trabalhos, e conseguir êxito. PONTO!