“You Will Make It Work”, foi o painel com lendários engenheiros de som na Rio2C

Com certeza, um dos momentos mais emocionantes desse grande evento que é a Rio2C, foi o painel ocorrido nessa quarta-feira (04/04), na Grande Sala/Petrobras. “You Will Make It Work”, é o encontro de Engenheiros de Som conceituadíssimos, com prêmios dos mais diversos, e tendo em seu currículo nomes como Beatles, Rolling Stones e João Gilberto, entre muitos outros.

O moderador Zé Ricardo, (que além do seu trabalho como cantor e produtor, atua como curador do Palco Sunset no Rock in Rio) descreveu estar em companhia de Ed Cherney, Geoff Emerick e Moogie Canazio como um grande SONHO! E realmente foi um deleite para os apreciadores de história da música, independente da tecnologia que a função dos convidados pressupõe.

Ed começou dizendo que a apresentação do Earth, Wind e Fire no Brasil, e dos Rolling Stones, especificamente na praia de Copacabana (shows em que ele “fez o som”), gerou grande impacto, por ter conhecido grandes músicos brasileiros na sua vida. Moog reforçou a grande alegria em estar dividindo o palco com dois ídolos. AMOR PELA MÚSICA, foi uníssono entre os três ao discorrerem sobre seus ofícios.

Emerick afirmou que os Beatles não eram exigentes, mas buscavam novidades (em tempos de mesa com 4 canais) e chegavam bem abertos ao estúdio, abusando do equipamento. Ainda humildemente disse que se foi revolucionário, não estava se dando conta disso ao executar o trabalho com os “Fab Four”.

Cada um mostrou uma música referente a uma gravação de preferência.
“Tem que fazer o melhor sempre porque não se sabe até onde a música vai”, afirmou Moog.
“Como se sente a faixa perfeita?” , começaram as perguntas… “Com os Beatles tomando decisões, a mixagem era logo depois da música. O que se capturou naquele momento. Eles chegavam com letras e idéias apenas. O Paul era o que mais primava pela qualidade, uma liderança musical em termos musicais”, entregou Geoff Emerick.

“E como eram os Stones no estúdio?” “Não precisa mudar nada, só capturar o que eles fazem. Eles sempre são instintivos. Principalmente ao vivo”. Foi surpreendente para a platéia, todos esperavam tretas ou algo do tipo, mas Ed os descreveu como tranquilos e geniais.


Como é gravar o João Gilberto?
Extremamente disciplinado e meticuloso. Excêntrico e amável. Histórias saborosas foram contadas sobre o modo peculiar do gênio baiano. Moogie até se emocionou com as lembranças, e disse que João é incompreendido no Brasil, o que não acontece no mundo inteiro.

Sobre novas técnicas, todos foram unânimes: a tecnologia é menos importante do que a performance. Valorizar mais a obra do artista em detrimento a novas possibilidades. Encontro memorável, golaçoooo da Rio2C!!!

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